Quem sou eu

Minha foto
Cidadão Brasileiro, com muita honra e felicidade. Carioca da gema, nascido no subúrbio de Realengo, local por onde o Cantor, Compositor e Ministro Gil, começou a abraçar o Brasil. Em outro subúrbio fui criado - Guadalupe - onde também moraram Caetano Veloso, antes de andar "sem lenço e sem documento", e João do Vale, aquele do "Carcará / pega mata e come". Atualmente, moro no Centro do Rio, fazendo limites com o Estácio, Santa Teresa, Central do Brasil e Lapa. Quase Jornalista, quase Administrador de Empresas. Professor do Ensino Fundamental, que nunca chegou a exercer o magistério. Advogado por profissão, pós-graduado em Direito do Trabalho e Sindical. Poeta por opção e vontade. Pai de três filhos lindos e criados, cada um de uma relação diferente. Religião Espírita, a única que respondeu a quase todas as minhas indagações existenciais. Através do Espiritismo despertei para a necessidade de praticar a caridade, o que hoje faço em diversas frentes de trabalho voluntário. Ah, sem esquecer de ser caridoso comigo mesmo, em primeiro lugar. Alguém em busca do auto-conhecimento. Alguém no difícil aprendizado do Amor, tal como foi exemplificado pelo Mestre Jesus.

sábado, 20 de novembro de 2010

CONCIÊNCIA MULTICOR - Pelo Dia da Consciência Negra


Fubá-obá, caju-açu, murô-xilá

batuquejê, maculelê, vossa mercê

saravá minzinfiu, atô-tô à-tôa

marabô-já, sassafraz-traz, aiô oguntê. . .


Agora pergunto ao sinhô,

pergunto franco a você,

qual a cor da consciência?

quem já a viu de verdade?

Será que pintá-la lhe confere decência,

definindo-a com propriedade?


Hoje, assim refletindo,

descobri, que a minha é multicolorida:

mestiça, misturada, miscigenada,

branca, pelo senhor de engenho,

que comia as escravas sorrindo;

e mesmo uma ou outra índia,

que se lhe passasse no caminho.

Mestiça, ainda, que o mesmo fazia

todo e qualquer feitor.


Assim, coloriu-se a minha consciência,

ensolarou-se, enluarou-se, amalgamou-se. . .

Cafuza, mameluca, malê,

portuguesa, francesa, tapuia,

quem sabe, até mesmo judia?

Mestiça, com muito valor.


Amo-a, desse jeito, bem misturada;

e respondo se me perguntarem,

como Einstein,

alemão e judeu:

É apenas humana, mais nada !!


- por José Luiz Santos (JL Semeador), em 20/11/2007 –

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ROUBAR O MUNDO - FELICIDADE EM GOTAS

Sou sempre, assim, controverso
Acordo no meio da madrugada
Alegre ou triste, rabisco um verso
Deixando a vida fluir, e mais nada. . .

Às dez horas já sou um outro
Calço sapatos, visto terno e gravata
Da vida, seguindo ao encontro
Alegria, nos bolsos, renovada.

Depois do almoço, vem a sesta
Pois, às três, de novo na rua
Certeza, que a vida é festa

Vontade de roubar o mundo
O meu sorriso, a gazua
Felicidade em gotas: cada segundo!

- por JL Santos, em 10/12/2008 (70º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos da Humanidade) -

SONETO DA TRISTE MADRUGADA

O sol sempre custa muito a aparecer,
quando a madrugada se faz eterna,
na insistência do que teima em não morrer:
essa ausência tua, que me desgoverna.

Acordado, já estou há algum tempo.
Talvez, nem tenha ainda dormido;
de turva a água onde eu garimpo,
nem sei mais o caminho percorrido.

Tanto, que penso ser alucinação
o ruído longínquo do ônibus que passa
em busca do terminal da solidão

onde todas as dores de aproximam,
feito novelo que um gato embaraça,
unindo, sem solução, os que lastimam. . .

- por JL Santos, em 09/12/2008 -

A ARTE DA POESIA

Exercer a arte da poesia
é trabalhar
com a palavra
a rima
a métrica
a alegria
a inspiração
o encanto
o sentimento. . .

É orar!

Função de artesão
operário
escultor
arquiteto
braçal trabalhador.

Duro e solitário
Intento.
Na vida
tradução
delicada
do amor.

- por JL Santos, em 11/07/2008

O QUE NOS ENVOLVE

O que nos envolve
Nos devolve
A certeza do eterno
Ao porto de encontro
Ao rumo certo
Da ocasião triste e breve.

O que nos envolve
Nos remove
De antigos preconceitos
Talvez, a parada tardia
Em noite de tempestade sombria
Nos cumes de todos os prantos.

O que nos envolve
É coisa leve
Que passa rindo de nós
Algo que surge e some
Comida que não se come
Certeza ruminada à sós.

O que nos envolve
Mesmo que não se revele
Te faz mais forte
Rompe as barreiras do tempo
Passa a vida á limpo
Indicando um novo norte.

O que nos envolve
É cagada de urubu na neve
Sinal da vida que passa
Um dia vivido
Sem qualquer sentido
A mais pura trapaça.

O que nos envolve
Surge no grito de quem se atreve
A romper com o passado tardio
Chuva de verão
Caída fora da estação
Finalizando um tempo de estio.

- por JL Santos, em 05/11/2008 -

INSIPIENTES PRAZERES

Queria sentir o prazer
de não voar
além da minha imaginação.
Sabe, o prazer de ser
como certas pessoas
que vão e voltam
para casa
- todo dia -
de trem
ou ônibus lotados,
piadas sem graça na boca,
imersos em falsa alegria,
que lhes transborda do coração,
mas, sem fazer perguntas idiotas
acerca do significado da vida,
apenas, planejando
o adultério de sexta-feira
e o churrasco domingueiro
com os falsos amigos
e a família
que fingem amar.

Prazeres intensos e vazios
(desbotados de tão costumeiros),
anestesiadores da alma e dos sentidos,
facilitadores, eu sei,
da difícil tarefa de viver
entre iguais tão diferentes;
gente, tão perto na rua,
no trabalho, na casa,
mas, anos-luzes afastados
de nossos mais secretos sentimentos,
das nossas mais censuradas ânsias,
que se limitam a boiar na superfície
de nossos oceanos abissais,
território sagrado
onde somente se entra
envolto no manto do desconhecimento
e enredado nas teias da compreensão profunda.

- JL Santos, 25/11/2008

A MÚMIA DO FARAÓ

muuuuuuuuuuuuuuuuu
MIAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU
mia gato mia mia gato mia
muge vaca muge muge vaca
múmia de terno e gravata
palito entre os dentes
desabotoado paletó
MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU
a vaca concretista do caê assim suspira
o cão sem plumas do cabral só faz ladrar
auauauauauauauauauauauauauau
nada mau em se tratando de um cão quase espanhol
latindo para o sol que não virá
hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
queria um gole de rhum
não do creosatado que salvou o ilustre passageiro
queria cubano mas não tenho dinheiro
quero outro ano outro janeiro
outra festa de arromba ou feira moderna
sei lá o que eu quero
muuuuMIAUUUUMUUUUUUUUUUauauauauhummmm
eu quero é soltar um pummmmmmmmmmmmmm
eu quero é lugar nenhummmmmmmmmmmmmm
caminhar na rua principal da lua
pertinho dA ESTÁTUA DE são jorge
sALVE JOrge salve ogum kHrISNA salve kaÔ
agogô atabaque peripaque nheco-nheco trelêLÊ
reco-reco, teleco-teco, ôba-ôba, sARGenteliiiiiiiiiiii
e suas mulatas que não estavam no mapa
nem na minha cama vazia de menino
cinco contra ummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
em desatino-tino-tinooooooooooooooooooooooooooo
com MEDo da múMia do terrÌVeL faraóóóóóóóó uóuóuóuó
sentiMENTO eM desalento de daR dÓÓÓÓÓÓóóóó
tragédia refletida[]aditelfer no canto insolente do galo da madrugada
cócorócocócócorócocócócorócocócócorócocócócorócocó
saravá mizinfiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu ?{§%*#!

- por JL Santos, em 18/11/2008 -

A CEGUEIRA DO POETA -ou UM POEMA PARA JORGE LUIS BORGES



A cegueira do poeta
Instala-se na alma
Feito um túnel escuro
Labirinto infindável
Presença de mil Minotauros
E nenhuma Ariadne.

- por JL Santos, fevereiro/2002 -

ORGIA NA CIDADE

A cidade comemora
festa tanta e lua cheia
música dança fogueira
gingado sorriso bebedeira
briga sem nenhum motivo
que sem motivo vai embora
no ritmo dos quadris alucinados
dos suores que embriagam
das carícias nunca negadas
pernas bocas línguas
em enleios fesceninos
semi-ocultos pelos cantos
em gritos de gozo delírio
de almas assustadas perdidas
no desconhecido de si próprias.

Muito depois
no que depois do almoço seria
mas que não foi
por subvertida toda a rotina
alguém desperta e descortina
a extensão da refrega
o campo da finda batalha
feridos que dormem
sem indícios de tiros
ou cortes de navalha
a alma em frangalhos
sem alento ou agasalho
descrentes da noite
sem esperanças no dia
mendigos de migalhas
de carinho e alegria
tristemente despertos
na angústia da tarde vazia.

- por JL Santos, em 08/11/2008 -

O AMOR RODOU A BAIANA

Dizem que o amor morreu à míngua
aprisionado no fundo de um porão
dizem ainda as más línguas
que ele fugiu de casa
no ombro uma mochila velha
com suas roupas rasgadas
um sapato bem roto
no bolso parcos trocados
na alma um sentimento de espanto
no juízo faltando um telha
na mente perplexidade
diante da insensatez
dos que dizem buscar a felicidade.

