Quem sou eu

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Cidadão Brasileiro, com muita honra e felicidade. Carioca da gema, nascido no subúrbio de Realengo, local por onde o Cantor, Compositor e Ministro Gil, começou a abraçar o Brasil. Em outro subúrbio fui criado - Guadalupe - onde também moraram Caetano Veloso, antes de andar "sem lenço e sem documento", e João do Vale, aquele do "Carcará / pega mata e come". Atualmente, moro no Centro do Rio, fazendo limites com o Estácio, Santa Teresa, Central do Brasil e Lapa. Quase Jornalista, quase Administrador de Empresas. Professor do Ensino Fundamental, que nunca chegou a exercer o magistério. Advogado por profissão, pós-graduado em Direito do Trabalho e Sindical. Poeta por opção e vontade. Pai de três filhos lindos e criados, cada um de uma relação diferente. Religião Espírita, a única que respondeu a quase todas as minhas indagações existenciais. Através do Espiritismo despertei para a necessidade de praticar a caridade, o que hoje faço em diversas frentes de trabalho voluntário. Ah, sem esquecer de ser caridoso comigo mesmo, em primeiro lugar. Alguém em busca do auto-conhecimento. Alguém no difícil aprendizado do Amor, tal como foi exemplificado pelo Mestre Jesus.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Verde e Rosa

Verde e rosa é a cor da Mangueira.
Cor de intensa paixão.
E mesmo que eu não queira,
Não sai do meu coração.

- por JL Semeador, em 06/10/2010

O FUNERAL DE MEUS SONHOS

Começou o vento sudoeste
O beijo que nunca me deste
Hoje nem fede nem cheira
Transformando-se em poeira
E
prenúncio de tempestade
Que deve cair mais tarde
Alagando toda a minha rua
Onde te via passar linda e nua
Depois das duas da madrugada
Anunciando a luz da alvorada

As folhas se espalhando pelo chão
Sufocam o grito do meu coração
Cansado de muito apanhar
Com sede de te namorar
E fechar um curto-circuito
Para dar choque em meu peito
Que desde que machuquei o joelho
Desisti de comer repolho
Preferindo bife com batata frita
Alento de minha alma aflita

Com o vento a manhã escureceu
Calcei chinelo de sola de pneu
Eu que tentei num triste dia
Me casar com a Rosa Maria
Irmã de uma tal de Judite
Que morreu de apendicite
Em cima de uma bicicleta
No final de uma rua deserta
Provocando intenso terremoto
Que deixou três feridos e um morto

Nessa noite que se fez na manhã
Peguei gripe e febre tersã
Comi o pinguim da geladeira
Pensando ser bananeira
Pus roupa pra secar no varal
Tomei um comprimido de sonrisal
Para acabar com a azia
E trazer de volta a alegria
Que se havia perdido na noite
Dentro de um escuro pacote

Cai a chuva finalmente
Bem dentro da alma da gente
Que enfim encontrou a cura
Para a picada de tanajura
E também da dor de dente
De imaginar a  Dilma presidente
Com o Zé Dirceu de ministro
Poderá haver algo mais sinistro
Pesadelo dos mais medonhos
O funeral de todos os meus sonhos.

- por JL Semeador, em 15/09/2010

BOTAFOGO, LUGAR DE BAMBAS

No Bar Esquina de Botafogo
O samba firmou morada
Com Serginho e seu cavaco
Na sexta-feira enluarada

Botafogo, lugar de bambas
Do lirismo de Mauro Duarte
Da São Clemente, Escola de maiorais
Sem esquecer de Walter Alfaiate

Assim é o nosso Rio
Alegria por todo lugar
Impossível ficar sério

Quer ser feliz, vem pra cá
Aqui se aprende a amar
E fazer da vida um doce lá-rá-lá-iá. . .

- por JL Semeador, em 21/01/2011

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A LUA DA MANHÃ

Hoje, às seis da manhã,
ainda vejo a Lua.
Não, não estou em delírios
de febre terçã.
É verdade, juro,
ela está na moldura da minha janela,
pros lados do que seria o poente,
envolta em névoa rala,
encantando-me os olhos,
tirando-me a fala,
talvez, contemplando os boêmios,
sobreviventes,
dessa madrugada
de feriado no Rio de Janeiro.

