Quem sou eu

Minha foto
Cidadão Brasileiro, com muita honra e felicidade. Carioca da gema, nascido no subúrbio de Realengo, local por onde o Cantor, Compositor e Ministro Gil, começou a abraçar o Brasil. Em outro subúrbio fui criado - Guadalupe - onde também moraram Caetano Veloso, antes de andar "sem lenço e sem documento", e João do Vale, aquele do "Carcará / pega mata e come". Atualmente, moro no Centro do Rio, fazendo limites com o Estácio, Santa Teresa, Central do Brasil e Lapa. Quase Jornalista, quase Administrador de Empresas. Professor do Ensino Fundamental, que nunca chegou a exercer o magistério. Advogado por profissão, pós-graduado em Direito do Trabalho e Sindical. Poeta por opção e vontade. Pai de três filhos lindos e criados, cada um de uma relação diferente. Religião Espírita, a única que respondeu a quase todas as minhas indagações existenciais. Através do Espiritismo despertei para a necessidade de praticar a caridade, o que hoje faço em diversas frentes de trabalho voluntário. Ah, sem esquecer de ser caridoso comigo mesmo, em primeiro lugar. Alguém em busca do auto-conhecimento. Alguém no difícil aprendizado do Amor, tal como foi exemplificado pelo Mestre Jesus.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

HOJE ESTOU ASSIM

Hoje, estou assim:
tomei café-com-leite
ao final da tarde,
com muito açúcar,
que, ao regime disse não,
pensando um pouco
mais em mim,
que sou tudo,
menos louco;
e, que, ao meu coração,
não faço ouvido mouco.

Hoje estou assim:
querendo paz e poesia.
Ainda, alguma presença bonita,
um lugar onde reine
uma doce algaravia
e bandeiras, que o vento agita,
- estandartes da mais pura alegria;
sentimento intenso e perene.

- por JL Semeador, em 14/12/2010

TENHO FÉ

Amanhece.
Faz sol.
Faz frio.
Há fome.
Há sede.
Há desejo,
em mim.

Pulsões vitais,
que nos impelem
a prosseguir.
Vou tomar café,
fazer uma prece,
deixar o dia nascer;
que tenho fé:
tudo o que acontece,
me ajuda a crescer.

- por JL Santos, em 09/06/2009

QUAL O TEU SEGREDO??

Que segredo que se esconde
em teus olhos,
nariz e boca?
Nas unhas, de intensos
tons de vermelho?
No cabelo, que emoldura
o rosto - tela pintada?
Que segredo que se esconde
no teu jeito de olhar;
no teu pensamento,
que explode;
no teu mistério,
que morde
a razão de quem se põe a sonhar?

 - por JL santos, em 09/06/2009

O BRASIL AINDA NÃO SE DESCOBRIU

Ó irritantes maritacas,
Que passam voando, a gritar,
Semeando sementes boas
Para o meu sonho plantar.

Macacos vadios, me mordam,
Mas, depois, também me assoprem
E comigo se misturem,
Até que as catitas me lambam.

Papagaios de todo mundo,
Venham comer abiu,
Que, o Brasil, em sono profundo
Ainda não descobriu.

Ó país verde-dourado,
A carregar em suas costas
A fama de ter deflorado,
À seco, todas as índias,

Diga-me já, meu país:
A verdadeira cor do teu céu?
Se tua música é o creu?
Se a mandioca é a tua raiz?

- por JL Santos, em 03/06/2009 -

VERSOS DISSOLVIDOS NA BRUMA

O sono faltou-me cedo.
Acordei com o peito oprimido,
sensação estranha de medo,
como se estivesse perdido.

Assustado, saltei da cama.
Fiz um café, rapidinho;
transformando, em poema, o drama
que me despertou bem cedinho.

Talvez, meu arremedo de soneto,
não sirva pra coisa alguma,
quebrando-se ao vento: - graveto

Frágil de minha pouca inspiração.
Versos dissolvidos na bruma,
que me penetra o coração.

- por JL Santos, na madrugada de 02/06/2009 -

SEM MEDO DA SEGUNDA-FERA

Confesso, que me descobri
inteiro – lúcido e calmo –
depois do almoço de domingo.

Antes, tempo de sono e de medo,
passada, da manhã, a euforia,
quando, já é pressentida,

no horizonte esmaecido,
a segunda-feira, com seus açoites
e sua faca entredentes.

Vitorioso, então me sinto,
por não mais me esconder
debaixo de camas ou de saias,

vencendo o temor, desmedido,
persistente na alma, anos seguidos,
em tardes de sombras e estupor.

Que venha a segunda-fera.
Mas, venha mansa, que não estou de brincadeira.
Que não morro mais diante dela.

- por JL Santos, em 31/05/2009 –

BANQUETE DE VIRGENS LOUCAS

Eu, que longe enxergo,
prevejo chuva e trovoada,
pássaros voando na madrugada
em busca de ninhos desfeitos,
escondidos nas brumas
de avalon e da baixada,
santista ou fluminense.

Eu, que sou nada bobo,
acordo uivando de lobo,
assovio músicas inéditas
nunca antes compostas,
nas mesas das padarias,
com jaca servida em postas,
banquete de virgens loucas.

Eu, que caí do cavalo,
sem nunca ousar cavalgar,
saí de fininho, pela esquerda,
na estrada que conduz ao lugar
onde se ergue a morada
da fada feia e desalmada,
mulher de cabelos amarelos.

Eu, que comi tutu com torresmo,
peguei diarréia mental,
peripaques na veia aorta,
nascente de tomate e repolho,
um cisco no canto do olho,
fratura exposta na unha,
que logo se curou, ao nascer da lua.

Eu, pobre menor querente,
dos céus, um dia, atirado,
de tudo não me arrependo,
de nada sei muito certo,
só sei, que empenhei minhas jóias
para não morrer de frio no telhado.

Eu, um cara meio velhaco,
nada ganhei na esperteza,
a não ser um fio desencapado,
duas revistas bem velhas,
uma garrafa de pinga, quebrada
e um naco de bolo solado,
que guardei dentro do sapato.

Eu, que virei o mundo pelo avesso,
hoje, cumpro a minha pena,
subindo e descendo da cama,
cantando nas esquinas sem postes,
sob luzes de raios leiseres,
um forró com letra alemã,
para anunciar a manhã.

- por JL Santos, 31/05/2009 -

UM MEDO INFANTIL

Um medo infantil de ter pequenas coragens
vem, e me assalta, quando a vida me coloca
diante de suas multiplas encruzilhadas.

Paraliso-me.
Petrifico-me.
Falta-me o chão.
Fujo de Mim.

My God!
Como é que pode
haver tanta insegurança
e perplexidade, assim?

Esse medo infantil de ter pequenas coragens
é um medo incrustado e diluído por todo o meu ser,
um medo atávico diante do insondável desafio de viver.
 
JL Santos

O QUE EU QUERO DO TEMPO

Do tempo?
Do tempo, eu quero o melhor!
Assim mesmo, exclamado,
que, ao se escolher,
há que se ter muito cuidado,
para depois não sofrer.

Do tempo?
Do tempo, eu quero uma tela,
pintada por Van Gogh,
a mais bela,
onde, em sua beleza, eu me afogue.

Do tempo?
Do tempo, que nem sei se existe,
quero inúmeras dúvidas,
dessas que me impulsionam pra frente,
dessas que me lançam nas estradas.

Do tempo?
Ah, se eu tivesse tempo,
comporia três milhões de poemas,
faria nascer asas, em meu corpo,
visitaria todas as estrelas.

Do tempo?
É apenas isso o que eu quero,
do tempo. . .

- por JL Santos, em 27/05/2009

ADORO MULHERES

Adoro mulheres, e seus sorrisos.
Adoro mulheres, e seus olhares.
Adoro mulheres, e seus andares.
Adoro mulheres, e seus desconhecidos
caminhos,
a mim vedados:
Homem perdido,
sem mapas e sentidos,
em território minado.

Adoro mulheres, e suas manhas.
Adoro mulheres, e suas certezas.
Adoro mulheres, e seus achaques.
Adoro mulheres, e seus sonhares
bifurcados,
repletos de atalhos,
traiçoeiras tocaias,
Guerra eterna, sem regras:
Infinitas mortes anunciadas.