Tanta coisa tem sito dita
quem tem boca fala o que quer
mas ninguém de fato é capaz
de explicar essa atitude do amor
talvez surto de loucura
ou amargura e dissabor
diante de tanta procura
sem base nem fundamento
a que se lança a criatura
buscando fora o que é de dentro
querendo achar onde não existe
o remédio que é veneno
para a angústia que persiste.

Essas razões meio ilógicas
assim expostas ao vento
talvez expliquem o porquê
do amor querer desertar
do seu ofício maior
que é a vida alegrar
de forma leve e feliz
de um jeito até demodê
do modo que o mundo não quis.

- por JL Santos, em 03/11/2008

Eu Sou Mais Eu - ou - Um Insigth da Minha Porção Mulher


Eu sou mais eu,
não gosto que me comparem
a ninguém.
Sou decididamente feminina,
algo em mim que fascina
e que exala do meu sorriso,
da minha pele, dos meus poros,
sem querer seduzindo,
excitando,
por onde passo
ou me demoro,
sem que eu me dê por isso.

Sou sim mulher decidida,
mulher sem dúvidas
na vida.
Se quero vou lá e pego,
não admitindo recusa,
pois, ninguém me usa
ou abusa,
não sou fêmea de recado,
ninguém me faz infeliz,
pra sorte do meu amado;
meu senhor
meu empregado
meu escravo
meu capataz,
de mim,
um eterno aprendiz.

JL Santos- Rio de Janeiro, 05/11/2008 -

COISAS DE MULHER NORMAL

 Não me levem a mal.
Eu que não sou nenhum tolo,
Gosto sim, de celulite,
Mentiras ditas ao ouvido,
Barriguinha aconchegante,
Choro pedindo colo,
Peito meio caído.
Coisas de mulher normal
                                                               
                                                               JL Santos

A SENTENÇA CONDENATÓRIA DO AMOR


A declarada sentença do amor
Após longo e difícil julgamento
Foi pronunciada sem qualquer emoção
Sem qualquer fundamento
Condenando-se o amor-réu ao pagamento
De multa no valor de um milhão
Além de trabalhos forçados em favor
De um determinado elemento
Que se disse prejudicado
Numa certa ocasião
Por um ato ilegal perpetrado
Em noite de lua cheia
Quando sem pretexto ou motivo
O amor bateu-lhe na porta
Sob a forma de moça bonita
Para lhe servir de lenitivo
À sua enorme solidão
Assim como se torpedeia
Um navio no meio da escuridão.

Ainda, segundo os elementos dos autos
O indigitado sentimento
Na denúncia tipificado como mau elemento
Praticou toda a sorte de atos
Atentatórios à paz e a tranquilidade
Do nobre e pacato cidadão
Haja vista que sem requerimento ou permissão
Invadiu-lhe a alma
Alterou-lhe o destino
Subtraindo-lhe a calma
Levando-o ao desatino
Deixando-o incapaz, preso de forte emoção
Crime cruel  de assassinato
De sua mais pura ilusão
Com a agravante da perfídia
Eis que o amor, logo instalado
Evadiu-se na calada da noite sombria
Deixando a sua incauta vítima
Órfã de felicidade e alegria
Atirado à rua, em meio ao frio e à lama.

Por todo o exposto
Reafirmo a condenação do Amor
Consoante acima estipulado
Que se cumpra, mesmo causando
Choro, angústia e dor
Sendo de tudo, o réu, desde já citado
Para, querendo, oferecer defesa
pois, não o fazendo
Será atado ao pé da mesa
Onde, sem direito a recurso, acabará perecendo.

- por JL Santos, em 03/11/2008

DIA DE FINADOS

O primeiro dos meus mortos
foi minha avó Joana.
A primeira que eu vi de olhos definitivamente fechados
a me mostrar, ainda menino,
toda a fragilidade da nossa dimensão humana.
Outros tantos vieram depois:
O meu tio Waldemar,
de quem peguei escondido dois ou três cigarros;
Dona Darcília, um simples vizinha,
Germana, prima velha de meu pai
que o tempo quase me fez esquecer.
Hoje, conto-os aos milhares,
Pois, morrer é destino
que o corpo carrega desde que nasce,
e mesmo enquanto crescer parece,
é da partida que está a se aproximar.

Seria bem triste a vida
se apenas esse fosse o nosso futuro,
se a morte fosse o fim total da lida,
erguendo-se intransponível diante de cada um de nós,
feito um muro,
legando à alma o vazio e o escuro,
depois de deixar a existência querida
como um perengrino sem estalagem ou amparo.

Ó dúvida secular!
Ó maldição concebida pelas trevas da ignorância
e por legiões de interesses espúrios!
Ó mentira, ó pérfida infâmia,
aquela que decretou que a alma
a outro corpo não poderia retornar.
Mentira que, ao mundo, trouxe toda a sorte de desatinos,
matando a esperança, estraçalhando a alegria,
até que o Espiritismos, de novo fez a luz brilhar,
recordandos aos povos: da alma, a imortalidade.
Concessão bendita do pai por muito nos amar.
Infinita e misericordiosa possibilidade
de sempre, sempre, recomeçar.

JL Santos- em 02/11/2008 -

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O TOQUE DELICADO DOS TEUS DEDOS

O toque delicado dos teus dedos
revela os segredos mais sagrados,
mistérios acumulados ao longo dos tempos,
prêmio concedido apenas a iniciados.

Seriam dedos, ou varas de condão?
Setas indicativas de uma nova direção?
Ventos do norte grávidos de promessas?
Destino ansiado divisado entre brumas?

Nada sei, tudo é inusitadamente novo.
Paisagens desconhecidas, mas acolhedoras,
Perfumosas aragens que, sufocado, absorvo,

Tamanhas e tantas deliciosas surpresas
Bailando nesse céu em que me renovo:
Metas esquecidas, por fim alcançadas.

- em 27/10/2008

NINGUÉM ME FALOU DE AMOR

Ninguém me falou
das águas revoltas
dos abismos impiedosos
das serpentes escondidas
nas voltas dos cipoais
dos lobos em seus covis
das palavras estreitas
que guardam sentidos ocultos
impedindo clara compreensão
dos batimentos irregulares
do meu descompassado coração
das trilhas íngremes
onde na noite me perdi.

Nada, nem um aviso sequer
nem uma sombra ao meio-dia
nenhum corpo de mulher
nenhum copo d' água
para a minha sede
nem um grito na garganta
tudo deserto lá fora
todos fugiram da vida
no mais completo desatino
em busca de outro lugar
de cura para a ferida
aberta cruamente na carne
pela navalha afiada
que insistem em chamar destino.

E olha que bem procurei
por um orelhão ou celular
com que eu pudesse pedir
clemência socorro perdão
uma moeda um pedaço de pão
uma pizza endurecida e fria
um táxi no meio da madrugada
que me conduzisse ao incerto
sem acidente ou parada
sem pernas dormentes
pela caminhada
sem conversa sem nexo
sem bala perdida ou achada
sem porra nenhuma
que não fosse
essa nervosa espera
pelo nada.

JL Santos

EU NUNCA AMEI ASSIM

Eu nunca amei assim:
Sem meias medidas
Rédeas soltas na ventania
Palavras impudicas na boca
Assim feito biruta
Feito louco
Pelas ruas
Praças
Becos
Buracos
Aos nacos
Aos borbotões
Terremoto no coração
Razão em desvario
Flashes espocando
Ensudecedoras explosões
Noites e manhãs ensolaradas
Emendadas
Tempo suspenso no calendário
Pernas e almas entrelaçadas
Cama com cheiro de jardim.
Eu nunca amei assim . . .

JL Santos- em 19/09/2008 -

QUINTO ANEL DE SATURNO


Quando me deitei
sobre o teu corpo
voei!

Subi aos céus
rompendo os véus
do negrume da noite.

O vinho
metade no copo
a mente em novo caminho.

Subi subi subi. . .
da gravidade terrestre
escapei.

A lua de relance vislumbrei
silhueta em recorte
invejosa me olhando de lado.

Venus toda sestrosa
em sua concha brilhante
contemplou-me com olhos de amante.

Marte vermelho de raiva
O Sol em eclipse total
Mercúrio ardendo-se em fogo

- Nada que a paixão não torne real -

E só despertei
do meu delírio noturno
ao alcançar o quinto anel de Saturno.

- por JL Santos, em 23/10/2008 -

DESABANDONO

Para que eu pudesse sair
do vazio em que me perdi,
arrombei uma porta,
derrubei uma cerca,
fiz um muro ruir,
sumindo, na poeira da estrada,
sem sequer pensar em ti.

Pois, se pensasse,
não partiria.
Jamais escaparia
do teu sortilégio mortal,
desse teu mortífero veneno,
que ao mesmo tempo que me mata,
também me alucina e embriaga.

Mas fiz.
Te abandonei.
Sem meias medidas
ou medida e meia.
Te deixei à míngua,
sedento,
lobo faminto uivando
em noite de lua cheia.

E mesmo que ainda me doam
as cicratizes
de todas as feridas,
ainda que não seja de todo feliz,
já me posso olhar no espelho
sem o pensamento à esmo,
ao teu entrelaçado,
seguindo caminhos que nunca quis.

- por JL Santos, em 20/10/2008

INENARRÁVEIS PRIMÍCIAS

Deixe-me ouvir
teu doce murmúrio,
a vida a fluir
no teu sangue a circular,
o sopro divino
no ritmo da tua respiração,
marcas, que te fazem única
dentre todas.

Permita-me sempre
desfrutar de tuas delícias,
percorrer o suave roteiro
de todos os teus encantos,
inenarráveis primícias,
néctares de elíseas paragens,
contornos sensuais,
rota de todas as viagens.

- por JL Santos, em 20/10/2008 -

A MINHA POESIA, O QUE É ?