É uma Lua cheia,
redonda e bela,
que contempla os aviões
passando em direção ao Santos Dummont;
e que já se prepara para sair de cena,
diante do dia que já se fez.
Rendo-lhe homenagens:
uma tentativa de poema mal-sucedido,
um último olhar emocionado,
um aplauso tímido
e solitário,
que se perde, sem eco,
ao longo da rua,
ainda vazia,
ainda tão minha.

- por JL Semeador -

SARAU POESIA LEGAL - 01/12/2010

sábado, 15 de janeiro de 2011

A ERA DO VAZIO

Vivemos a era das etiquetas frágeis,
das crenças fugazes,
das palavras voláteis,
das leis ineficazes.

Triste era de desamor, do vazio,
onde apagam-se as referências,
o novo se torna um rio,
escapando de seu leito, afogando mitos e crenças.

Dizem, ser tudo fruto dos tempos pós-modernos,
desse momento contemporâneo, depois das guerras,
para além de ideologias ou quaisquer modismos;
sem que o possamos saber, se comédia ou drama.

Tempos de viver ensimesmados, mergulhados em nós,
buscando, no interior, o sentido de tudo, o que for melhor,
em plenitude vivendo, acompanhando o ritmo veloz
de tudo o que nos cerca, descartando todo erro anterior.

Vivemos um momento de pura contradição,
em que não sei quem é meu amigo,
conseguindo ser solitário, em plena multidão,
em que um só gesto pode ser sinal de paz ou perigo.

De uma coisa, porém, estou certo,
tenho, eu, de fazer a minha parte,
quietinho, mesmo sem ninguém por perto,
usando, o amor e a compreensão como baluarte.

- por JL Santos, 15/05/2008

FALSOS ORÁCULOS

Fiz esse poema sobre dois versos deixados pela nossa amiga Poeta Mellisa.
Que ele te traga paz e harmonia nessa quarta-feira, que, se quisermos, será  assim altaneira.


- FALSOS ORÁCULOS -


Seria apenas fantasia,
Ou eu não entendi o teu jeito de ser?
Será que realmente te conhecia,
Ou teu coração teimou em de mim se esconder?

Juro, que não sei mais o que pensar.
Eu, que movi montanhas para te encontrar,
Que, na tua busca, lancei-me ao mar,
À bordo da mais frágil embarcação,
Sem bússola, cartas náuticas ou víveres,
Iludida pelos oráculos que me indicavam a ocasião.

Será que foi tudo verdade,
Ou simplesmente sonho de um cochilo à tarde?
Seria mesmo o fim da caminhada,
Ou apenas mais uma ilusão em minha vida?

Essa vida, que já não me contém.
Eu, que sempre cultivei os mais coloridos sonhos,
Que, por acalentá-los, vivo a semear margaridas
Por onde passo, de forma até mesmo insana;
Na esperança, talvez deserta, de que meus passos
Um dia me conduzam ao que meus olhos fechados vêem.

- por JL Santos, em 14/05/2008

DE NOVO SEGUNDA-FEIRA

domingo, ontem, amanheceu encantado,
Porém, quando dou por mim, já não o é mais.
É madrugada, é segunda-feira, tudo é passado,
Maio no calendário, abril já ficou pra trás.

E assim se faz a marcha do tempo, inexorável,
Chronus a seguir sisudo, com sua lanterna.
E mesmo que eu, na vida, quede-me imóvel
A sua jornada não se interrompe, por eterna.

Tempo há, em que se pensa ter todo o tempo,
Mas eis que ele passa e, enfim, descobrimos,
Que essa nossa ilusão só nos traz desalento,
Ainda mais, se sabendo-a falsa, nela persistimos.

E nesse passo, de novo segunda-feira,
Madrugada em mim e lá fora, na rua,
Agora triste e calada, como uma freira,
Insistindo em me lembrar da ausência tua.

- por JL Santos, em 12/05/2008 -

NÃO ME DIGA ADEUS

Não me diga Adeus!
Não agora!
Por favor!
Vê como minh' alma chora,
Como em meu rosto se reflete o horror,
De não mais ter os teus olhos nos meus.