Adoro mulheres, e suas perfídias.
Adoro mulheres, e suas coragens.
Adoro mulheres, e suas delícias.
Adoro mulheres, e suas traquinagens
insidiosas,
em momentos imprevisíveis,
quando se pensara calmaria:
Vida sem sobressaltos.

Adoro mulheres:
Obstinado desejo.
Lírico espanto,
diante delas.

- por JL Santos, em 21/05/2009 -

NINGUÉM CONHECIDO

Sou alguém inquieto,
- no início da noite -
esperando um prêmio
ou um anjo,
que nunca chegam,
nem mandam notícias.

Sou alguém silente,
- à beira de mim -
ouvindo sons imprecisos,
que sobem até o nono andar,
apesar da cortina
e da grade da janela,
sempre fechada.

Eu sou alguém enovelado,
depois que caí da torre
e um caminhão me atropelou,
- na contramão das minhas dúvidas -
me deixando a mente fraturada
e profundas cicatrizes na alma.

Sou alguém que espera,
- num lugar sem esperança -
pelos meus sonhos de criança,
por dias amarelos de outono,
consciências limpas, sem sono,
um cão ladrando seis horas.

Eu não sou ninguém conhecido.
- antes eu até me sabia -
O tempo me urdiu um novo rosto.
O espelho me negou cumprimento.
A noite veio e me desmascarou.
Vou beber a noite na esquina.
É o que me restou.

- por JL Santos, em 20 de maio de 2009

LEI ÁUREA - 121 ANOS

Afrodescendente é o cacete!
Eu sou é gente!
Não nasci com rótulo,
Não quero óbulo.
Eu quero é Liberdade,
Em pé de igualdade !!

- por JL Santos -

DIAS DE PENSAR COM O CORAÇÃO

Tem dias,
- dias de pensar com o coração -
em que o sol nasce
e nos rouba
a insensibilidade,
devolvendo-nos a calma
e a razão.

Tem dias
- dias muito especiais -
em que tudo faz sentido
e se encaixa,
e na vida se entremeia,
nos envolvendo em suave teia,
ao ouvido, nos soprando poemas.

Tem dias,
- dias de esperança -
em que o coração se aninha
onde o vento não faz a curva,
Judas não perdeu as botas,
a visão não se turva,
e as paisagens são sempre amenas.

Tem dias
- dias de sair de mim -
em que acordo disposto
a viver tudo por inteiro,
a refazer metas
como se fosse janeiro,
e a mostrar um sorriso no rosto.

Tem dias
- dias de ser feliz -
em que dissolvo a mágoa acumulada,
esqueço o rancor pelo outro,
no peito uma incessante vontade
de levantar âncoras,
enfunar velas,
e partir ao meu próprio encontro.

- por JL Santos, começado em 20/03/2009 e concluído na madrugada de 12/05/2009

O QUE DIRÁ MEU CORAÇÃO ?

O que dirá meu coração
dessa incessante balbúrdia
dos meu sentimentos,
da minha delirante emoção,
dessa minha vida
tresloucadamente vivida?

O que dirá meu coração
dos múltiplos desencontros
em que me encontrei,
das tormentas que enfrentei
ao desamparo,
do meu medo do escuro,
do dia em que, fugindo de mim,
caí de cima do muro?

O que dirá meu coração
do tempo em que eu não sabia
do som oculto na ventania,
da visão aclarada dos cegos,
das palavras, feito migalhas,
a expressar minhas incertezas
dos rios repletos de corredeiras
por onde, às cegas,
algumas vezes naveguei?

Talvez, o meu coração
a tudo renegue.
Quem sabe,
finja nem ser com ele
toda essa história,
esse frege,
esse tango-canção argentino
que componho desde menino,
sem saber um nota musical, sequer,
sem tocar bandoneon,
mas quando assim me "recuerdo",
perdido em versos sem regras,
o passado me traz de volta
um tempo nada tranqüilo:
inesquecível e definitivo, de tão bom!

- por JL Santos, em 20/03/2009, revisado em 11/05/2009 -

EU ACREDITO NA UTOPIA


Eu acredito, sim, na Utopia.
Acredito em sublimes desejos;
Em suaves possibilidades de alegria,
Nesses dias insanos e perversos.

Eu acredito, sim, na Vida.
Acredito na paz e na esperança;
Na descoberta de uma senda florida,
Que, à felicidade, me conduza.

Acreditar é o verbo da moda.
Confiança é a senha da solução.
Pensar ao contrário, é opção furada.

Pessimismo? - Fica proutra ocasião.
É tempo de sonhar muito mais alto.

Quem assim não crê, vive num deserto.

- por JL Semeador, em 02/12/2010 (para Lévi-Strauss, antropólogo e professor frances, que morreu no ano passado, aos 100 anos de idade)

domingo, 12 de dezembro de 2010

MEIA-NOITE NA LAPA

Meia-noite na Lapa
a noite é criança
tem gente que bebe
tem gente que dança
tem gente que finge que sabe
e entra no tapa
tem gente que fuma
tem gente que cheira
depois entra numa
marca bobeira
acaba sem nada
levando rasteira
no fim da madrugada.

Meia-noite na Lapa
encontrei Zé Pelintra
encostado nos arcos
terno branco e capa
se dizendo do contra
faísca nos olhos
pedi-lhe licença
saudei sua banda
cantei o seu ponto
que eu bato cabeça
de nada duvido
não renego minha crença
nem fico aturdido.

Madrugada na Lapa
será que acabou?
findou a viagem?
- não, amanhã não me escapa
de novo eu volto
se acaba com o dia
ressurge na noite
enquanto houver poetas
ou qualquer outro boêmio
perdido de paixão demente
pois, quem te quer bem
razão sempre tem.

- por JL Santos, madrugada do dia 09/05/2009

RECEITA DE POESIA

Reúna palavras, a gosto,
sem descriminar nenhuma,
mesmo as estrangeiras,
e reserve.
Escolha a forma,
- eu disse fórma,
não fôrma -
que mais lhe aprouver:
trova, haikai, rondel,
ode, redondilha, cordel.
Faça versos livres,
se livre for o teu estilo
ou, metrificados,
se os gosta bem amarrados.
Depois de pronto, o poema,
leia-o em voz alta
sentindo a cadência e fluidez,
se acelerar o coração,
um leve arrepio,
na pele, ocorrer,
rejubile-se,
você sabe fazer poemas,
não precisando de receitas bestas,
feito essa,
que me saiu
a maior semgraceza.

- por JL Santos, em 08/05/2009 -

A MANGA

Fruto, informemente ovóide,
- verdegoso rosáceo amarelecente -,
divinamente multicolorido,
nascido à sombra e sol
de folhagem imensa e calma;
perfumosamente,
na manhã quase tarde,
num descuido da razão,
impregnou-me a alma
e o coração.

Antes, apenas uma fria definição:
Fruto originário da Índia
para Pindorama trazido
pelos portugueses descobridores.
Agora: Teo d’ oro.
Fruto de Deus,
em torrentes de emoção,
invadindo-me os sentidos.

Te agradeço.
Em ti, me integro.
Me dissolvo.
Me liberto.
Me entrego.
Recomeço.
Eu, fruto!
De novo, semente!

- por JL Santos, inspirado em uma dinâmica que fiz, visando observar as coisas que nos rodeiam sob uma nova percepção. Iniciado na manhã de um domingo, 03/05, e terminado na madrugada de 06/05/2009 -

EU SOU, SIM, DO AMOR

Eu sou, sim, do amor,
Mas o amor não é meu.
Ele é dO Pai, dO Criador,
Aquele que de mim não esqueceu.

Tudo é dEle em derredor:
Os rios, as florestas, o céu.
Eu sou, sim, do amor,
Mas o amor não é meu.

O amor é o sentimento maior,
Regra suprema de toda a natureza.
Motivo para que eu tente ser sempre melhor,
Perseguindo, em tudo a beleza.
Eu sou, sim, do amor.

- por JL Santos, em 27/04/2009, inspirado em dois versos de um poema de autoria da Poetisa Tamara Martins Carvalho -

POESIA SEM ALARDE

Eu faço poesia, sem alarde.
Se falo do que vejo, aumento.
Se não vejo, invento.
Se falo do que sei, desaprendo.
Se, do que não sei, relembro o esquecido.
Nada, ao olhar, me escapa,
mentira ou verdade:
um único fato,
sempre real no meu verso,
indivisível retrato;
partes simétricas
de uma mesma realidade.