A minha poesia é
o que eu vivo
o que eu minto
o que eu invento
o que eu omito
o que eu revelo
o que eu escondo
o que é fuga
o que é encontro
o que eu descubro
o que eu perco
o que eu cuspo
o que eu como
o que eu bebo
o que eu vomito
o que eu rio
o que eu suo
o que eu semeio
o que eu colho
o que me dói
o que me cura
o que me deram
o que me tomaram
o que me aprisiona
o que me liberta
o que é sonho
o que é sono
o que me desperta
o que me cega
o que enxergo
o que é tédio
o que me alegra
o que é morte
o que é vida.

Pois é
a minha poesia
eu às vezes nem sei o que é! . . .

JL Santos- em 16/10/2008 -

NO DOMINGO O SOL BRILHARÁ ou O POEMA DA ELEIÇÃO

No domingo o sol brilhará,
mesmo que venha a chuva.
Pois, o que antes se proibira, se fará
como culto aos que pereceram na luta.

No domingo, mesmo que ainda
vençam os fracos, os canalhas de toda ordem,
a vitória será desmesuradamente linda,
apenas um pequeno tropeço em meio à viagem,

Que ser livre exige aprendizado:
Difícil, lento, demorado.
E mais importante que lições de ideologia,
É doar carinho e amor a cada dia.

JL Santos

RELEMBRANDO O ONZE DE SETEMBRO


BUUUM !!
Pelos ares se foi a torre
mas, essa droga de capitalismo selvagem
nem assim morre.

BUUUM !!
Explodiu um fundamentalista
mas, esse câncer da intolerância
ainda está à vista.

PAAAZ !!
É o que se precisa
sem atentado
sem suicídio
sem burka
sem proibição babaca.

PAAAZ !!
É o que se precisa
sem goela sedenta por petróleo
sem beligerância
sem desejo de supremacia
sem tropa no Iraque
ou no Afeganistão.

PAAAZ !!
Com abraço muito apertado
com muito beijo na boca
com muito carinho explícito
pois, o que falta nesse tresloucado mundo
é amor dentro e fora de cada coração.

- por JL Santos, em 11/09/2008 -

LUZES, CÂMERAS, AÇÃO !!

Sobe o pano de cena para mais um ato.
A música no rádio-relógio-digital
E o sol, tímido, a invadir o quarto,
Sinais que o intervalo chegou ao final.
Procuro pelo texto: onde estará escondido?
Esqueço-me, que na vida o improviso é trivial,
Sem tempo para ensaios ou retoques na foto.
Nada, a não ser você, diante do bem e do mal.

- por JL Santos, em 09/09/2008 -

AMAR SEM MEDO


Amar sem medo é um dom
uma canção sem palavras
Do músico, o mais puro som
Entendido em todas as línguas.

Pois o medo nos faz mudos
Nos reduzindo a quase nada
Nos impedindo de dizer tudo
Nos mantendo a boca selada.

Então, soltemos nossa voz
Amenos com ardor intimorato
Fujamos dos trilhos, dos medos
Dando à vida novos formatos.

E assim seguindo, de peito aberto
Certamente, o amor se fará presente
Porque, tenha fé, ele está por perto
Aguardando a tua ação consciente.

por JL Santos, 21/01/2008

EU, ANSIOSO ?!

Eu, ansioso?
Nunca!
Nunquinha!
Na-na-ni-na-não!
Mas, vem cá?
O que você quis dizer
com essa pergunta?
Será que você achou
algo estranho em mim?
Desembucha!
Diz logo!
Vai!
Detesto gente assim,
repleta de insinuações.

Eu acho,
bem, acho que acho,
que de nada tenho mais certeza,
que temos de abrir os corações,
trazer os assuntos pra mesa,
sem segundas intenções,
como essa,
que você acabou de demonstrar,
fazendo pergunta sem pé nem cabeça,
carregada de insinuação ferina.
Imagina!?
Eu, ansioso?!

- por JL Santos, em 06/08/2008 -

POEMA INFO-DOIDO

I-POD !
Ontem eu MP-3 vezes com ela.
E-MAIL esse teu lindo SOFTWARE
E ninguém CLONA,
Que eu já SALVEI no meu BLOG.
Porém, agora SITE !
Vai-te embora,
Fique OFF,
Que é preciso
REINICIALIZAR
O APLICATIVO,
Sem drama.
Sem choro na WEB-CAM,
Sem SCRAP de despedida,
Sem esculacho no PROFILE,
Sem VÍRUS em represália.

JL Santos

SURTEI !

Surtei.
Saí de mim,
ou, quem sabe, entrei?!
Nunca me senti assim:
fora do corpo e da vida.
Garganta seca.
Visão distorcida.
Pernas trôpegas.
Consciência inquieta.

E agora?
busco medicação?
mediação?
exorcismo?
terapia?
acunpultura?
meditação?
zen-budismo?
internação?

Surtei.
E de nada adianta
camisa-de-força,
nem forca,
cela-surda,
gardenal.
Que o caso é mais complexo.
Não só de sexo,
em sua origem,
como se diria freudianamente.
O troço é na mente.
É na ponta do dedo,
que me aponta.
É na semente,
que medrou degenerada.
É na realidade
que se mostra
bêbada e tonta.
É nos meus olhos,
secos e frios,
a captar tanta imagem
obscura.

E agora?
Onde redescobrir a normalidade?
Em que cidade?
Em que beco ela se esconde?
Em que viela desse meu lugar?
Será que tem nome?
Bons ou maus
antecedentes criminais?
Sexo, CPF, anotação no SPC?
Ou ela não tem endereço fixo?
Mora debaixo das marquises?
Dorme sobre folhas de jornais?
Será, que uma vez perdida,
não se volta a encontrar?
Jamais?!

- por JL, 28/07/08 -

MEDIDA FEMININA

Qual é a tua medida?
1,60 de altura,
65 de cintura,
54 de peso,
um pouco menos,
talvez,
se for pelo avesso;
uma vontade atroz
de ser feliz na vida.

Qual é a tua medida?
dois côvados
muito simpáticos,
milhas e milhas
de sonhos lunáticos,
litros e litros
de simpatia,
convertidos
para metros cúbicos,
que melhor medem a alegria.

Qual é a tua medida?
unidade infinitesimal
ou tonelada?
arrobas bem
ou mal pesadas?
alqueires
ou hectares?
delírios em nós
pelos mares?
microns fugidios
de esperança?
um-dois, um dois,
quando na dança?
momento
ou Eternidade?

- por JL Santos, em 12/07/2008

FAÇAM O JOGO, SENHORES !!

Eu e mais ninguém
ali parado,
expectante,
no vértice da vida,
no vórtice do mundo,
jogando todas as minhas fichas
numa única cartada,
arriscando a sorte
no próximo segundo,
no próximo girar da roleta,
tudo na mesa,
vida e morte,
tarde demais pra recuar.

O mundo então pos-se a girar
girar
girar
girar
girar . . .

Perdi,
de nada adianta chorar,
o crupiê me olha,
recolhe o que havia sobre o pano,
fragmentos em madreperóla do meu desengano,
enquanto repete a sorrir:

Façam o jogo, senhores!

- por JL Santos, em 18/07/2008 -

- QUEM TE DISSE ? -


Quem te disse:
"levanta-te e anda" como a um Lázaro?
Quem te disse:
"a vida é a arte do encontro" pela vez primeira?
Quem te disse:
"vem meu menino vadio" como a um cão sem dono?
Quem te disse:
"fiat lux" em teu momento de cegueira?

Muitos foram os que me disseram
todas essas frases.
Muitas vezes repetidas nessa minha vida de fases
e de alternâncias, tantas e tamanhas,
que a cada momento, que as ouço,
soam-me diferentes;
outros significados nos sons articulados,
semeando confusão e medo
em meio aos meus dogmas e crenças,
em mim, tão sedimentados.

Mas hoje, hoje sim: levantar-me-ei!
E andarei
e gritarei
e bailarei
e comporei
poemas sem sentido
poemas estropiados
poemas malditos
poemas roubados
poemas paridos
poemas cansados . . .
mas que falem
por medo
não por coragem
da emoção de ter vivido.

- por JL Santos, em 16/07/2008 -

ODE DE AMOR À MANHÃ DE SÁBADO DO RIO DE JANEIRO

Abençoada seja
minha Cidade do Rio de Janeiro
e suas manhãs de sábado,
musicada pelo canto dos bem-te-vis
e pelo riso de teus boêmios,
que se recusam a aceitar o dia.

Abençoado seja
o Bairro de Santa Teresa
com suas ladeiras impiedosas,
seu parque de nuvens e sonhos,
erguido sobre passadas ruínas,
com um som de violão invadindo a alma,
em rondós, passacalhas e minuetos.

Abençoada seja
a feira que semanalmente brota à minha porta
com sua algaravia madrugadeira
seus pregões que o sono espanta,
suas cores, suas flores, alegria pra todos os lados,
que só finda com a hora da xepa,
quando multiplico meus poucos trocados.

Abençoados sejam
seus jogadores de cartas,
seus corredores matinais,
seus museus, úteros em permanente gestação,
seus moradores anônimos, em perpétuo sorriso,
seus ônibus refrigerados,
seus trens sempre no horário,
sua Mata Atlântica, no coração de tudo,
inclusive no meu,
seu amante de amor perdido.

Abençoada seja
a sua diversidade,
sua população de rua, alcoolizada e triste
seus travestis, insistindo na arte de iludir
seu poeta, em bronze, no banco da praia
esse amor, essa felicidade,
esse carinho com que me abraças
essa beleza esparramada
em que meu ser, em paz, flutua.
 