Sabe, quem sabe se de novo tentássemos,
Se tudo fosse esquecido,
Se nos perdoássemos,
Intentando um novo modo de tudo fazer,
Tudo, de novo, sob outros termos,
Talvez, a finada paixão pudesse reviver.

Então, o que me dizes?
Não me trates como a última das meretrizes,
Não me olhes como se me desconhecesses.
Seja qual for a tua resposta,
Pense-a bem antes de a dares,
Pois, se bateres, decerto abrirei minha porta.

- por JL Santos, em 11/05/2008

- DA EXISTÊNCIA DE DEUS -

A tarde é triste
Mas estou vivo
E, por estar
Eu vivo e penso
Penso e fico triste
Triste como a tarde
Triste porque penso
Porque penso e vejo
Um mundo de ambição
Um mundo de maldade
Ambição sem limite
Maldade sem limite
Então eu penso
Se Deus existe
Por que me deixa estar
Triste como a tarde . . .

NOTA: Esse poema foi escrito no dia 13/12/1968, uma sexta-feira, depois de ouvir em edição extraordinária, pelo Repórter Esso, a notícia da promulgação do AI-5

- MÃE, PARCEIRA DE DEUS -

Hoje, quero te homenagear:
Mãe, parceira de Deus,
Nesse teu eterno dedicar
Tua vida aos filhos teus.

Quer sejam eles nascidos,
Do ventre ou do coração,
São todos muito amados,
A todos estendes a mão.

E hoje, filho agradecido,
Um pouco a cada uma,
A cada mãe um recado,

Do fundo do peito saído.
Que esse poema contenha
O amor do teu filho querido.

- por JL Santos, em 13/05/2007

PREGUIÇOSA MANHÃ DE SEXTA FEIRA

Acordo cedo na manhã fria.
Decido, por pura preguiça,
não ir trabalhar.
Deixo-me ficar imóvel,
perdido de tanto pensar,
diante da TV e da vida.

A tela revela
a manhã de sexta-feira.
Puro tédio,
só besteira:
Servidores públicos em greve,
um novo assalto seguido de morte,
ou seria o mesmo de ontem,
ou de outro qualquer dia,
por falta de notícias, re-noticiado.
A morte a se banalizar na mídia,
Como se fosse normal
Viver assim, entregue à própria sorte.

Mas hoje, a morte não me interessa.
Hoje, quero apenas pensar em vida.
Pensar em namorados de mãos dadas,
em beijos e abraços sonhados.
Encontros marcados
e cumpridos sem atraso.
Desejos satisfeitos,
corpos saciados.
Tudo, retratado no meu poema,
que se faz num bordado delirante,
sobre o branco vazio da página,
celebrando a doce vitória:
da alegria sobre o tédio,
do amor sobre o medo,
da vida sobre a morte,
da verdade sobre a hipocrisia,
Além da certeza de um futuro radiante.

- JL Santos, 09/05/2008

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

PORTO SECRETO

Eu quero voar contigo
Linda borboleta matinal
Singrando os ares
Rumo ao infinito
Em busca de um lugar
Onde caiba a nossa paz.


Um porto secreto
Inexpugnável ao mal
Onde o teu olhar bonito
Eterno sol de alegria
Brilhe, como um imenso farol
A cada final de dia

A ALEGRIA DE TE REVER

A alegria de te rever me enternece.
Sinto-me, de novo,
menino de calças curtas pelo bairro
- para mim toda a cidade -
a imaginar estrepolias e andanças,
em total e plena liberdade,
sem imaginar jamais,
que um dia a gente cresce
e, subitamente, adulto amanhece.

A alegria de te ver me contagia,
me transfigura, me alumia,
feito os vagalumes,
que avistei certa vez,
menos de cinco anos eu tinha,
piscando num terreno baldio,
após um temporal de final de dia.