Nada do que escrevo é complicado.
Complicado é o que nunca escrevi,
o que que nunca restou registrado:
o poema que, por medo, esqueci.

- por JL santos, em 26/04/2009 -

DELÍCIA E MILAGRE

É tudo uma delícia:
a manhã de segunda-feira,
a mão que me acaricia,
a fruta na fruteira,
o som da televisão,
a rotina costumeira,
a batida do meu coração.

É tudo milagre:
o ato de respirar,
o riso solto, alegre,
o sonho que consigo lembrar,
o canto que vem da rua,
o café, na cozinha, à cheirar,
o sol convivendo com a lua,
a vontade louca de amar.

- por JL Santos, em 13/04/2009

SALVE OGUM SALVE JORGE

Bate tambor
Na mais pura emoção
Canta Ogã
Roda Yaô
O dono da minha cabeça é Xangô
Mas Ogum é quem manda no meu coração
Raiou a madrugada
É hora da tua alvorada

Salve Ogum
Defensor dos indefesos
Salve vencedor de demandas
Salve grande e destemido guerreiro
Salve Ogum Mejê
Salve Orixá da alegria
Salve Ogum Beira-Mar
Salve Povo Malê
Salve Ogum-Matinata
Salve Poderoso Senhor da Terra
Salve Filho de Ododua
Salve, a quem hoje chamam de Jorge
Salve defensor da lei e da ordem
De ti vem minha força e coragem
Salve ó poderoso Imolé
Salve tua coroa de luz
Salve tua sabedoria
Tua lança
Teu cavalo
Salve a nossa fé!

OGUM IEÉ !!

- por JL Santos, em 23/04/2009 -

VERDADE OCULTA

Há uma resposta adequada
para tudo o que acontece
em todos os momentos da vida.

Há um sentido implícito
nos fatos que a vida tece,
pois, para Deus, nada é ilícito.

Há sempre uma verdade oculta
aos olhos, mas que, à mente, avulta.

- por JL Santos, em 07/04/2009 -

sábado, 11 de dezembro de 2010

INEBRIANTES PARAISOS

Respiro ares de versos,
brisa benfazeja de inspiração,
eriçando-me todos os sentidos

E desencadeando poemas
de outono: recente estação
rebrilhante de luzes e graças,


Que revelam aos olhos
inebriantes paraísos.

- por JL Santos, em 05/03/2009 -

SONETO PARA MINHA MÃE

Eu era garoto, ainda,
Enquanto ouvia as histórias
Que minha mãe, linda,
Desfiava nas noites serenas.

Eu era muito feliz; lembro
Que me quedava perto
do seu cheiro bom; dentro
do riso que lhe marcava o rosto.

Hoje eu cresci; e pena
Que o passado teima em fugir
Feito nuvem na tarde, amena

E calma, que nunca mais
Se repetirá no tempo, a ruir,
Em busca de um novo cais.

- por JL Santos, para minha mãe: D. Francelina, em 04/03/2009 -

COISAS DA MINHA CIDADE

Essas manhãs grávidas de maresia,
Essa música suave, bossa sempre nova,
Que embala o meu despertar,
Anestesiando, no peito, as dores
Trazidas pelo dia
E seus compromissos de terno e gravata.

Esse jeito de trabalhar como se brincasse,
Essa piada amorosa, sempre na boca,
Trocando por troça
A seriedade perversa
Da falta de conversa
E do juízo falsamente elevado de si mesmo.

Coisas da minha cidade,
Que nessa incipiente manhã
Me abraça em versos,
Com afeto e delicadeza,
Carinho de irmã,
Gesto nobre de princesa.

- por JL Santos

COLOMBINA PÓS-MODERNA

Colombina,
aonde vai você?
Certamente,
Não vai dançar o iê-iê-iê,
Que isso não mais se usa,
Nesses tempos pós-modernos
Onde se usa e abusa
De modismos insossos
E passageiros.
Quem sabe,
aproveitar o desconto,
Do Cine Botafogo Art-Plex
Assistir filme chinês.
Talvez, quem sabe, ainda,
Desfilar na Banda de Ipanema,
No Cordão do Boitatá,
Ou no Bloco das Carmelitas,
- lampejo de súbita e tardia vocação religiosa -
Para salvar a alma de pierrôs entristecidos,
Bêbados de cerveja e solidão.

- por JL Santos

POEMETO FUNK



Tá dominado,
Tá tudo dominado!
Ado, ado, ado,
O amor saiu do seu quadrado.
Todo poder aos loucos
e aos poetas
nesse dia iluminado.

- por JL Santos, em 17/02/2009 -

NADA ALÉM DE UM MINUTO

Só um minuto, por favor,
Pra eu entender a vida,
Pra eu acordar do sonho,
Pra eu decifrar o enigma
De viver com essa aberta ferida,
Com essa angústia no peito,
Com esse desejo na carne,
Com essa dúvida na mente.

Só um minuto, no máximo dois,
Pra eu dizer que não posso,
Não quero, não devo
Viver assim perdido,
Sem estrada pela frente,
Sem alvorada no meu dia,
Lágrimas de chuva no rosto,
Ausência total de alegria.

Chega, basta, acabou!
Hoje, se a dor me visitar,
Podem dizer que não estou.
Quando vier o cobrador
Das minhas inúmeras dívidas
Esclareçam, que já foram pagas,
Anos e anos de culpas acumuladas,
Atualização e mora desmedidas.

Pronto, num estalar de dedos,
Eis que faço nascer o sol,
Que entra em meu quarto
Clareando a manhã cinzenta,
Descerrando o horizonte e a vida,
Fazendo crer que há, sim, saída
Para toda cela fechada,
Para toda situação dita impossível.

- por JL Santos, em 14/02/2009

domingo, 5 de dezembro de 2010

PENSAMENTOS RENOVADOS

As vezes nossos pensamentos voam
em busca da imensidão,
embrenhando-se com seus iguais,
pela psicosfera;
e, juntos, dançam,
cantam,
encontram-se,
desencontram-se
e saem a passear
e desentendem-se
e desesperam-se
e amam-se.

Incríveis os nossos pensamentos,
saem de nós
e ganham identidade própria,
libertando-se do nosso jugo,
da nossa imposição,
assumindo seus próprios desejos,
muitas vezes diversos dos nossos,
para nosso espanto e alegria,
ou fria e pungente decepção.

Eis que, de repente, reencontramos
um desses pensamentos evadidos,
enfim, de volta, modificados,
de sua autonomia, cientes;
então, só nos é dado rejeitá-los,
ou aceitá-los como nossos;
deixando-os prosseguir libertos,
ou abrigando-os, renovados, em nossas mentes.

- por JL Santos, em 10/02/2009

FOME DE MIM

Hoje, tenho fome de me compreender.
Fome crônica, de tão antiga.
Fome de me desfazer do que me mata,
como se faz com a barata
no canto da parede encurralada.
Fome, que nenhum alimento sacia,
que nada que me seja dado aplacará.
Fome de remédio para as minhas dores:
de amar,
viver,
descobrir
e sonhar.
Fome de partir de mim mesmo
rumo a qualquer lugar.
Fome de drogas
que ainda não se conseguiu inventar.
Fome de minha antiga fome
de coisas pequenas e banais.
Fome de sexo e abstinência,
de reclusão e independência,
de me deixar fluir feito o rio
que sempre encontra sua foz
mesmo que, com minhas mãos frágeis,
eu insista em represá-lo.

Hoje, tenho fome.
Muita fome!
Por favor, sirvam-me depressa,
numa enorme travessa,
um mundo novo
sem horror
ou qualquer outra mazela
que lhe altere o sabor;
uma fatia imensa de bondade
sem caroços que me engasguem
ou provoquem indigestão;
um espelho mágico, na saída,
onde eu possa ver refletida
a outra face, a escondida,
do meu próprio coração.

- JL Santos, 06/02/2009

FELICIDADE ETERNA

Felicidade eterna é um sentimento
a ser diariamente cultivado,
com entusiasmo,
a todo momento,
sem nunca esmorecer,
mesmo diante do que nos faz sofrer.