JL Santos

UM OUTRO ESTADO DO MEU SER


Hoje aprendi uma nova maneira de decodificar o mundo,
uma nova maneira de ver a vida:
Olho prum mendigo
e apenas vejo um ser por mim desconhecido;
Olho prum louco
e concluo que meu referencial, para defini-lo, é bem pouco;
Olho prum bêbado
e descubro alguém que, de si, se perdeu;
Olho prum gênio
e só enxergo um pigmeu.
E quando, em espanto,
refletindo toda a minha vivência,
olho pra mim mesmo,
eu que sou rotulado como são,
não consigo me ver lúcido,
pois descubro a existência,
de um espaço desconhecido no meu coração.

- by JL (José Luiz Santos) - Lapa, 10/11/2007

PRECISO !!


Preciso olhar para os lados,
estender as mãos
e agarrar a vida
pelos cabelos,
com força e medo,
como se fora
alada fera,
perto de mim voando,
ao alcance dos meu braços
e dos meus sonhos.

Preciso ouvir os sons da alegria,
abrir meus ouvidos aos cantos das aves,
às modulações suaves,
que numa torrente de magia,
enchem o ar de novas texturas,
distribuindo beleza, desfazendo nós,
ignorando os abismos e entraves,
que insistimos em construir em nós.

Preciso provar todos os sabores,
degustar todos os vinhos inebriantes,
comer das frutas que nascem fora da estação,
banquetear-me, em delírio, de iguarias raras,
de tudo provando, não com a boca,
que essa é banal e vulgar,
mas, com cada fibra do meu coração,
de tudo, e um pouco mais, que a vida tenha a me dar.

- por JL Santos, em 05/11/2007

A RUA PERDIDA DA MINHA INFÂNCIA


A rua da minha infância era de barro,
depois calçaram-na com paralelepípedos;
o futuro, porém, poupou-me de ver a tristeza do asfalto.
Nela joguei bola,
sentei-me no meio-fio,
para conversar com os amigos
e ver as moças,
com suas mini-saias,
descerem dos ônibus.
Eram tempos remotos,
de andar sem lenço
e sem documento,
de ver a banda passar,
de zumbidos de besouros ingleses,
de estrondos de pedras rolantes
e de bombas de napalm,
de descobrir a praia
debaixo das pedras,
desfilando pela avenida,
de braços dados,
aos milhares,
exigindo o impossível:
o amor em vez da guerra.
Por ela assoviei nas madrugadas,
meio de porre,
voltando dos bailes,
nos quais, por não saber dançar,
sempre terminava sozinho.
A rua perdida da minha infância,
apesar de nela não mais morar,
continua sendo o endereço
de grande parte das minhas lembranças.

- por JL Santos, em 24/25/jun/2008 -

ERA UMA VEZ UMA MULHER APAIXONADA ...

Era uma vez,
Uma mulher apaixonada
e não correspondida,
aliás, como já ocorrera
inúmeras outras vezes,
apesar de seu amor
ser tão imenso,
tão desmedido,
tresloucadamente insano,
a ignorar barreiras
e limites,
pois, todos os obstáculos
eram transpostos
com tamanha facilidade,
que ela até supusera,
esse encontro fora de hora,
o marco de uma nova era,
em que viveria um amor de verdade.

E seguindo no desfiar do tempo,
sentia-se cada vez mais apaixonada,
até que, certo dia,
percebeu-se não mais inteira,
pouco menos de triste metade,
pedaço de si mesma em desalinho,
objeto que antes nunca fora;
quase assassinada
por aquela paixão sem resposta.

E foi assim,
que descobrindo-se infeliz,
despertou do sonho desencantado,
espreguiçou-se como felina,
escovou os dentes,
tomou banho e café
e foi viver a vida lá fora;
que isso de era uma vez,
de mito de príncipe encantado,
ou coisa que o valha,
que eu bem me lembre,
se a razão não me falha,
há muito tempo já era.

- por JL Santos, em 19/02/2008 -

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ESSE VÍCIO: POESIA


Esse vício , na poesia,
leva o teu nome:
Inspiração!

É ela que que me mostra a via,
quando me chega essa fome
de drenar meu coração.

Mais que vício,
urgência extrema,
uma vontade incontrolável e soberana,

Que insiste em se fazer poema,
me afogando como um rio
descendo impetuoso da montanha.

Se resisto, sou arrastado
para lugares dantes desconhecidos,
paragens apenas imaginadas,

Em loucos momentos de devaneios,
em que pensando na vida, deslumbrado,
deixava as idéias fluirem bêbadas.

Agora, que sei a tua face,
que descobri o segredo do vento,
pinto, com palavras o teu retrato,

Antes que a inspiração feneça,
perdendo-se à míngua, ao relento,
morrendo o rio em regato.

- por JL Santos, em 19/06/2008 -

- SORRISO FINGIDO -


Olhando agora o teu sorriso,
descubro que não sorris para mim,
pois, teus olhos desmentem
o que boca lábios e dentes
insistem em me prometer.
E se, assim, hoje descobri tua intenção,
foi por causa, tão somente,
do fogo extinto da paixão,
que já não me ocupa a mente,
apenas, lixo amontoado,
do lado de fora jogado,
que esqueceram de recolher.

- por JL Santos, em 14/06/2008

INESPERADO AMOR

Eu poderia te dizer mil coisas
Sobre este inesperado amor
Que de novo me torna inteiro
E me faz assim tão feliz
Tão alegre e contente
Como se ele - o amor - fosse o primeiro ...

E assim sentindo e pensando, descubro
Que os versos que te escrevo
São apenas meros reflexos
Um milésimo do meu sentir
Do turbilhão que me vai na alma
E que me agita, me transforma
Me restaurando a tranqüilidade e a calma ...

Sei que nada mais seria preciso exprimir
Que o amor tem meios próprios
De se fazer entender e pressentir
Pois, que ele estabelece mágica sintonia
Em que basta pensar com afeto e alegria
Para o sentimento ir de encontro à amada
Já não necessitando dizer mais nada ...

Versos apenas imperfeitamente descrevem
Os eflúvios que no coração se agitam
Retrato desbotado e desfocado
De alma esparramada em poesia
Do coração que encontrou doce abrigo
Quando já mais nada pressentia ...

- por JL Santos -

AOS ENAMORADOS

Estar enamorado é algo mais que sublime.
É penetrar na dimensão irreal dos sonhos,
Libertar-se dos limites impostos pela banalidade,
Entregar-se ao comando do que realmente somos:
Seres divinos, criados para o amor e a felicidade,
Porém, ligeiramente esquecidos
Dessa nossa sublime destinação,
De viver no amor imersos,
Extasiados pelos eflúvios da paixão,
Aceitando o ser amado como ele seja,
Com toda a sua imperfeição e singularidade,
Com sua virtude incipiente, mas benfazeja,
E junto dele construir, na alma, a ansiada união.

- por JL Santos, em 12/06/2008 -

- COMÉDIA DE AMOR SUBURBANA -

Foi lá longe, em Cascadura,
Bem pertinho da estação,
Que essa história começou:
Ela, uma moça bonita,
Ele, um rapaz sem futuro.

Porém, mesmo assim, amaram-se.
Ela morava na Sidônio Paes,
Ele, já nem me lembro mais.
Ela lhe entregou o coração,
Ele, nem a unha do dedo mínimo de sua mão.

- por JL Santos, em 07/06/2008 -

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

- O DIFÍCIL DA POESIA -


O mais difícil, da poesia,
Ao nascer,
Não vem a ser
O tema,
Mas, o primeiro verso,
A primeira linha,
Que descerra o Universo
Por onde ela caminhará.

O mais difícil, da poesia,
Ao nos visitar,
É o seu despertar,
Como o sol em manhã fria
Invadindo casas velhas e vazias,
Tristes e escuras ilhas,
Almas penadas adormecidas,
Como o pó depositado em velhas mobílias.

- por JL Santos, em 28/12/2002 -

AMOR: DESERTA PAISAGEM


No Solstício deste inverno
Teus braços serão os laços
Que me prenderão à realidade
Ao chão incerto, que, em tremores, insiste
Em fugir debaixo dos meus pés,
Roubando-me os últimos clarões de sanidade,
Toda a minha possível ventura esquecida,
Todo o meu sentimento mais terno.

Sim, preciso dos teus braços,
Para transitar por esse tempo insensível e glacial;
Deles preciso, como o alpinista,
De suas cordas e ganchos;
Como o velho bêbado, na noite,
Necessita de sua roupa em frangalhos,
Para se fazer merecedor de uma esmola especial;
Como as flores anseiam pelo primeiro raio de sol.

Porém, olho no espelho e - teus braços - lá não mais os vejo.
Lá onde sempre existiram, apenas em reflexo.
E, se hoje, lá os procuro, como mico doido de realejo,
É porque, desse lado de cá da miragem,
Só sobraram fragmentos de lembranças;
Poucos e lúgubres poemas sem nexo,
Compostos nos desvãos de minha insensatez,
Sob inspiração do amor, essa deserta paisagem.

JL Santos - Feito sobre dois versos doados pela amiga Poeta Teresa:

- TUDO DAREI SE ME CHAMARES -


Eu sempre estarei aqui!
É só me chamar,
Que me farei presente,
E, mesmo que aconteça de demorar,
Pois, a vida se tornou constante frenesi,
Jamais pense, que não te penso assiduamente.

Parece letra de tango,
O que ora te escrevo,
Isso não nego.
Mas, o sentimento é sincero,
E no peito o levo,
Como tinta dentro do tinteiro,
Ou, ainda, cicatriz de mordida de cachorro.

Tudo de mim obterás:
Para formar tua canastra, o meu ás,
Para que não te percas, o meu GPS,
Em caso de cefaléia, o meu último melhoral,
E, se a morte de súbito me acometesse,
Ainda, assim, te daria meu suspiro final.

Ó amada, a quem tudo dedico,
Ó flor desmaiada de meu suspenso jardim,
Se de volta me chamasses, em meu amor desmesurado,
Dar-te-ia, nesse resto de vida, tudo o que há de melhor em mim,
Das minhas gravatas com manchas de quétichupe seco,
Aos aurículos e ventrículos de meu coração descompassado.