Sim, essa é hoje uma das minhas
maiores emoção e alegrias,
te rever assim atribulada,
docemente multifacetada,
mulher de mil faces perfeitas
cidade destino ao fim da estrada

ÁGUAS DE MAIO ou DE GOTA EM GOTA

De gota em gota
enchem-se rios
inundam-se cidades
as águas espraiam-se
correndo desmedidas
levando casas
lavando campos
escapando de seus leitos
tristemente desfeitos.

De gota em gota
a bica mal fechada
não me deixa dormir
o meu saco transborda
o meu tédio explode
a palavra falta
tudo submerso
até o meu verso.

JL Santos

QUANDO NOSSOS OLHOS SE ENCONTRAM

Quando nossos olhos se encontram,
também se encontram nossos destinos
para sempre ligados, fundidos
em indissolúveis cadeias de afetos,
construídas no longo decorrer do tempo,
imantadas por sentimentos profundos.

Quando nossos olhos se encontram
eles nada dizem sob a forma de palavras,
repetindo, apenas, sentimentos explícitos,
afetos não verbalizados, mas subentendidos
em idílicos e esparramados acenos:
faróis silenciosos de ajuda e amparo.

- por JL Santos, em 07/05/2008

QUANDO AS GAIVOTAS MERGULHAM?

Quando as gaivotas mergulham?
- procuram por peixes, seu natural alimento.

Quando as gaivotas mergulham?
- procuram por si mesmas no fundo do mar.

Quando as gaivotas mergulham?
- retornam à origem da vida, que se fez nos primitivos oceanos.

Quando as gaivotas mergulham?
- fazem amor com a natureza, eterno renovar da vida.

Quando as gaivotas mergulham?
- sou eu também que mergulho, nas profundezas de Mim!

- por JL Santos, em 06/01/2007 -

- SUPERIOR TRIBUNAL DA POESIA -

Na vida que eu não quis,
poderia ter sido escrivão
promotor ou juiz.
Quem sabe desembargador,
ou qualquer outra função
ligada à advocacia.
Até que, meu irriquieto coração,
sem necessidade de qualquer registro,
se auto-nomeou Ministro
do Superior Tribunal da Poesia.

- por JL Santos, em 05/05/2008 -

AMANHEÇA SORRINDO

Amanheça sorrindo.
A Poesia torna qualquer dia lindo.
Seja com o esplendor do sol,
Ou com a chuva a pedir cobertor e lençol.
Pois, quem com poesia acorda:
No peito, o amor desperta,
Na casa, faz nascer flores,
Na cidade, mais entendimento,
Na planeta, um pessimista a menos,
No Universo, a renovada descoberta,
Do Verso Eterno de Amor imaginado por Deus.

- por JL Santos, em 02/05/2008

- CARRETEL DE LINHA DEZ -

Carretel de linha dez
mas tem de ser dos grandes
daqueles que não tem fim
que a linha desenrola
pelo céu infindamente
e eu menino
bem pequenino
vôo com a pipa
que é viva
irriquieta passarola
a me transportar
pelo espaço
corpo e mente
transformado
para além da terra
para novo lugar
sempre pleno de emoção
assim como se possível
criar asas
meu inquieto coração.

JL Santos

AGRADECIMENTO A DEUS (na noite do meu aniversário)

A noite é linda
o céu pontilhado de estrelas.
Eu, acordado, ainda,
agradeço a Deus por poder vê-las.

Agradeço por todas as coisas,
nessa noite mais que especial.
Pelos amigos, lindas pessoas,
por ser um cara quase normal.

Alguém cheio de idiossincrasias,
mas com disposição de ser melhor.
Boas intenções, às vezes, vazias,
perdidas no meu caos interior.

No fundo, fechando o balanço,
vejo-me com alguma esperança.
Um dia a sabedoria me alcança,
pois, a cada dia, à vida me lanço.

- por JL Santos, em 28/04/2008 -

CHEGADA DE NOVO TEMPO

Se tudo tem que acontecer,
Que aconteça já, bem agora!
Com a urgência do nascer,
Passados os meses de espera.

E que venha envolto em claridade
- todo esse ansiado acontecimento -
Com buzinas polifônicas tonitroando,
A todos anunciando a novidade.