Se assim decidirmos,
certamente ela, a felicidade,
nos encontrará no caminho,
nos ofertando um ramo de flores perfumadas,
numa dessas noites enluaradas
em que o amor, no peito, faz um ninho.

-por JL Santos, em 19/01/2009 -

ODOIÁ YEMANJÁ - DIA 02 DE FEVEREIRO,

Odoiá Yemanjá,
Odoiá minha mãe!!
Abençoa minha vida
e os meus legítimos desejos
para que eles sejam realizados,
minha mãe.
Derrama uma gota da tua abundância,
do teu amor, magia,
sedução e encantamento
sobre minha vida, mãe querida.
Toma conta dos meus passos,
mostra-me os melhores caminhos
e dê-me força e perseverança para seguí-los.
Reveste-me de luz e entendimento
para que acertadas sejam as minhas escolhas.
Enfim, ame-me em todos os meus momentos,
mesmo que eu me perca do teu amor.

- adaptada por mim - JL - sobre uma oração de domínio público, EM 02/02/2009, Dia de Yemanjá -

sábado, 4 de dezembro de 2010

ABRAÇOS DE AMOR

Abraço a todos!
Até os meus adversários
Abraço os filhos
A mãe
Os irmãos
mesmo os só de coração
Abraço quem desejo
Abraço quem não vejo
Os que vivem nas ruas
Os que hoje trabalham
Os que roubam
Os que choram
Os que malham
Os que voltam da noite
Os que tentaram dormir
e não conseguiram
Os que passam a sorrir
Os irresponsáveis
Os sérios
Os cheios de mistérios
Os tranparentes
Os diferentes
Os que se mostram fiéis

Abraço a Deus
a mais real de todas
as invisibildades
Abraço a mim mesmo
que hoje só queria
acordar nos braços teus.

- por JL Santos, em 31/01/2009 -

A SEXTA-FEIRA ANOITECE NO RIO. . .


A sexta-feira anoitece no Rio.
Há um toque de magia no ar.
O verão despediu-se do frio.
A vida eclode à beira-mar.

Com o olhar, a cidade acaricio.
Tudo é possível, é só sonhar.
A sexta-feira anoitece no Rio.
Há um toque de magia no ar.

Sereno, fez-se o mar bravio.
Janeiro chegou trazendo o verão.
O inverno finalmente se foi, eu confio.
A cidade veste-se de alegria em profusão,
Enquanto a sexta-feira anoitece no Rio.

- por JL Santos, em 09/01/2009

O NOVO É SEMPRE O CONTRÁRIO


Aceite o assédio
das idéias opostas.
Sejam geradoras de dor,
sejam puro deleite.
Torne-se alguém mais forte,
para o novo esteja a postos.

Siga estradas sem placas,
todas, quase sempre, indicativas
de falsa direção.
Sinta novos cheiros, conte velhas piadas,
faça do sofrimento uma lição,
de cada manhã uma ação renovada.

Assim, abandonado o pavor de mudar,
que te desgoverna,
o inesperado se fará
puro encantamento.
O que parece ser mau, nunca é perda,
apenas, nova oportunidade de crescimento.

Claro, que tudo vindo ao contrário
do que nos acostumamos,
a mente, em seu comodismo,
faz-se confusa e insegura,
mas, há que se ter o firme propósito
de prosseguir na boa procura.

- por JL Santos, em 07/12/2008 –

POEMA DE ANIVERSÁRIO

O que te dizer,
que não te digam igual,
no dia que está a correr.

Como ser original,
diante do lugar comum,
da frase feita banal.

Mas, mesmo assim,
esforço-me pelo inaudito,
como deixar-te sem

Um voto bonito,
sentimento bom e vário
explodindo num grito:

QUE O TEMPO NÃO TE SEJA ADVERSÁRIO.


JL- Sanatos

BASTA DE GUERRAS !!

Basta de mísseis
e de mortes inúteis
e estúpidas.
Basta de homens-burros
e bombas inteligentes.
Basta de homens-bombas
idiotamente fundamentalistas.
Basta de dores
ainda maiores
que as que já temos de suportar.
Basta de ódios,
cujos motivos perderam-se no tempo
já nem mais se conseguindo lembrar.
Basta de clamar
ao deuses e profetas
para justificar sentimento abjetos
que são somente nossos.

Se enganei-me,
em minha exortação,
perdoem-me.
Prometo não o fazer mais.
Apenas, imaginei
um mundo incrível
de tão bonito,
onde a paz
fosse possível,
mas acho que me enganei. . .

- por JL Santos, em 03/01/2009

NÃO MATARÁS


Não matarás
Ensinou Deus a Moisés
No alto do Monte Sinai.

Não matarás
Sem importar quem seja
Mesmo que te batam na face.

Não matarás
Ainda mais quando sabes
Que a razão não te pertence.

Não matarás
Deus não determinou assim
E revidar é prova de total vileza.

Não matarás
O teu maior inimigo
Nem àqueles que lhe vivem ao abrigo.

Não matarás
E se matas, afirmas
Ter Deus infundada opinião.

- por JL Santos, em 02/01/2009 -

QUASE UM POEMA DE NATAL

Compro não!
Tô durão
sem nenhum
sem arame
sem bufunfa
sem dim-dim
ai de mim
ai de nós
sem grana
sem voz
sem teto
sem terra
com dívidas
angústias
ânsias. . .

Que chegue logo
o natal
o reveillon
o carnaval
a páscoa
para enfim
viver o que é bom
para que não doa
para sonhar
que esqueço
que não existe tropeço
que é possível o recomeço
possível vencer o mal.

- por JL Santos, começado em 04/12 e concluído em 23/12/2008 -

UM POEMA PARA O NATAL - DIVINO É O PERDÃO

Divino é o perdão:
Gesto de amor bonito
Nascido do coração.
É prece, é um grito,

Fruto da compaixão,
Se acredito no Cristo.
Divino é o perdão:
Gesto de amor bonito

Concedido sem distinção,
Rompendo o limite restrito
Do meu viver rente ao chão.
Se perdôo, ressuscito!
Divino é o perdão!

- por JL Santos, em 22/12/2008, inspirado num poema, sobre o mesmo tema, feito pela Amiga Teresa, na Comunidade Orkutiana Fernando Pessoa - Tribalistas -

SONETO DE AMOR A UM SANDUÍCHE DE SALMÃO

Pegue duas fatias de pão,
Desses de forma, é claro.
O suco de um pequeno limão,
Retire e reserve, para o preparo.

Uma posta de salmão
- Cozida com alho, cominho
E bastante manjericão -
Até ficar desmanchado.

Mostarda preta, acrescente-se
E o suco do limão reservado,
Mais duas folhas de alface,

Rúcula e cenoura ralada
com queijo branco amassado.
Acompanha, uma bebida gelada.

- por JL Santos, em 17/12/2008 -

ACRÓSTICO EM HOMENAGEM AO CRISTO REDENTOR

ACRÓSTICO EM HOMENAGEM AO CRISTO REDENTOR

DENTRO DE TEU ABRAÇO

DENTRO DE TEU ABRAÇO
Eis um poesia,
que pensei não viria. . .

DENTRO DE TEU ABRAÇO

Nessa madrugada vazia,
deserta de inspiração,
em que não me vem a poesia,
até o sono perdeu-se na imensidão.

Se dormisse,
no sonho, talvez rabiscasse
uma ou duas linhas,
palavras, que se fariam amigas,

Fazendo-se, acalanto
à alma que geme,
que pede o calor de teu peito,

Para, dentro de teu abraço,
reencontrar minha paz, meu leme
e o reconforto de meu cansaço.

- por JL Semeador, em 04/10/2011, na Lapa, onde até a falta de inspiração se torna inspiração de minha poesia -

PAIXÃO

PAIXÃO
Uma única coisa,
deixa eu te dizer:
paixão não pede licença,
entra no coração da gente,
se instala
e quando você vai ver,
ela está lá,
senhora absoluta
do nossos sentimentos.

Se não,
não seria paixão. . .