JL Santos

- CORTANDO TODAS AS AMARRAS -


VOU !!!

Vou !!!
Que aqui nunca foi o meu lugar,
Que esse lugar nunca teve espaço
Para todos os meus sonhos;
Sonhos líricos e surreais,
Como os quadros de Dali,
Ou os poemas de Borges.

Vou !!!
E aviso, que cortei todas as minhas amarras,
Que levantei minha âncora,
Recoberta de cracas ancestrais,
Depois de tanto tempo lançada.
Para segurança de não mais voltar,
Joguei fora minha chave da porta
E o controle remoto do portão,
Como, se quem o fizesse não fosse eu.
Também queimei os móveis vestutos e empoeirados,
Com roupas e o que dentro mais houvesse.
Ainda, diante da minha vontade, talvez nem tanta . . .
Com alguma incerteza percorrendo-me o coração,
Para não ter onde mais me agarrar,
Mesmo que o quisesse,
Enfiei o dedo na garganta
E vomitei, em prantos, toda minha dor
No primeiro poema que você me escreveu.

- por JL Santos, em 01/06/2008 -

- A VIDA SEM TI -


Tu és a flor que me fascina à beira do abismo.
Tu és música para meus ouvidos quase ensurdecidos.
Tu és a inspiração para os meus poemas sem nexo.
Tu és o início da estrada, do qual há muito me esqueci,
ainda, o final da jornada, entrevisto por entre brumas de sonhos.

Serás mesmo tudo isso? se me foges, me evitas,
deixando-me à míngua de teu afeto e de tua infinda magia.
Serás mesmo o meu porto de arribação? se chegado do mar
não encontro os teus olhos, a tua mão, a me acenar;
como se fosses apenas isso, olhos e mãos em doce aceno,
descuido dos céus em ti impresso, sob a forma de encantos,
razão maior dos meus versos, que agora sem ti adormecem,
mergulhando no atormentado sono da paixão sem mais guarida,
sem mais ter sua pedra de toque, o seio onde se nutria.

Hoje, confesso-me, diante da tua ausência,
a impossibilidade de viver contigo ao longe.
E, mesmo que ainda viva trezentos anos,
por esse tempo inteiro, sem companhia, hei de chorar-te,
pois a vida sem ti, perde sabor e arte,
tornando-se insípida e sem cor;
visão há tanto tempo anunciada por Dante,
quando se pôs o Inferno a retratar.

- por JL Santos, em 18/03/2008 -

OS LIMITES DO SONHAR -


Quero que me tomes
Além do riso e do olhar,
Quero que me leves
Para além dos limites do sonhar,
Para fora dessa dimensão finita,
Para ver a vida mais bonita,
Mais perto da plenitude,
De toda a mais possível verdade.

Sei, que te peço o impossível.
Porém, ainda sei, que assim o exigir,
É ação de coerência e lucidez,
A libertar-nos do círculo de giz
De tudo que é, apenas, provável,
Aclarando-nos os olhares cegos,
Revelando-nos tudo o que há por vir:
O Oculto pela mesmice dos séculos.

- por JL Santos, em 26/05/2008 -

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

- O ALCANCE DO AMOR -

Quanto pode o Amor alcançar?
Só sei, que Ele não conhece limites,
Atingindo todos os pontos do Universo,
E, ainda que demore, a todos os seres.

Por mais que Dele duvidemos,
Ele é o princípio de tudo na vida.
É Ele que nos motiva, que nos inspira
A não desistirmos da caminhada.

Quando sofremos, é Ele que nos conforta.
Quando alegres, é Ele que nos sustenta.
Na dúvida, deve ser por Ele a nossa opção,
Esquecendo, jamais, de O trazer no coração.

JL Santos

- ELA !! -

Acordo
e me Sento
diante da janela,
e o que vejo: ELA !!

Amanhece,
chove à bessa,
o sol que não veio
é ELA !!

Nem penso na vida.
Não quero café,
se olho em volta
e não vejo ELA !!

Carente de beijo,
recuso o queijo,
na TV, uma figura,
a repórter é ELA !!

Desde o encontro,
na noite de Lapa,
eu de camisa amarela,
só um pensamento: ELA !!

JL Santos

AVE SÁBADO !

Ave sábado !
e esse jeito no ar de quase domingo.
Ouve sábado !
o meu pedido de paz para mim e o mundo.
Abre sábado !
as janelas de mim para que eu me veja por inteiro.
Unge-me sábado !
de paz, tolerância, compreensão e harmonia.
Arre sábado !
que coisa maçante, saber-te finito.
Abriga-me sábado !
dos meus medos e desamparos.
Atiça-me sábado !
para que me levante disposto a sair e buscar...
Acalma-me sábado !
apaga em mim essa ânsia de mais uma vez desistir.
Evoé sábado !
mesmo sem o vinho que hoje não o posso beber.

Ave sábado !
Gato sábado !
Bovino sábado !
Ofídeo sábado !
Passarinho sábado !
que de mim vai nascendo
cantando e sorrindo !!

JL Santos

ACRÓSTICO EM HOMENAGEM AO CRISTO REDENTOR

ACRÓSTICO EM HOMENAGEM AO CRISTO REDENTOR

DENTRO DE TEU ABRAÇO

DENTRO DE TEU ABRAÇO
Eis um poesia,
que pensei não viria. . .

DENTRO DE TEU ABRAÇO

Nessa madrugada vazia,
deserta de inspiração,
em que não me vem a poesia,
até o sono perdeu-se na imensidão.

Se dormisse,
no sonho, talvez rabiscasse
uma ou duas linhas,
palavras, que se fariam amigas,

Fazendo-se, acalanto
à alma que geme,
que pede o calor de teu peito,

Para, dentro de teu abraço,
reencontrar minha paz, meu leme
e o reconforto de meu cansaço.

- por JL Semeador, em 04/10/2011, na Lapa, onde até a falta de inspiração se torna inspiração de minha poesia -

PAIXÃO

PAIXÃO
Uma única coisa,
deixa eu te dizer:
paixão não pede licença,
entra no coração da gente,
se instala
e quando você vai ver,
ela está lá,
senhora absoluta
do nossos sentimentos.

Se não,
não seria paixão. . .

- por JL Semeador, na Lapa, lugar de paixões intensas e inesperadas, em 31/01/2011, revisado em 14/09/2011 -

NOVOS TEMPOS DO AMOR

NOVOS TEMPOS DO AMOR
Tudo contigo tem graça e cor
Coisas decididas no momento
Ao murmúrio do vento
Ao incessante fluir do amor

No que era conhecido, novo sabor
No que era feio e vestuto
Fez-se beleza estonteante de flor
Que não se desfaz no tempo

Tudo diferente, tudo novo e melhor
Passei a olhar a vida do alto
O futuro não mais me causa horror

Teu beijo é meu bálsamo regenerador
No teu corpo, que encerra as belezas do Olimpo,
Da paz e da poesia, tornei-me semeador. . .

- por JL Semeador, em 10/09/2011, na Lapa, lugar de amor, paz, flores e semeaduras -

BRASIL: ESSE É O MEU PAÍS!

BRASIL: ESSE É O MEU PAÍS!
Sempre que olho pro meu país
A brisa vem e me diz
Que aqui é o meu lugar
E mesmo que outro eu tente encontrar
Outro país como esse não haverá
Com esse infinito colorido
Essa mistura de cores e raças
Esse jeito hospitaleiro
Como o Redentor
Sempre de braços abertos
Que define o brasileiro
Operário da alegria e do amor
O tempo inteiro.

Brasil de tantas culturas
Praias de raras belezas
Tantas, que algumas
nunca chegarei a vê-las
Dos ritmos em profusão
Frevo, maculelê, carimbo
Lá pras bandas do Pará
Catira, fandango e chula
Ao som da gaita do gaúcho
Samba rasgado no terreiro
Tudo isso é um luxo só
Alegria maior de ser brasileiro.

No domingo, o futebol que alucina
Na mangueira, o canto de um azulão
Feijoada no almoço com os amigos
Guaraná do amazonas pra criançada
Doce com queijo-de-minas na sobremesa
Conversa comprida em torno da mesa
Quem chegar é bem-vindo
Pois no meu país, que é lindo
Vivem a paz e o amor em revoada.

E mais não conto
Por excesso de emoção
Eu amo todos os cantos
Todas as matas
Todos os rios
Todas as cidades
Todas as ruas
Desse meu imenso rincão
E hoje nesse poema
Que fiz com um nó na garganta
Uma certeza desponta
Expressa na minha rima
Brasil, será sempre teu meu coração.

- por JL Semeador, brasileiro com muita garra, na Lapa, um pedaço de terra com a cara do Brasil -

ESSA NOITE CHOVEU PAZ

ESSA NOITE CHOVEU PAZ
Essa noite choveu paz.
Do céu, que se fez cor de prata,
Desceram gotas de luz,
Iluminando a cidade e a mata.

Quem estava dormindo, perdeu.
No noite de domingo, madrugada, quase,
Algo mais bonito, creio eu,
Somente, se o paraíso, agora, fosse.

Fui embora pra casa imerso
em amor, luz e poesia.
Livros, poetas e versos,
eram os motivos de tanta alegria,

Naquela noite única, quase fria,
em que, o desamor e a violência,
à vida, deram uma breve trégua,
choveu paz, ao invés de água.

- por JL Semeador, na madrugada de 0/09/2011, na Lapa, sob a inspiração de um poema da amiga Vanda Ferreira, a Bugra Sarará, e ainda sob os eflúvios da noite de domingo na Bienal do Livro -

AMOR INFINITO

AMOR INFINITO
Tudo o que eu te der, jamais será demasiado.
Nada do que me deres, será pouco.
Pois, quando os sentimentos obedecem à escala do infinito,
Mensurá-los, é tarefa para um louco.