Chegada de novo tempo é assim:
Chuvas de flores de mil pétalas,
Beijos apaixonados pelos jardins,

Torrentes de multicoloridas luzes
Descendo de um céu enluarado,
Espantando trevas e nuvens.

- por JL Santos, 26/12/2007

O GRITO DA TERRA

Como infinita e sempre aberta ferida,
segue, mais uma estrada,
a rasgar o verde,
a destroçar o ventre,
a consumir as entranhas
da Terra-Mãe desolada.

Dizem ser,
via necessária ao progresso
que se pretende fazer,
apesar de sua desmedida voragem
de dizimar tudo o que encontra
em seu caminho:
seja bicho
árvore
ou o próprio homem
esse predador enlouquecido
de sua verdadeira origem esquecido,
esquecido de sua frágil condição humana,
- do Pai, criado, à imagem e semelhança,
porém, corpo no barro moldado.

A agressão segue incessante,
ao ritmo monótono e frio do machado,
na cantilena aterrorizante
das moto-serras,
no trágico avançar do trator.
e, sem voz contrária que se levante,
a Terra grita sua dor,
num pranto de lágrimas secas,
por secas as suas nascentes,
pelo egoísmo, cobiça e ódio
oculto no agro-negócio,
e pela mesquinha indiferença
de cada um de nós.

- por JL Santos, madrugada de 09/04/2008 -

- IDÉIAS MIRABOLANTES -

Essas idéias mirabolantes
ficam dançando nas entrelinhas.
Esses pensamentos enlouquecidos
insistem em me visitar.
Todos os fantasmas,
que eu julgava perecidos,
ressurgem do negrume da noite
pra me assombrar a mente.

De onde vêm todos esses sortilégios?
de que Caixa de pandora terão escapulido?
de qual cornucópia mágica escaparam ilesos?
a ponto de virem a mim, assim tão claros,
explicitamente líricos e obscenos,
deixando na manhã cinzenta
um cheiro perverso de perplexidade,
quando, da vida, eu só queria paz e quietude.

- por JL Santos, em 26/03/2008 -

PAIXÕES EM REDEMOINHOS

Paixões nos invadem,
em redemoinhos,
pequenos tornados
sentimentais.
Paixões passageiras,
chuvas de verão,
que caem intensas,
mas logo se vão.
Paixões só existem
em nossos sonhos,
a realidade as destrói,
transformando-as em pó.
Paixões que se foram,
paixões que virâo,
Há lugar para todas
em meu coração.

- por JL Santos, em 1º/abril/2008 -

- CANTO DE AMOR À SEXTA-FEIRA -

Eu te amo sexta-feira
esse teu jeito de dia ímpar
essa tua singularidade
essa tua eterna promessa
essa sempre terna possibilidade
de se encontrar toda faceira
- em qualquer esquina -
a sonhada felicidade
depois da noite começar.

Eu te amo sexta-feira
essa constante algaravia
esses teus bares lotados
dos mais chiques aos mais fuleiros
esses passantes apressados
que nem ligam pra tua magia
dessas meninas tão lindas
para matar, bem vestidas
beijando todos os sapos
por crerem em mitos de príncipes.

Eu te amo sexta-feira
o meu dia de domingo
o meu dia da Criação
com seus riscos e armadilhas
com esse aperto no coração
se chove, esbravejo, te xingo
mas, ainda assim vou à rua
ao encontro de tuas carícias
com minha paixão renovada
com essa ternura, sempre tua
a ti, sempre fiel, minha amada.

- por JL Santos, em 29/06/2007

- O SENTIMENTO AMOR -

O sentimento amor
- esse eterno incompreendido -
Que vivemos a exaltar seu valor,
Sem nunca, em plenitude, o termos vivido.

Dizemos que amamos,
Mas queremos posse,
Escritura sem emendas ou rasuras,
Para nos assegurar da benesse,

Que nos virá do coração amado,
Melhor dizendo, adquirido,
E, por cada um, muito bem guardado,
Com desmandos de dono assumido.

Que ama valoriza, é certo.
Porém, do amor, quem saiba, haverá?
Pois, quase todo coração é um deserto,
Onde ele, só com muito esforço, medrará.