- por JL Semeador, na Lapa, lugar de paixões intensas e inesperadas, em 31/01/2011, revisado em 14/09/2011 -

NOVOS TEMPOS DO AMOR

NOVOS TEMPOS DO AMOR
Tudo contigo tem graça e cor
Coisas decididas no momento
Ao murmúrio do vento
Ao incessante fluir do amor

No que era conhecido, novo sabor
No que era feio e vestuto
Fez-se beleza estonteante de flor
Que não se desfaz no tempo

Tudo diferente, tudo novo e melhor
Passei a olhar a vida do alto
O futuro não mais me causa horror

Teu beijo é meu bálsamo regenerador
No teu corpo, que encerra as belezas do Olimpo,
Da paz e da poesia, tornei-me semeador. . .

- por JL Semeador, em 10/09/2011, na Lapa, lugar de amor, paz, flores e semeaduras -

BRASIL: ESSE É O MEU PAÍS!

BRASIL: ESSE É O MEU PAÍS!
Sempre que olho pro meu país
A brisa vem e me diz
Que aqui é o meu lugar
E mesmo que outro eu tente encontrar
Outro país como esse não haverá
Com esse infinito colorido
Essa mistura de cores e raças
Esse jeito hospitaleiro
Como o Redentor
Sempre de braços abertos
Que define o brasileiro
Operário da alegria e do amor
O tempo inteiro.

Brasil de tantas culturas
Praias de raras belezas
Tantas, que algumas
nunca chegarei a vê-las
Dos ritmos em profusão
Frevo, maculelê, carimbo
Lá pras bandas do Pará
Catira, fandango e chula
Ao som da gaita do gaúcho
Samba rasgado no terreiro
Tudo isso é um luxo só
Alegria maior de ser brasileiro.

No domingo, o futebol que alucina
Na mangueira, o canto de um azulão
Feijoada no almoço com os amigos
Guaraná do amazonas pra criançada
Doce com queijo-de-minas na sobremesa
Conversa comprida em torno da mesa
Quem chegar é bem-vindo
Pois no meu país, que é lindo
Vivem a paz e o amor em revoada.

E mais não conto
Por excesso de emoção
Eu amo todos os cantos
Todas as matas
Todos os rios
Todas as cidades
Todas as ruas
Desse meu imenso rincão
E hoje nesse poema
Que fiz com um nó na garganta
Uma certeza desponta
Expressa na minha rima
Brasil, será sempre teu meu coração.

- por JL Semeador, brasileiro com muita garra, na Lapa, um pedaço de terra com a cara do Brasil -

ESSA NOITE CHOVEU PAZ

ESSA NOITE CHOVEU PAZ
Essa noite choveu paz.
Do céu, que se fez cor de prata,
Desceram gotas de luz,
Iluminando a cidade e a mata.

Quem estava dormindo, perdeu.
No noite de domingo, madrugada, quase,
Algo mais bonito, creio eu,
Somente, se o paraíso, agora, fosse.

Fui embora pra casa imerso
em amor, luz e poesia.
Livros, poetas e versos,
eram os motivos de tanta alegria,

Naquela noite única, quase fria,
em que, o desamor e a violência,
à vida, deram uma breve trégua,
choveu paz, ao invés de água.

- por JL Semeador, na madrugada de 0/09/2011, na Lapa, sob a inspiração de um poema da amiga Vanda Ferreira, a Bugra Sarará, e ainda sob os eflúvios da noite de domingo na Bienal do Livro -

AMOR INFINITO

AMOR INFINITO
Tudo o que eu te der, jamais será demasiado.
Nada do que me deres, será pouco.
Pois, quando os sentimentos obedecem à escala do infinito,
Mensurá-los, é tarefa para um louco.

O meu amor por ti é uma nova invenção,
Que edifiquei, pacientemente, ao longo de minhas esperas.
Teu amor por mim, pura surpresa, emoção
E descoberta, de quem, de tamanha façanha, nunca supusera.

Somos complementares, em nossas diferenças.
Seres que se procuravam sem que disso tivessem ciência.
Um sem o outro, hoje, impossível a existência.
Os dois, juntos, poder incontrolável, a não haver quem vença.

Enfim despertado, do sono e da apatia
Que me foram, por tanto tempo, companheiros;
Ouso dizer que és a fonte de minha paz e harmonia.
Quanto a mim, só quero te cuidar, ser o teu fiel Jardineiro.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de todas as músicas e amores -

POEMINHA EM HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES

POEMINHA EM HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES
Poemo o amor no diminuitivo
Para fazê-lo ainda maior
Sempre concreto, nunca adjetivo
Com cheiro de flor, a rima melhor.

Quem, desde cedo, assim me ensinou
Foi o nosso mais que amado Poetinha
O homem que mais, às mulheres, amou
tornando-se, do amor, a imagem perfeitinha

Com ele aprendi, que amor é amorzinho
No diminuitivo, para conter mais afeição
Minha namorada é sempre meu benzinho
Sem limites ou represas do coração

E assim sigo compondo meus poeminhas
No intento de cantar o amor em paz
Expressando o amor em palavrinhas
Seguindo a receita do Mestre: Vinicius de Moraes.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, ou melhor Lapinha, o lugarzinho que escolhi para morar -

A VIDA SEM ROMANCE

A VIDA SEM ROMANCE
A vida sem romance
não tem a mínima chance

de se fazer completa
esvaindo-se, feito água na sarjeta.

A vida sem romance
é sobremesa sem doce

paixão sem fogo
que vem e acaba logo.

A vida sem romance
passa como se fosse

um único carnaval
depois, quarta de cinzas interminável.

A vida sem romance
é lugar sem viço

se assim vives, sem vontade
caia fora, antes que seja tarde.

- por JL Semeador, na Lapa, nessa madrugada linda de segunda-feira, 15/08/2011, depois de um domingo que em agosto resolveu dar uma trégua pra gente -

AMORES DE TODO TIPO

AMORES DE TODO TIPO
Há amores de todo tipo,
é só escolher
o que melhor convier:

Românticos: com direito a poemas,
buquês e bom-bons;

Sado-masoquistas: acompanha
algemas, coleiras e chicotes;

Amores bandidos: sempre,
entre tapas e beijos,
idas e vindas à delegacia;

Amor burocrático: sexo, uma vez
por semana, às quartas,
depois da novela das nove;

Amor moleque: dúvidas,
surpresas e traquinagens;

Amor aventureiro: nunca se entrega
por inteiro, na ânsia por novas paragens;

Amor água-morna: funciona até que apareça
alguém, ocasião em que o caldo entorna;

Amor vulcão: somente à espera
de entrar em erupção;

Finalmente, amor sem adjetivo:
que chega e gruda na alma, feito adesivo,
impossível de arrancar.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, lugar de ser feliz, em 03/08/2011 -

NO VINHO A VERDADE ou "In Vino Veritas"

NO VINHO A VERDADE ou "In Vino Veritas"
"In vino veritas",
diziam os romanos,
ao erguerem as taças,
sem lugar para enganos.

Na rubro da taça,
à espreita,
de tocaia,
se escondem
o desejo que arde
e incontáveis acenos
que, na alma vicejam:
impulsos secretos,
que arrastam, feito torrente,
tudo por onde passam,
deixando, depois, a paisagem
estranhamente diferente.

Cada gole
anula
o enfraquecido
pudor
e o pouco
senso
de defesa.

Por que não,
ali mesmo,
na mesa,
deixar fluir o vulcão
que insiste em despertar?

Por que não,
agora,
drenar dos corpos
o tesão
em excesso,
libertando o desejo
que insiste em jorrar?

Depois?
- Depois pode ser muio tarde,
pois, a verdade do vinho
é fugaz,
é breve,
apenas um átimo;
que dura, tão-somente
o tempo que se move,
apressado,
no crepitar de uma chama.

- por José Luiz de sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de mim e de Manoel Bandeira, numa madrugada de sexta-feira, 29/07/2011 -

VIVER ME LEMBRA ALEGRIA

VIVER ME LEMBRA ALEGRIA
Viver me lembra alegria
Sentimento suave e pleno
Que, do fundo da alma, irradia,
Da paz o melhor aceno.

Viver me lembra compromisso
Com tudo o que nos rodeia
Desde aquilo que me é preciso
À dor que no mundo campeia.

Viver me lembra aprendizado
Desde as letras e matemáticas
Às lições ofertadas pelo Mundo
Com humildade e sem dramas.