O meu amor por ti é uma nova invenção,
Que edifiquei, pacientemente, ao longo de minhas esperas.
Teu amor por mim, pura surpresa, emoção
E descoberta, de quem, de tamanha façanha, nunca supusera.

Somos complementares, em nossas diferenças.
Seres que se procuravam sem que disso tivessem ciência.
Um sem o outro, hoje, impossível a existência.
Os dois, juntos, poder incontrolável, a não haver quem vença.

Enfim despertado, do sono e da apatia
Que me foram, por tanto tempo, companheiros;
Ouso dizer que és a fonte de minha paz e harmonia.
Quanto a mim, só quero te cuidar, ser o teu fiel Jardineiro.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de todas as músicas e amores -

POEMINHA EM HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES

POEMINHA EM HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES
Poemo o amor no diminuitivo
Para fazê-lo ainda maior
Sempre concreto, nunca adjetivo
Com cheiro de flor, a rima melhor.

Quem, desde cedo, assim me ensinou
Foi o nosso mais que amado Poetinha
O homem que mais, às mulheres, amou
tornando-se, do amor, a imagem perfeitinha

Com ele aprendi, que amor é amorzinho
No diminuitivo, para conter mais afeição
Minha namorada é sempre meu benzinho
Sem limites ou represas do coração

E assim sigo compondo meus poeminhas
No intento de cantar o amor em paz
Expressando o amor em palavrinhas
Seguindo a receita do Mestre: Vinicius de Moraes.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, ou melhor Lapinha, o lugarzinho que escolhi para morar -

A VIDA SEM ROMANCE

A VIDA SEM ROMANCE
A vida sem romance
não tem a mínima chance

de se fazer completa
esvaindo-se, feito água na sarjeta.

A vida sem romance
é sobremesa sem doce

paixão sem fogo
que vem e acaba logo.

A vida sem romance
passa como se fosse

um único carnaval
depois, quarta de cinzas interminável.

A vida sem romance
é lugar sem viço

se assim vives, sem vontade
caia fora, antes que seja tarde.

- por JL Semeador, na Lapa, nessa madrugada linda de segunda-feira, 15/08/2011, depois de um domingo que em agosto resolveu dar uma trégua pra gente -

AMORES DE TODO TIPO

AMORES DE TODO TIPO
Há amores de todo tipo,
é só escolher
o que melhor convier:

Românticos: com direito a poemas,
buquês e bom-bons;

Sado-masoquistas: acompanha
algemas, coleiras e chicotes;

Amores bandidos: sempre,
entre tapas e beijos,
idas e vindas à delegacia;

Amor burocrático: sexo, uma vez
por semana, às quartas,
depois da novela das nove;

Amor moleque: dúvidas,
surpresas e traquinagens;

Amor aventureiro: nunca se entrega
por inteiro, na ânsia por novas paragens;

Amor água-morna: funciona até que apareça
alguém, ocasião em que o caldo entorna;

Amor vulcão: somente à espera
de entrar em erupção;

Finalmente, amor sem adjetivo:
que chega e gruda na alma, feito adesivo,
impossível de arrancar.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, lugar de ser feliz, em 03/08/2011 -

NO VINHO A VERDADE ou "In Vino Veritas"

NO VINHO A VERDADE ou "In Vino Veritas"
"In vino veritas",
diziam os romanos,
ao erguerem as taças,
sem lugar para enganos.

Na rubro da taça,
à espreita,
de tocaia,
se escondem
o desejo que arde
e incontáveis acenos
que, na alma vicejam:
impulsos secretos,
que arrastam, feito torrente,
tudo por onde passam,
deixando, depois, a paisagem
estranhamente diferente.

Cada gole
anula
o enfraquecido
pudor
e o pouco
senso
de defesa.

Por que não,
ali mesmo,
na mesa,
deixar fluir o vulcão
que insiste em despertar?

Por que não,
agora,
drenar dos corpos
o tesão
em excesso,
libertando o desejo
que insiste em jorrar?

Depois?
- Depois pode ser muio tarde,
pois, a verdade do vinho
é fugaz,
é breve,
apenas um átimo;
que dura, tão-somente
o tempo que se move,
apressado,
no crepitar de uma chama.

- por José Luiz de sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de mim e de Manoel Bandeira, numa madrugada de sexta-feira, 29/07/2011 -

VIVER ME LEMBRA ALEGRIA

VIVER ME LEMBRA ALEGRIA
Viver me lembra alegria
Sentimento suave e pleno
Que, do fundo da alma, irradia,
Da paz o melhor aceno.

Viver me lembra compromisso
Com tudo o que nos rodeia
Desde aquilo que me é preciso
À dor que no mundo campeia.

Viver me lembra aprendizado
Desde as letras e matemáticas
Às lições ofertadas pelo Mundo
Com humildade e sem dramas.

Viver me lembra, enfim, privilégio
Que Deus, por amor, nos ofertou
E mesmo que o viver não seja régio
Será sempre o mais belo show.

- por JL Semeador, na Lapa, que voltou a ser a Lapa, em 28/07/2011 -

POEMA PARA O CORPO DA AMADA

POEMA PARA O CORPO DA AMADA
Teus dedos, ora teus dedos. . .
São ternos e delicados,
transmitido à minha pele
o carinho doce e singelo
que te brota do coração.

Tuas mãos, ora tuas mãos. . .
São asas de um passarinho,
desses, mais raros,
que me esvoaçam a alma,
ofertando-me prazer e calma.

Teus braços, ora teus braços. . .
Que tão intensamente me abraçam,
são o fio em que me enlaço,
enquanto flutuo e me desfaço
à luz inebriante dos teus olhos.

Teus olhos, ora teus olhos. . .
São brasas acesas na noite,
como olhos de uma Tigresa,
à espreita da presa,
para devorar e se perder em seu corpo.

Teu corpo, ora teu corpo. . .
Teu corpo é o meu copo,
onde me dessedento
e me embriago com teu vinho
que jorra da tua fonte transbordante.

Tua boca, ora tua boca. . .
Abismo que me traga,
quando gritas, com voz rouca,
(nunca antes, tão desvairada e louca),
Que, enfim, flor desabrochada, gozas.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, que se prepara para viver mais uma sexta-feira -

O AZUL DO TEU VESTIDO ou TODA BELEZA DO DOMINGO

O AZUL DO TEU VESTIDO ou TODA BELEZA DO DOMINGO
O azul do teu vestido
dissolveu a névoa e a insensatez,
que se abateram sobre a cidade,
no dia que ainda não se fez.

Azul, por certo, roubado ao céu,
que, mais tarde, de azul, colorir-se-á.
Azul subversivo, a provocar escarcéu,
desde o Rio Grande ao extremo norte do Pará.

Azul! quase verbo, no modo imperativo.
Azul! é a vida quem clama e ordena,
mesmo sem aparente razão ou motivo.

Azul, a azulejar o dia,
para que possa valer a pena
o domingo que principia.

- por JL Semeador, na manhã de domingo da Lapa, 26/06/2011

TEU BEIJO !!

TEU BEIJO !!
Quando te beijo
um mundo novo se descortina;
da sorte, ouço o som de um realejo,
desaparece o tédio e a rotina.

O teu beijo tem gosto
de fruta roubada no pé;
nenhuma outra tão gostosa, eu aposto;
polpa madura, sabor raro e forte.

No teu beijo habitam
intensos e insólitos presságios;
é o mais poderoso talismã,
capaz de atender a todos os meus desejos.

Se me beijas a boca, estremeço;
desabo, quando me beijas o pescoço;
se me beijas os olhos, me desfaço,
e num mundo de risos e luzes ingresso.

Assim é o teu beijo:
meu elixir de longa vida.
Outra coisa, não almejo,
que não, a tua boca atrevida.

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011

O OLHAR É UM PÁSSARO LIVRE

O OLHAR É UM PÁSSARO LIVRE
O olhar é um pássaro livre,
vestido de plumas multicoloridas.
A tudo contempla,
a todos os lugares viaja,
mesmo quando adormecido.

O olhar é a janela da Vida.
E mesmo os cegos,
por entre as trevas,
olham!
Pois, da alma, os olhos,
jamais se fecham.

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011

REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE

REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE
Este poema é uma homenagem a duas pessoas queridas: Beto Seixas e Themis, que partiram nesse final de outono, que mais parece inverno, com a morte insistindo em se fazer presente, junto com o frio e a névoa que oculta as manhãs.

.

Vivo uma fase de mudanças radicais:
nunca mais corri maratonas;
já não amo com há tempos atrás;
na rua, à meia-noite, sinto já ser tarde demais.

Óculos, se os esqueço, vejo-me perdido.
Remédio da PA, não tomar é suicídio.
Antes de cada exame de próstata, muito medo.
Começo a sentir saudade de quase tudo.

Ai de mim, frágil mortal, que do Tempo sinto urgência;
nessa fase da vida que, feito desatada sangria,
gota-a-gota, nos é drenado o viço e a alegria.

Ai de mim, que ainda aparento cinquenta,
mas, de Ísis, sinto-me cada vez mais perto;
- a cata de moedas - barco de Caronte esperando-me no Porto.

- por JL Semeador, Lapa: 17/06/2011

REMÉDIO PARA MAL DE AMOR

REMÉDIO PARA MAL DE AMOR
Há um só remédio
para mal de amor.
Algo que afugenta o fastio
e a dor,
que vem e se instala
feito incômoda mala,
repleta de inservíveis pertences,
sentimentos que restaram apodrecidos,
e que não encontramos aonde deixar.

Ah, o nome do remédio milagroso
é outro amor, muito mais gostoso.