- por JL SANTOS, madrugada do dia 14 de março de 2008

- DEPOIS DOS TRINTA -

Depois dos trinta,
ou melhor seria dizer
cinqüenta?
Fiquei mais bonito,
acreditem!
Descobri-me Poeta.
Luziu-me uma estrela na testa,
e olha, que não foi chifre não,
que isso foi bem antes,
antes de me tornar quarentão.

Depois dos trinta,
escrevo melhor,
vivo melhor, amo melhor.
E não pensem,
que não me reconheço limitado,
que não mais corro maratonas,
que, na hora do amor,
rolo bola no meio de campo,
sem aquelas correrias doidas,
que marcaram os meus vinte anos.

Depois dos trinta,
eu me vejo mais sensível,
mais amigo, mais pai, mais filho,
mais ecológico, mais cidadão,
mais amante, mais enamorado.
E se você, que nem sei se vai me ler,
me perguntar pela morte,
que está a se aproximar,
te direi sem pestanejar:
ela vem sem marcar hora ou lugar;
enquanto, eu sigo vivendo,
sem nela nunca pensar,
como se o meu tempo aqui
fosse infinito;
pois todo homem que deixa sonhos,
mesmo depois de partir,
é como se não houvesse morrido.

Depois dos trinta,
quase aos cinqüenta e oito,
que completo no próximo vinte e oito,
digo em alto e bom som:
A vida vale mesmo a pena.
A vida é tudo de bom.

- por JL Santos, em 23/04/2008

- ANALFABETO CORAÇÃO -

Futuro, sujeito ocupado
passado, objeto direto indefinido
presente, complemento nominal anônimo
verbos, no futuro do pretérito
diálogo, intântaneo e exdrúxulo
onomatopéias, cacofonias
enálages, metonímias
metáforas e hipérboles desmedidas
a desandar a análise sintática
a confundir "lingue" e "parole"
semeando caos
entre teoria e prática
deixando-me as mãos extáticas
perdido nessa extrusão
mente sinalogicamente apática
um "se", partícula reflexiva,
em meu analfabeto coração.

- por JL Santos, em 02/12/2007 -

O AMOR MULTIPLICADO

 
 
Amo-te enfim sem dúvidas
amo-te sem nada pedir
que amor é sentimento danado
ao mesmo tempo em que mais se doa
mais ele cisma de insistir
em nos voltar multiplicado.
 
 
JL - Santos

O AMOR CULTIVADO

Nosso amor é tudo de que disponho,
embora ele exista apenas no meu sonho,
embora eu saiba que sonhos
são meio como sementes,
que devem ser semeadas,
regadas e cultivadas,
até que se transformem
em árvores frondosas,
a sombrear nosso futuro,
e depois servir de escada
para transpor o muro,
que sempre se ergue
no meio da estrada escolhida.

- por JL Santos, em 16/03/2007

MENTIRAS DITAS À SORRIR

Qualquer notícia a respeito do fato
deverá ser omitida,
rigidamente censurada,
que a ninguém interessa saber,
das minhas dores,
do meu sofrer.

Nada a declarar,
tudo a omitir.
Às favas o livre direito de expressão,
quando, do que se fala,
o que se comenta,
é o que me vai no coração.

Mobilizem toda a polícia.
Fechem todas as portas.
Emparedem-se todas as janelas.
Apaguem todas as luzes.
Nada escape a outros olhares,
que não os meus e os meus pesares.

E, se mesmo assim,
alguma notícia escapulir
pelas entrelinhas;
que tudo seja desmentido,
enfaticamente negado;
mentiras ditas à sorrir.

- por JL Santos, em 03/04/2008

- ESQUECIMENTO DAS OFENSAS ou DESISTÊNCIA DA DOR

Das ofensas, o esquecimento
É um processo lento
Que, pouco a pouco
Nos envolve
E nos surpreende
Pois, a calma nos devolve
Quando já não pensávamos
Na possibilidade de libertação
Desse sentimento aterrador
Dessa mágoa sem noção
Que nos fecha dentro de muros
Por nós mesmos erguidos
Nada nos deixando ver . . .

Esquecer . . .
É desistir da dor !!