Viver me lembra, enfim, privilégio
Que Deus, por amor, nos ofertou
E mesmo que o viver não seja régio
Será sempre o mais belo show.

- por JL Semeador, na Lapa, que voltou a ser a Lapa, em 28/07/2011 -

POEMA PARA O CORPO DA AMADA

POEMA PARA O CORPO DA AMADA
Teus dedos, ora teus dedos. . .
São ternos e delicados,
transmitido à minha pele
o carinho doce e singelo
que te brota do coração.

Tuas mãos, ora tuas mãos. . .
São asas de um passarinho,
desses, mais raros,
que me esvoaçam a alma,
ofertando-me prazer e calma.

Teus braços, ora teus braços. . .
Que tão intensamente me abraçam,
são o fio em que me enlaço,
enquanto flutuo e me desfaço
à luz inebriante dos teus olhos.

Teus olhos, ora teus olhos. . .
São brasas acesas na noite,
como olhos de uma Tigresa,
à espreita da presa,
para devorar e se perder em seu corpo.

Teu corpo, ora teu corpo. . .
Teu corpo é o meu copo,
onde me dessedento
e me embriago com teu vinho
que jorra da tua fonte transbordante.

Tua boca, ora tua boca. . .
Abismo que me traga,
quando gritas, com voz rouca,
(nunca antes, tão desvairada e louca),
Que, enfim, flor desabrochada, gozas.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, que se prepara para viver mais uma sexta-feira -

O AZUL DO TEU VESTIDO ou TODA BELEZA DO DOMINGO

O AZUL DO TEU VESTIDO ou TODA BELEZA DO DOMINGO
O azul do teu vestido
dissolveu a névoa e a insensatez,
que se abateram sobre a cidade,
no dia que ainda não se fez.

Azul, por certo, roubado ao céu,
que, mais tarde, de azul, colorir-se-á.
Azul subversivo, a provocar escarcéu,
desde o Rio Grande ao extremo norte do Pará.

Azul! quase verbo, no modo imperativo.
Azul! é a vida quem clama e ordena,
mesmo sem aparente razão ou motivo.

Azul, a azulejar o dia,
para que possa valer a pena
o domingo que principia.

- por JL Semeador, na manhã de domingo da Lapa, 26/06/2011

TEU BEIJO !!

TEU BEIJO !!
Quando te beijo
um mundo novo se descortina;
da sorte, ouço o som de um realejo,
desaparece o tédio e a rotina.

O teu beijo tem gosto
de fruta roubada no pé;
nenhuma outra tão gostosa, eu aposto;
polpa madura, sabor raro e forte.

No teu beijo habitam
intensos e insólitos presságios;
é o mais poderoso talismã,
capaz de atender a todos os meus desejos.

Se me beijas a boca, estremeço;
desabo, quando me beijas o pescoço;
se me beijas os olhos, me desfaço,
e num mundo de risos e luzes ingresso.

Assim é o teu beijo:
meu elixir de longa vida.
Outra coisa, não almejo,
que não, a tua boca atrevida.

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011

O OLHAR É UM PÁSSARO LIVRE

O OLHAR É UM PÁSSARO LIVRE
O olhar é um pássaro livre,
vestido de plumas multicoloridas.
A tudo contempla,
a todos os lugares viaja,
mesmo quando adormecido.

O olhar é a janela da Vida.
E mesmo os cegos,
por entre as trevas,
olham!
Pois, da alma, os olhos,
jamais se fecham.

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011

REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE

REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE
Este poema é uma homenagem a duas pessoas queridas: Beto Seixas e Themis, que partiram nesse final de outono, que mais parece inverno, com a morte insistindo em se fazer presente, junto com o frio e a névoa que oculta as manhãs.

.

Vivo uma fase de mudanças radicais:
nunca mais corri maratonas;
já não amo com há tempos atrás;
na rua, à meia-noite, sinto já ser tarde demais.

Óculos, se os esqueço, vejo-me perdido.
Remédio da PA, não tomar é suicídio.
Antes de cada exame de próstata, muito medo.
Começo a sentir saudade de quase tudo.

Ai de mim, frágil mortal, que do Tempo sinto urgência;
nessa fase da vida que, feito desatada sangria,
gota-a-gota, nos é drenado o viço e a alegria.

Ai de mim, que ainda aparento cinquenta,
mas, de Ísis, sinto-me cada vez mais perto;
- a cata de moedas - barco de Caronte esperando-me no Porto.

- por JL Semeador, Lapa: 17/06/2011

REMÉDIO PARA MAL DE AMOR

REMÉDIO PARA MAL DE AMOR
Há um só remédio
para mal de amor.
Algo que afugenta o fastio
e a dor,
que vem e se instala
feito incômoda mala,
repleta de inservíveis pertences,
sentimentos que restaram apodrecidos,
e que não encontramos aonde deixar.

Ah, o nome do remédio milagroso
é outro amor, muito mais gostoso.

- por JL Semeador, em 09/06/2011

SAUDOSISMO

SAUDOSISMO
Já não se pega um ita no norte
Já não se escreve cartas à mão
Já não se dorme de pijama
Já não se ama para sempre
Já não se diz "meu bem", como antigamente
Já não se fabricam coisas de longa duração
Já não se vive a vida em calma
Já não se janta em família, que eu me lembre. . .

Tudo, de repente, tão mudado
Tudo virado, de ponta-cabeça
Tudo desobedecendo as regras antigas
Tudo desorganizado, um enorme caos
Tudo fora de ordem, ao olhar que mira o passado
Tudo incrivelmente novo e com pressa
Tudo a nos impelir a mudanças
Tudo, ainda, ao alcance de nossas mãos. . .

- por JL Semeador, em 08/06/2011

NA DELICADEZA DE UM BEIJO

NA DELICADEZA DE UM BEIJO
Há, na delicadeza de um beijo,
um quê de de infinita imensidade,
uma nota suave, um leve harpejo
saído do coração: afinado alaúde

A entoar cânticos ao deus Eros,
na inebriante emoção do momento
em que, antevendo divinos gozos,
o espírito entrega-se, absorto,

Na magia das bocas unificadas,
a destilarem o néctar da vida,
a mais pura de todas as essências;

Solução mágica onde florescerá
o amor - encanto maior da vida,
e a paz, que o mundo iluminará.

- por JL Semeador, em 03/06/2011

MORADAS DO HORROR HUMANO

MORADAS DO HORROR HUMANO
O horror humano se esconde

na treva, em porões fechados

a cadeado, no vão de escadas

úmidas e sombrias.



O horro humano mora

aonde moram todos os fantasmas:

debaixo de minha cama de menino,

em todos os vazios de um coração,

na noite tempestuosa de cada drama,

na triste e fria sala de estar

da ignorância humana.



Não há nenhum lugar

onde o horror humano não more,

ocupando, como gás,

os ambientes,

impregnando os ossos

e a mente;

nada lhe fazendo frente,

a não ser um certo ar de desafio,

insolente,

e uma inesgotável coragem de viver,

cultivada tempos a fio.



O horror humano é irmão

do medo e teme

a claridade

das idéias novas

e o vento renovador da liberdade.



- por JL Semeador, em 26/28/ MAIO/2011

DIGAMOS NÃO AO PLÁGIO !!

DIGAMOS NÃO AO PLÁGIO !!
Quem se diz poeta e rouba poesia,
não passa de uma alma vazia.
Quem diz ser seu o que não é,
coitado, é um pobre de um zé-mané.

Está na hora do respeito,
de agir dentro da ética.
Digamos não ao plágio inepto,
rejeitando a hedionda tática.

A arte e tudo o mais
precisa ser depurada.
Gente cínica e falastraz,

Mais falsa que nota de duzentos,
deve ser encaminhada
ao monturo, junto com outros lixos.

- por JL Semeador, em 12/05/2011

O RIO ANOITECE EM POESIA

O RIO ANOITECE EM POESIA
O Rio anoitece em poesia.

Há um vento meio frio

pelas ruas,

mas que não afugenta a alegria

e, sim, o vazio

que assalta as almas

nesses momentos

quase serenos.



Um bar aberto

na Lapa.

Um gosto,

na boca, de sopa.