- por JL Semeador, em 09/06/2011

SAUDOSISMO

SAUDOSISMO
Já não se pega um ita no norte
Já não se escreve cartas à mão
Já não se dorme de pijama
Já não se ama para sempre
Já não se diz "meu bem", como antigamente
Já não se fabricam coisas de longa duração
Já não se vive a vida em calma
Já não se janta em família, que eu me lembre. . .

Tudo, de repente, tão mudado
Tudo virado, de ponta-cabeça
Tudo desobedecendo as regras antigas
Tudo desorganizado, um enorme caos
Tudo fora de ordem, ao olhar que mira o passado
Tudo incrivelmente novo e com pressa
Tudo a nos impelir a mudanças
Tudo, ainda, ao alcance de nossas mãos. . .

- por JL Semeador, em 08/06/2011

NA DELICADEZA DE UM BEIJO

NA DELICADEZA DE UM BEIJO
Há, na delicadeza de um beijo,
um quê de de infinita imensidade,
uma nota suave, um leve harpejo
saído do coração: afinado alaúde

A entoar cânticos ao deus Eros,
na inebriante emoção do momento
em que, antevendo divinos gozos,
o espírito entrega-se, absorto,

Na magia das bocas unificadas,
a destilarem o néctar da vida,
a mais pura de todas as essências;

Solução mágica onde florescerá
o amor - encanto maior da vida,
e a paz, que o mundo iluminará.

- por JL Semeador, em 03/06/2011

MORADAS DO HORROR HUMANO

MORADAS DO HORROR HUMANO
O horror humano se esconde

na treva, em porões fechados

a cadeado, no vão de escadas

úmidas e sombrias.



O horro humano mora

aonde moram todos os fantasmas:

debaixo de minha cama de menino,

em todos os vazios de um coração,

na noite tempestuosa de cada drama,

na triste e fria sala de estar

da ignorância humana.



Não há nenhum lugar

onde o horror humano não more,

ocupando, como gás,

os ambientes,

impregnando os ossos

e a mente;

nada lhe fazendo frente,

a não ser um certo ar de desafio,

insolente,

e uma inesgotável coragem de viver,

cultivada tempos a fio.



O horror humano é irmão

do medo e teme

a claridade

das idéias novas

e o vento renovador da liberdade.



- por JL Semeador, em 26/28/ MAIO/2011

DIGAMOS NÃO AO PLÁGIO !!

DIGAMOS NÃO AO PLÁGIO !!
Quem se diz poeta e rouba poesia,
não passa de uma alma vazia.
Quem diz ser seu o que não é,
coitado, é um pobre de um zé-mané.

Está na hora do respeito,
de agir dentro da ética.
Digamos não ao plágio inepto,
rejeitando a hedionda tática.

A arte e tudo o mais
precisa ser depurada.
Gente cínica e falastraz,

Mais falsa que nota de duzentos,
deve ser encaminhada
ao monturo, junto com outros lixos.

- por JL Semeador, em 12/05/2011

O RIO ANOITECE EM POESIA

O RIO ANOITECE EM POESIA
O Rio anoitece em poesia.

Há um vento meio frio

pelas ruas,

mas que não afugenta a alegria

e, sim, o vazio

que assalta as almas

nesses momentos

quase serenos.



Um bar aberto

na Lapa.

Um gosto,

na boca, de sopa.



Um poema surgindo

na tela.

A imaginação subindo

feito uma bola

de gás,

que escapou da mão

do menino,

para não voltar

nunca mais,

partindo-lhe o coração,

ensinando-o a perder,

desde pequenino.



O telefone toca.

O coração bate.

A vontade é louca.

Nada que do verso me afaste.

Nada que me desensine

a esperança,

ou que, do meu peito, drene

essa sina, de nascença,

de acreditar

na infinita possibilidade

de amar,

como caminho único de felicidade.



- por JL Semeador, em 11/05/2011, num início de noite da Lapa


P A L A V R A

P A L A V R A
PA LA VRA

LA LA

VRA LA PA


- por JL Semeador, em 08/05/2011

MAMÃE !!

MAMÃE !!
Mãe-Terra
Mãe-Natureza
Mãe-d' Água
Mãe-Pátria
Mãe-de-Santo
Mãe-Benta
Mãe-Maria

MAMÃE !!

- por JL Semeador, em 08/05/2011 -

UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE

UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE
A tarde cinzenta
finda-se em acordes de violão.
A lua, sempre à espreita,
antecipa, lentamente, a escuridão.

Enquanto a noite
não vem, de todo;
enquanto a hora não é sete,
eu venço o medo
e escrevo versos,
engarrafados no trânsito,
que saem dos meus vãos escuros
e dos meus invisíveis porões.

Mas, enquanto o violão insiste
em preencher de sons
o declínio do dia,
eu também insisto
em não ser triste,
em flutuar rumo
aos teus sobretons
e ao teu olhar,
que na ausência do Sol,
só pra noite contrariar,
o poente incendeia.

- por JL Semeador, em 25/04/2011

AMANHECI OUVINDO ESTRELAS

AMANHECI OUVINDO ESTRELAS
Amanheci ouvindo estrelas.
Sabem. . . aquelas últimas
que insistem em brilhar nas manhãs,
desafiando o sol; dos notívagos
fazendo-se íntimas.
Sensação, de todo, inusitada.
Torrente a invadir-me a alma, em revoada,
a descerrar portas fechadas à novas percepções.
Cá dentro, sensação de terremotos e furacões.
Suave volúpia da inspiração alforriada.

Por não encontrar da chave da casa,
num ímpeto, arrompei a porta,
escapando, por fim, duma esperança duvidosa.
Do lado de fora, envolto em música e luz,
Nem pensei em voltar para fechar a porta,
que restara escancarada.
Apenas, aprumei o corpo, e segui. . .
Sem tempo nem de olhar pra trás.

- por JL Semeador, 16/04/2011

AMOR NÃO TEM IDADE

AMOR NÃO TEM IDADE
Amor?
- Amor não tem idade!
Na adolescência,
tem cheiro de inocência
e descoberta;
na idade adulta,
já sem tantas primeirices,
ainda assim faz, da vida, festa,
certo de que, amar é a única
coisa que presta;
e de trazer a paz ao Mundo,
só ele é capaz.

Amor?
- Em qualquer momento da vida é bom.
Quando jovem,
os hormônios fervem;
mais tarde, o encanto persiste.
E mesmo no outono
dos anos avançados
é lindo ver dois pombinhos abraçados.

Amor?
- Só sei dizer
que amor é a coisa mais fácil,
que nunca se ama demais;
todo amor é medida certa
e, se a alegria não traz:
- cara, repense,
você tá amando errado,
buscando um modo complicado
para o que é simples e natural.

- por JL Semeador, em 15/04/2011

VOCÊ É ASSIM

VOCÊ É ASSIM
Você é assim:
- Emoção intensa,
Alegria imensa,
Na pele, cheiro de jasmim.


Você é doce- de- leite
Você é doce deleite;
Um pé-de-vento, um furacão,
Quando o que fala é o coração.

Você é aroma do campo
Logo depois da chuva.
Um poema passado a limpo;
Inspiração que o vento não leva.

Você. . . Que sempre deixa saudade,
Por todo o lugar que passa;
Que, tudo o que faz, é de verdade,
Revele, só para mim, o segredo da tua graça.

- por JL Semeador -

Para Denise Pires, pessoa linda e querida.

Beijo

Beijo

Beijaram-se!
E fizeram a Terra parar
e no mesmo segundo voltar a girar,
apenas para se fazer terremoto.
E não restou pedra sobre sobre pedra,
depois do cataclisma.
Nem árvores, nem prédios,
nem qualquer mortal sobreviveu;
a não ser os amantes,
esquecidos da vida,
num beijo.

- por JL Semeador, em 30/07/2009

POEMA FEITO DE LÁGRIMAS (Para as meninas e meninos de Realengo)

POEMA FEITO DE LÁGRIMAS (Para as meninas e meninos de Realengo)
Hoje o meu poema
chora lágrimas de sangue.
Hoje o meu poema
chora lágrimas que não há quem estanque.

Hoje o meu poema
chora por meninos e meninas
tão precocemente arrancados da vida,
sem tempo de a verem desabrochada.

Hoje o meu poema,
o bairro onde eu nasci,
pais e mães
e toda a minha cidade
choram de um modo
que eu nunca vi.

Hoje, o meu poema,
tão-somente chora. . .

- por JL Semeador, em 07/04/2011 -

MULHER: CRIAÇÃO BONITA DEMAIS

MULHER: CRIAÇÃO BONITA DEMAIS
Mulher é criação
bonita demais.
Tem tanta graça,
tamanho encanto,
que desejo, apenas,
se não for pedir muito,
sempre que possa,
estar bem junto
dessa coisa preciosa.

Mulher é algo
por demais adorável,
em seus insondáveis segredos,
suas muitas armadilhas,
seus múltiplos perigos:
sorrisos de mel,
que tecem enredos
de inimagináveis tramas.

Mulher é a alma
desse mundo insano,
tão loucamente despropositado,
em seu desamor,
que só imerso na calma
da noite tranquila de sono,
dormida em paz ao seu lado,
a vida retoma sentido e cor.

- por JL Semeador, 30/03 a 05/04/2011

O GOSTO DO SILÊNCIO

O GOSTO DO SILÊNCIO
O gosto do silêncio,
poucos o sabem,
a não ser aqueles
que, muitas vezes,
ano-após-ano,
tiveram de secar
as próprias lágrimas,
calar seus gritos
e engolir a fria taça de fel
do desengano,
como se fosse
o ato mais agradável.

O gosto do silêncio
tem sabor de morte,
de calor em tempo de estio,
de espinha de peixe
entalada na garganta,
de cachaça barata
que mais arde
que embriaga,
de noite passada
rolando na cama
sem que se haja dormido.