- por JL SANTOS, em 29/02/2008

INCONVENIENTE SOLIDÃO

Estou-me sentindo só,
irremediavelmente só!
Como o condenado
à caminho da execução.
Como o cachorro vira-lata,
que caiu do caminhão de mudança,
num lugar estranho,
para não mais encontrar
o caminho de casa.

Só!
Sem amigos.
Sem dinheiro.
Sem lágrimas.
Tamanha solidão,
que chega a escorrer
de mim,
para formar
uma mancha
escura e pegajosa
no tapete da sala.

Talvez,
se eu tomasse um banho,
essa solidão,
estúpida e inconveniente,
desaderisse do meu corpo,
tornando-o mais leve,
mais suportável,
mais permeável,
fazendo assim,
- quem sabe? -
com que as pessoas
consigam-me ver por dentro,
plenamente revelado,
como a canção entristecida,
até há pouco ouvida.

- por JL Santos, em 19/05/1992

TOTAL E POSSÍVEL FELICIDADE

Hoje de manhã
bem cedinho
eu vi o amor
andando de mãos dadas
sob a forma de dois velhinhos
oitenta anos e cacetada
cada um deles
expressão de ternura
no olhar esparramada
doce encanto compassado
em trôpegos passos
que se já não são
firmes e ritmados
ainda guardam a emoção
e a lembrança
de outros tempos
outras andanças
antigos momentos
de dor e alegria vividos
que de longe presumo
com saldo positivo
na contabilidade da vida.

Hoje cedo eu vi o amor
andando de mão dadas.
Hoje cedo eu me vi no futuro
se coragem tiver
de descer do muro
de escolher pra mim
também, um caminho assim
que, apesar de fácil parecer
tenho plena certeza
haver superado
incontáveis desencontros
infinitas dificuldades
até poder refletir
tamanha harmonia
beleza e felicidade.

Nota: Iniciei essa composição, no domingo de manhã, 02/12/2007, ao ver um casal lindo de velhinhos indo pro culto na Igreja Luterana, que existe aqui do lado minha de casa. Depois, à noite, o conclui.

PALAVRAS- BORBOLETAS

Às vezes, as palavras
parecem borboletas perdidas
e saem voando desordenadas
mesmo sem ser primavera
levando pra longe nossas idéias
doidamente formuladas
no caldeirão fumegante do pensamento
árido e cortante.

Essas palavras,
ou melhor, borboletas
nunca nos retornam
permanecendo por aí tresloucadas
algumas voltando à lagartas
outras seguindo, virando luz
escapando do tédio e da mesmice
de que a vida anda repleta."

- por JL Santos - em 27/12/2007

HARMONIA ENLOUQUECIDA

Sou como o mar, às vezes, calmo.
Sou doido manso, sou louco feroz.
Sou um claro assomo de insanidade.
Sou nada disso, sou muito mais.

Nas curvas de mil caminhos sinuosos,
Derrapei nos contrapontos do real.
E, se hoje, vejo através de óculos partidos,
É que a vida por mim segue sem deixar sinal.

Pegadas, rastros, vestígios: o que seguir?
Quem foi na frente se perdeu em fragmentos.
Quem disse: Eu sei! Bem sabia como mentir,
De nada entendendo acerca de si mesmo.


Hoje, nessa tarde; ou será ausência da noite?
Vejo, tímido e impreciso, o futuro em atropelo.
Porém, nada que me venha, se fará grilhão ou açoite.
Em furioso galope, vou montando a vida em pelo.

- por José Luiz S. Santos –

Nota: Este poema foi composto depois de assistir a uma apresentação da Banda Harmonia Enlouquece, composta por médicos, servidores e usuários do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro

OUTONO EM MIM

Sinto o outono na própria pele,
nos primeiros arrepios
trazidos pelo vento quase frio.
Também o sinto no meu olhar,
nas compridas e melancólicas sombras
do sempre antecipado entardecer.
Assim, o outono me chega,
em dias curtos e límpidos,
luz perfeita, que não mais me cega.
Ó doce estação dos frutos.
Por aqui, debaixo do Equador,
também de infinitas flores.
Outono, para o amor,
melhor que a primavera,
com suas frescas e longas noites,
esquecidas do rebuliço do verão,
coroadas de paz e de silêncios.