Um poema surgindo

na tela.

A imaginação subindo

feito uma bola

de gás,

que escapou da mão

do menino,

para não voltar

nunca mais,

partindo-lhe o coração,

ensinando-o a perder,

desde pequenino.



O telefone toca.

O coração bate.

A vontade é louca.

Nada que do verso me afaste.

Nada que me desensine

a esperança,

ou que, do meu peito, drene

essa sina, de nascença,

de acreditar

na infinita possibilidade

de amar,

como caminho único de felicidade.



- por JL Semeador, em 11/05/2011, num início de noite da Lapa


P A L A V R A

P A L A V R A
PA LA VRA

LA LA

VRA LA PA


- por JL Semeador, em 08/05/2011

MAMÃE !!

MAMÃE !!
Mãe-Terra
Mãe-Natureza
Mãe-d' Água
Mãe-Pátria
Mãe-de-Santo
Mãe-Benta
Mãe-Maria

MAMÃE !!

- por JL Semeador, em 08/05/2011 -

UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE

UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE
A tarde cinzenta
finda-se em acordes de violão.
A lua, sempre à espreita,
antecipa, lentamente, a escuridão.

Enquanto a noite
não vem, de todo;
enquanto a hora não é sete,
eu venço o medo
e escrevo versos,
engarrafados no trânsito,
que saem dos meus vãos escuros
e dos meus invisíveis porões.

Mas, enquanto o violão insiste
em preencher de sons
o declínio do dia,
eu também insisto
em não ser triste,
em flutuar rumo
aos teus sobretons
e ao teu olhar,
que na ausência do Sol,
só pra noite contrariar,
o poente incendeia.

- por JL Semeador, em 25/04/2011

AMANHECI OUVINDO ESTRELAS

AMANHECI OUVINDO ESTRELAS
Amanheci ouvindo estrelas.
Sabem. . . aquelas últimas
que insistem em brilhar nas manhãs,
desafiando o sol; dos notívagos
fazendo-se íntimas.
Sensação, de todo, inusitada.
Torrente a invadir-me a alma, em revoada,
a descerrar portas fechadas à novas percepções.
Cá dentro, sensação de terremotos e furacões.
Suave volúpia da inspiração alforriada.

Por não encontrar da chave da casa,
num ímpeto, arrompei a porta,
escapando, por fim, duma esperança duvidosa.
Do lado de fora, envolto em música e luz,
Nem pensei em voltar para fechar a porta,
que restara escancarada.
Apenas, aprumei o corpo, e segui. . .
Sem tempo nem de olhar pra trás.

- por JL Semeador, 16/04/2011

AMOR NÃO TEM IDADE

AMOR NÃO TEM IDADE
Amor?
- Amor não tem idade!
Na adolescência,
tem cheiro de inocência
e descoberta;
na idade adulta,
já sem tantas primeirices,
ainda assim faz, da vida, festa,
certo de que, amar é a única
coisa que presta;
e de trazer a paz ao Mundo,
só ele é capaz.

Amor?
- Em qualquer momento da vida é bom.
Quando jovem,
os hormônios fervem;
mais tarde, o encanto persiste.
E mesmo no outono
dos anos avançados
é lindo ver dois pombinhos abraçados.

Amor?
- Só sei dizer
que amor é a coisa mais fácil,
que nunca se ama demais;
todo amor é medida certa
e, se a alegria não traz:
- cara, repense,
você tá amando errado,
buscando um modo complicado
para o que é simples e natural.

- por JL Semeador, em 15/04/2011

VOCÊ É ASSIM

VOCÊ É ASSIM
Você é assim:
- Emoção intensa,
Alegria imensa,
Na pele, cheiro de jasmim.


Você é doce- de- leite
Você é doce deleite;
Um pé-de-vento, um furacão,
Quando o que fala é o coração.

Você é aroma do campo
Logo depois da chuva.
Um poema passado a limpo;
Inspiração que o vento não leva.

Você. . . Que sempre deixa saudade,
Por todo o lugar que passa;
Que, tudo o que faz, é de verdade,
Revele, só para mim, o segredo da tua graça.

- por JL Semeador -

Para Denise Pires, pessoa linda e querida.

Beijo

Beijo

Beijaram-se!
E fizeram a Terra parar
e no mesmo segundo voltar a girar,
apenas para se fazer terremoto.
E não restou pedra sobre sobre pedra,
depois do cataclisma.
Nem árvores, nem prédios,
nem qualquer mortal sobreviveu;
a não ser os amantes,
esquecidos da vida,
num beijo.

- por JL Semeador, em 30/07/2009

POEMA FEITO DE LÁGRIMAS (Para as meninas e meninos de Realengo)

POEMA FEITO DE LÁGRIMAS (Para as meninas e meninos de Realengo)
Hoje o meu poema
chora lágrimas de sangue.
Hoje o meu poema
chora lágrimas que não há quem estanque.

Hoje o meu poema
chora por meninos e meninas
tão precocemente arrancados da vida,
sem tempo de a verem desabrochada.

Hoje o meu poema,
o bairro onde eu nasci,
pais e mães
e toda a minha cidade
choram de um modo
que eu nunca vi.

Hoje, o meu poema,
tão-somente chora. . .

- por JL Semeador, em 07/04/2011 -

MULHER: CRIAÇÃO BONITA DEMAIS

MULHER: CRIAÇÃO BONITA DEMAIS
Mulher é criação
bonita demais.
Tem tanta graça,
tamanho encanto,
que desejo, apenas,
se não for pedir muito,
sempre que possa,
estar bem junto
dessa coisa preciosa.

Mulher é algo
por demais adorável,
em seus insondáveis segredos,
suas muitas armadilhas,
seus múltiplos perigos:
sorrisos de mel,
que tecem enredos
de inimagináveis tramas.

Mulher é a alma
desse mundo insano,
tão loucamente despropositado,
em seu desamor,
que só imerso na calma
da noite tranquila de sono,
dormida em paz ao seu lado,
a vida retoma sentido e cor.

- por JL Semeador, 30/03 a 05/04/2011

O GOSTO DO SILÊNCIO

O GOSTO DO SILÊNCIO
O gosto do silêncio,
poucos o sabem,
a não ser aqueles
que, muitas vezes,
ano-após-ano,
tiveram de secar
as próprias lágrimas,
calar seus gritos
e engolir a fria taça de fel
do desengano,
como se fosse
o ato mais agradável.

O gosto do silêncio
tem sabor de morte,
de calor em tempo de estio,
de espinha de peixe
entalada na garganta,
de cachaça barata
que mais arde
que embriaga,
de noite passada
rolando na cama
sem que se haja dormido.

O gosto do silêncio
é de veneno insidioso,
de praia com frio
e chuva,
de bacanal sem uva,
de sino mudo
que não retine,
de zoológico sem macaco,
de namoro sem cio,
de cortar a própria carne
e ter de provar um naco.

- por JL Semeador, em 04/04/2011

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA - ou - PARA QUE O PLANETA SOBREVIVA

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA - ou - PARA QUE O PLANETA SOBREVIVA
"O meu carinho e respeito ao Poetinha Vinicius de Moraes, autor do Poema A ROSA DE HIROSHIMA"

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA

A água de Fukushima não fede
A água de Fukushima não cheira
A água de Fukushima não mata nem uma só sede. . .

A água de Fukushima queima
A água de Fukushima contamina
A água de Fukushima mata!

A ignorância de Fukushima é cega
A prepotência de Fukushima apavora
A mentira de Fukushima é covarde
A hipocrisia dos governos é cômica. . .

Digamos não à agua assassina de Fukushima!
Digamos não, de novo, ao genocídio de Hiroshima!
Digamos não à incompetência de Chernobil!
Digamos não, para sempre, à segurança nuclear impossível!
Digamos não, por amor à vida, à estupidez de Angra dos Reis!
Digamos não à anti-rosa radiotiva,
Para que o Planeta sobreviva!

- por JL Semeador, em 03/04/2011

OUTONO, PRAZERES SUTIS

OUTONO, PRAZERES SUTIS
Outono, tempo de rcolhimento.
De repente, folhas secas pra todo lado
e uma brisa leve,
eriçando a pele,
no cair da tarde.