O gosto do silêncio
é de veneno insidioso,
de praia com frio
e chuva,
de bacanal sem uva,
de sino mudo
que não retine,
de zoológico sem macaco,
de namoro sem cio,
de cortar a própria carne
e ter de provar um naco.

- por JL Semeador, em 04/04/2011

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA - ou - PARA QUE O PLANETA SOBREVIVA

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA - ou - PARA QUE O PLANETA SOBREVIVA
"O meu carinho e respeito ao Poetinha Vinicius de Moraes, autor do Poema A ROSA DE HIROSHIMA"

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA

A água de Fukushima não fede
A água de Fukushima não cheira
A água de Fukushima não mata nem uma só sede. . .

A água de Fukushima queima
A água de Fukushima contamina
A água de Fukushima mata!

A ignorância de Fukushima é cega
A prepotência de Fukushima apavora
A mentira de Fukushima é covarde
A hipocrisia dos governos é cômica. . .

Digamos não à agua assassina de Fukushima!
Digamos não, de novo, ao genocídio de Hiroshima!
Digamos não à incompetência de Chernobil!
Digamos não, para sempre, à segurança nuclear impossível!
Digamos não, por amor à vida, à estupidez de Angra dos Reis!
Digamos não à anti-rosa radiotiva,
Para que o Planeta sobreviva!

- por JL Semeador, em 03/04/2011

OUTONO, PRAZERES SUTIS

OUTONO, PRAZERES SUTIS
Outono, tempo de rcolhimento.
De repente, folhas secas pra todo lado
e uma brisa leve,
eriçando a pele,
no cair da tarde.

Outono e suas tardes brancas,
ornadas de cores suaves:
Carícia nos olhos fartos do verão.
Na cozinha cheiro de chá de maçã,
Na alma um quê de melancolia e mistério.

Outono, um convite aos devaneios
e a toda sorte de prazeres sutis,
escondidos em suas noites lentas,
pontuadas por gritos e sussurros,
que se esvaem nas névoas matinais.

Outono, um hiato.
Um alento breve
com ares de eterno,
feito fumaça de cigarro
em filme preto e branco.

Outono, simplesmente. . .

- por JL Semeador, na madrugada de 27/03/2011

Assim é meu Rio

Assim é meu Rio
Assim é o meu Rio.
Alegria por todo o lugar.
Impossível ficar sério.

Quer ser feliz? - Vem pra cá!
Aqui se aprende a amar.
Na tristeza, dê um chega pra lá. . .

- por JL Semeador, um carioca perdidamente apaixonado pela minha cidade -

poema para os teus seios e demais encantos‏

poema para os teus seios e demais encantos‏

Nada preenche melhor
a minha mão
e, também, o meu coração,
do que teus seios.

Minha vida
um novo sentido veste
quando minha mão atrevida
penetra o teu decote.

Teus seios
são deliciosos aperitivos
de outros tantos encantos
no teu vestido escondidos.

Em homenagem aos teus seios,
esgue-se ereto o meu falo,
à espera, expectante,
dos teus carinhos e beijos.


JL Semeador

POEMA PARA OLGA ISADORA

POEMA PARA OLGA ISADORA

Homenagem à minha filha, no dia de sua colação de Grau em Direito:


Todo pai, que tem uma filha,
Assim, bonita e inteligente,
A cada dia o olho brilha
E a alegria invade a mente.

A minha filha foi escolhida
Desde o momento da concepção,
Para dar sentido à minha vida
E adoçar o meu coração.

Assim é Olguinha Isadora:
Mulher-menina que fascina,
Desde o papai, que a adora,

Aos demais membros da família.
Filha amada! Prossigas na tua sina
De sempre semear alegria.

- por JL Semeador, em 16/02/2011 –

TRIBUTO A TOM JOBIM

Ah, essa madrugada tão silenciosa,
que não me deixa dormir. . .
Ah, essa brisa refrescante,
que sopra do mar,
iludindo o Morro de Santa Teresa,
só para me despertar
e me manter alerta. . .
Ah, essa lembrança tua,
que insiste em não ir embora,
apesar da incoveniência da hora. . .
Ah, como é estranho estar sozinho,
eu e o barulho do primeiro ônibus,
a carregar estranhos e seus pensamentos. . .
Ah, os primeiros rumores do dia,
a antecipar mais um dia de sol e calor. . .
Ah, o bem-te-vi que começa a cantar,
com a infinita pureza,
só possível, aos que sabem voar. . .
Ah, minha cidade bonita,
seu verde, sua gente, seus pássaros,
tão bem retratados nas canções de Tom Jobim. . .
Ah, meu Maestro Soberano,
se não tivesses subido para o andar de cima,
nessa semana, completarias mais um ano. . .
Ah, vida vida vida vida vida. . .
Ah, essa vontade de não sei o quê,
tão intensa, que dói, feito ferida. . .

- por JL Semeador, em 27/01/2011

JANEIRO E SUAS DUAS CARAS

Janeiro e suas duas caras diferentes.
Uma a fitar, meio triste, o passado;
a outra, com esperança, mirando à frente.

Janeiro e suas sempiternas alegrias.
Tempo de férias, anualmente, agendado;
seus temporais, seu excesso de águas.

Janeiro e seu eterno jeito-menino.
Um clima de romance e verão, no ar, sorrindo;
Uma sede de vida, um desejo sem tino.

Janeiro e a minha Cidade à espera do carnaval.
Gringos e negras, abraçados, que o amor é lindo;
apenas homem-mulher: a coisa mais natural.

Janeiro e com o futuro não te apavores.
Tudo, o que antes não deu certo, é passado;
Da própria vida, sejamos os autores.

- por JL Semeador, em 1° de janeiro de 2011, em plena Cidade Maravilhosa

CALCINHA PRETA

CALCINHA PRETA
Calei-me!
A imensa vontade de você
Levava-me aos cimos da excitação e do desejo,
Imaginando-te
Nua, a mim ofertando-se. . .
Havia, - avistei ao despir-te -,
A mais linda calcinha,

Preta e delicada,
Resguardando-te a intimidade.
Emocionado, ante tamanha beleza,
Torne-me teu homem,
Aquele que te faz mulher e feliz.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador -

A CALCINHA BRANQUINHA DA MINHA AMADA

A calcinha branquinha da minha amada
guarda um flor.
Rosa, pelo orvalho umedecida,
à espera do amor.

Saudade da tua ternura estreita,
do teu suspirar, enquanto gozas,
de forma nada discreta,
parecendo que transbordas

De dentro do corpo em tremores,
de onde a alma escapa, em êxtase,
exalando pelos ares,

E deixando, na lembrança, perfume
intenso, a perfeita dose,
para o meu desejo e fome.

- por JL Semeador -

Calcinha Rosa bebê

Calcinha Rosa bebê
Penso no meu bebê,
vestindo o mais claro rosa.
Esse bebê é você.
minha flor mais preciosa.

JL Santos

Calcinha Pink

Escrevo com caneta de tinta,
da marca Parker Quink,
sobre a beleza escondida
dentro da tua calcinha pink.


JL Semeador

Pink pink pink
o meu favorito link
think think think
fique fique fique. . .

JL Santos

Calcinha Azul

O céu, hoje, não se fez azul.
Mas sei que ele apenas está oculto;
esperando passar o momento difícil,
para eclodir em cor e encantamento.


JL Santos

Calcinha Amarela

Amarelinha, cor de gema de ovo,
a sinalizar, em nós, um momento novo,
em que eu descubro, mais uma vez,
que te namorar é mais que dez!

JL Santos
O que é bom se repete.
Sou poeta criativo.
Pinto o sete.
Sem o amarelo, não vivo

JL Santos

Sob um manto de amarelo intenso
repousa a fonte de prazer supremo,
o lugar divinal, que cheira a incenso:
a cálida e rara flor, que tanto estimo.


JL Santos

Cor de Palha

A cor é palha.
O amor, intenso.
Você, minha trilha.
Em mais nada penso.


JL Santos

Calcinha de Oncinha

Eu preservo a natureza,
da minha oncinha, cuidando bem;
linda, felina, uma beleza,
que me devora, mas me quer bem.


JL Santos

A Alegria do Vinho

A Alegria do Vinho

Amo, do vinho, a alegria.
Sua cor rubra ou clara.
O suave buquê que anuncia
A delícia mais que rara,
Que repousa oculta
Por detrás da lucidez,
Que, uma vez transposta,
Leva ao gozo e à embriaguez:

- Caminho delirante e lúdico;
Jornada rumo a universos:
Igual a nenhum outro sonho épico
De tempos passados, medievais.
Assim és tu: Bela entre as belas.
Assim me deixas: Em ti, de olhos postos.

- por JL Santos, em 21/set/2010 -

Calcinha Rosa

Veja só uma coisa.
Coisas tão mínimas,
como a tua calcinha rosa,
são as maiores delícias.


JL Santos

Calcinha de Zebra

Uma zebra surrealista,
de marrom e preto, listrada.
Apesar de oculta à vista,
sei que é a coisa mais linda.

JL Santos

Um gatinho cor de uva,
guardando tua linda vulva,
dentro da calcinha lilás,
para um gato, que te ama demais.


JL Santos

Calcinha de Florzinha Vermelhinha

Florzinhas vermelhinhas

são, do natal, meu presente.

Guardam encantos, delícias:

A minha estrela cadente.


JL Santos

Calcinha Cinza

Dizes, que cinza é cor de agosto.
Cor de agosto, que nada!.
Desse cinza eu gosto:
Moldura da tua flor, que é linda!


JL- Santos

Calcinha Laranja

Calcinha Laranja

Da laranja, gosto do suco
que fácil escorre
e desperta um desejo louco
de que na minha boca jorre.


JL Santos

Bolinhas cor-de-rosa
giram em torno da Lua,
enquanto você goza,
minh' alma dentro da tua.


JL Santos