Outono e suas tardes brancas,
ornadas de cores suaves:
Carícia nos olhos fartos do verão.
Na cozinha cheiro de chá de maçã,
Na alma um quê de melancolia e mistério.

Outono, um convite aos devaneios
e a toda sorte de prazeres sutis,
escondidos em suas noites lentas,
pontuadas por gritos e sussurros,
que se esvaem nas névoas matinais.

Outono, um hiato.
Um alento breve
com ares de eterno,
feito fumaça de cigarro
em filme preto e branco.

Outono, simplesmente. . .

- por JL Semeador, na madrugada de 27/03/2011

Assim é meu Rio

Assim é meu Rio
Assim é o meu Rio.
Alegria por todo o lugar.
Impossível ficar sério.

Quer ser feliz? - Vem pra cá!
Aqui se aprende a amar.
Na tristeza, dê um chega pra lá. . .

- por JL Semeador, um carioca perdidamente apaixonado pela minha cidade -

poema para os teus seios e demais encantos‏

poema para os teus seios e demais encantos‏

Nada preenche melhor
a minha mão
e, também, o meu coração,
do que teus seios.

Minha vida
um novo sentido veste
quando minha mão atrevida
penetra o teu decote.

Teus seios
são deliciosos aperitivos
de outros tantos encantos
no teu vestido escondidos.

Em homenagem aos teus seios,
esgue-se ereto o meu falo,
à espera, expectante,
dos teus carinhos e beijos.


JL Semeador

POEMA PARA OLGA ISADORA

POEMA PARA OLGA ISADORA

Homenagem à minha filha, no dia de sua colação de Grau em Direito:


Todo pai, que tem uma filha,
Assim, bonita e inteligente,
A cada dia o olho brilha
E a alegria invade a mente.

A minha filha foi escolhida
Desde o momento da concepção,
Para dar sentido à minha vida
E adoçar o meu coração.

Assim é Olguinha Isadora:
Mulher-menina que fascina,
Desde o papai, que a adora,

Aos demais membros da família.
Filha amada! Prossigas na tua sina
De sempre semear alegria.

- por JL Semeador, em 16/02/2011 –

TRIBUTO A TOM JOBIM

Ah, essa madrugada tão silenciosa,
que não me deixa dormir. . .
Ah, essa brisa refrescante,
que sopra do mar,
iludindo o Morro de Santa Teresa,
só para me despertar
e me manter alerta. . .
Ah, essa lembrança tua,
que insiste em não ir embora,
apesar da incoveniência da hora. . .
Ah, como é estranho estar sozinho,
eu e o barulho do primeiro ônibus,
a carregar estranhos e seus pensamentos. . .
Ah, os primeiros rumores do dia,
a antecipar mais um dia de sol e calor. . .
Ah, o bem-te-vi que começa a cantar,
com a infinita pureza,
só possível, aos que sabem voar. . .
Ah, minha cidade bonita,
seu verde, sua gente, seus pássaros,
tão bem retratados nas canções de Tom Jobim. . .
Ah, meu Maestro Soberano,
se não tivesses subido para o andar de cima,
nessa semana, completarias mais um ano. . .
Ah, vida vida vida vida vida. . .
Ah, essa vontade de não sei o quê,
tão intensa, que dói, feito ferida. . .

- por JL Semeador, em 27/01/2011

JANEIRO E SUAS DUAS CARAS

Janeiro e suas duas caras diferentes.
Uma a fitar, meio triste, o passado;
a outra, com esperança, mirando à frente.

Janeiro e suas sempiternas alegrias.
Tempo de férias, anualmente, agendado;
seus temporais, seu excesso de águas.

Janeiro e seu eterno jeito-menino.
Um clima de romance e verão, no ar, sorrindo;
Uma sede de vida, um desejo sem tino.

Janeiro e a minha Cidade à espera do carnaval.
Gringos e negras, abraçados, que o amor é lindo;
apenas homem-mulher: a coisa mais natural.

Janeiro e com o futuro não te apavores.
Tudo, o que antes não deu certo, é passado;
Da própria vida, sejamos os autores.

- por JL Semeador, em 1° de janeiro de 2011, em plena Cidade Maravilhosa

CALCINHA PRETA

CALCINHA PRETA
Calei-me!
A imensa vontade de você
Levava-me aos cimos da excitação e do desejo,
Imaginando-te
Nua, a mim ofertando-se. . .
Havia, - avistei ao despir-te -,
A mais linda calcinha,

Preta e delicada,
Resguardando-te a intimidade.
Emocionado, ante tamanha beleza,
Torne-me teu homem,
Aquele que te faz mulher e feliz.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador -

A CALCINHA BRANQUINHA DA MINHA AMADA

A calcinha branquinha da minha amada
guarda um flor.
Rosa, pelo orvalho umedecida,
à espera do amor.

Saudade da tua ternura estreita,
do teu suspirar, enquanto gozas,
de forma nada discreta,
parecendo que transbordas

De dentro do corpo em tremores,
de onde a alma escapa, em êxtase,
exalando pelos ares,

E deixando, na lembrança, perfume
intenso, a perfeita dose,
para o meu desejo e fome.

- por JL Semeador -

Calcinha Rosa bebê

Calcinha Rosa bebê
Penso no meu bebê,
vestindo o mais claro rosa.
Esse bebê é você.
minha flor mais preciosa.

JL Santos

Calcinha Pink

Escrevo com caneta de tinta,
da marca Parker Quink,
sobre a beleza escondida
dentro da tua calcinha pink.


JL Semeador

Pink pink pink
o meu favorito link
think think think
fique fique fique. . .

JL Santos

Calcinha Azul

O céu, hoje, não se fez azul.
Mas sei que ele apenas está oculto;
esperando passar o momento difícil,
para eclodir em cor e encantamento.


JL Santos

Calcinha Amarela

Amarelinha, cor de gema de ovo,
a sinalizar, em nós, um momento novo,
em que eu descubro, mais uma vez,
que te namorar é mais que dez!

JL Santos
O que é bom se repete.
Sou poeta criativo.
Pinto o sete.
Sem o amarelo, não vivo

JL Santos

Sob um manto de amarelo intenso
repousa a fonte de prazer supremo,
o lugar divinal, que cheira a incenso:
a cálida e rara flor, que tanto estimo.


JL Santos

Cor de Palha

A cor é palha.
O amor, intenso.
Você, minha trilha.
Em mais nada penso.


JL Santos

Calcinha de Oncinha

Eu preservo a natureza,
da minha oncinha, cuidando bem;
linda, felina, uma beleza,
que me devora, mas me quer bem.


JL Santos

A Alegria do Vinho

A Alegria do Vinho

Amo, do vinho, a alegria.
Sua cor rubra ou clara.
O suave buquê que anuncia
A delícia mais que rara,
Que repousa oculta
Por detrás da lucidez,
Que, uma vez transposta,
Leva ao gozo e à embriaguez:

- Caminho delirante e lúdico;
Jornada rumo a universos:
Igual a nenhum outro sonho épico
De tempos passados, medievais.
Assim és tu: Bela entre as belas.
Assim me deixas: Em ti, de olhos postos.

- por JL Santos, em 21/set/2010 -

Calcinha Rosa

Veja só uma coisa.
Coisas tão mínimas,
como a tua calcinha rosa,
são as maiores delícias.


JL Santos

Calcinha de Zebra

Uma zebra surrealista,
de marrom e preto, listrada.
Apesar de oculta à vista,
sei que é a coisa mais linda.

JL Santos

Um gatinho cor de uva,
guardando tua linda vulva,
dentro da calcinha lilás,
para um gato, que te ama demais.


JL Santos

Calcinha de Florzinha Vermelhinha

Florzinhas vermelhinhas

são, do natal, meu presente.

Guardam encantos, delícias:

A minha estrela cadente.


JL Santos

Calcinha Cinza

Dizes, que cinza é cor de agosto.
Cor de agosto, que nada!.
Desse cinza eu gosto:
Moldura da tua flor, que é linda!


JL- Santos

Calcinha Laranja

Calcinha Laranja

Da laranja, gosto do suco
que fácil escorre
e desperta um desejo louco
de que na minha boca jorre.


JL Santos

Bolinhas cor-de-rosa
giram em torno da Lua,
enquanto você goza,
minh' alma dentro da tua.


JL Santos