- por JL Santos, em 31/03/2008 –

ANTEPAROS NO CORAÇÃO

Quero fazer poesia
Como o homem que lavra a terra
Que planta feijão
Que colhe a safra
e Alimenta o mundo.
Como o homem que constrói casas
Que empilha tijolos
Que espalha argamassa
Fornecendo abrigo.
Como o homem que varre as ruas
Que recolhe folhas e papéis
Para depois, com carinho
Recolhê-los em seu carrinho
Limpando o Planeta.
Como o homem que cura
Que nos prescreve remédios
E nos abre as entranhas
Retirando pedras e tumores
Libertando-nos da dor.
Como a mulher que ensina
A professora dedicada
Plena de esperança e amor
Que ganhando migalhas
Dissemina o saber.
Quero fazer poesia
Como o homem que sente
Que olha e entende
A dor e o sofrimento do irmão
Sem lentes negras nos olhos
E sem anteparos no coração.

- por JL Santos, composto em 13/03/2007 e re-escrito em 10/04/2008

- MEIO-A-MEIO -

Meia-luz, meia verdade,
meio-som, meia vontade,
meio-tudo, meia-metade.

E eu aqui, meio-a-meio.
Querendo, no meio da vida
pagar só meia-entrada,
calço meu sapato sem meia,
assumindo que sou meio louco,
alguém sem meias medidas,
meio feliz, há meia hora,
apesar dessa meia-vida.

Meio chato, mesmo,
é esse sentimento que me permeia.
Esse, que se entremeia
em mim, meio à contragosto,
revelando-se no meio do meu rosto,
ao luar da meia-noite,
que divide a noite ao meio,
enquanto eu, meio com sono,
decido-me pelo caminho do meio.

- por JL Santos -

- TRAPÉZIO ONÍRICO -

Meus sonhos
que já foram loucos
saltimbancos malabaristas
perderam num repente
a sanidade restante
tornando-se
tresloucados trapezistas
a voar por sobre o picadeiro
para maior emoção
sem rede de proteção
e também ignorando
se haverá braços
que os aparem
ao final da pirueta.

-por JL Santos, em 17/09/2007

- VIDA REAL -

Não tenhamos pressa
pois a vida tem seu próprio ritmo
seu próprio pulsar
uma maneira toda sua de escorrer
de se esparramar pela casa
descendo pelas escadas
saindo pra rua
arrombando portas
fechadas com cadeados
indiferente aos nosso gritos
aos nosso apelos
para que ela seja como desejamos
da forma como gostaríamos
de mantê-la encarcerada
extática
imóvel
à espera de nossas frágeis
decisões e vontades.

- JL Santos

- NO RUBOR DA ALVORADA -

Quando a madrugada
se faz, assim, silêncio;
quando, nem das aves noturnas
se consegue ouvir
o grasnar ou o pio,
quando o frio
nos entra pela alma
trespassando os limites do corpo;
E mesmo os salteadores da noite
recolhem-se tristes
aos seus covis;
É nessa hora perdida
que nos vem visitar a solidão,
nos tirando do corpo a passear,
insistindo em nos encontrar,
meio sem querer,
meio à contra-gosto,
num sentimento de torpor
que é de tudo oposto
ao que desejo viver.

É quando,
como as aves noturnas,
silencio;
E nem o mais alto rumor
me retira desse estado,
em que aflito,
teu nome balbucio,
pensando divisar o teu sorriso
no primeiro rubor da alvorada.

- por JL Santos, em 31/07/2007

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

DEPOIS DO POEMA

Depois do poema, descubro-me só.
Só! No grau mais absoluto.
Sem viva alma por perto.

Depois do poema, sobrevem o horror.
Medo desmesurado da vida, e de tudo,
Que passa a não fazer mais sentido.

Depois do poema, invade-me o tédio,
Medo inexplicável e sem remédio,
Aguilhão a perfurar a carne, sem dó.

Depois do poema, sou apenas a ânsia
De recuperar, de novo, a alegria,
Compondo novo poema, belo, como uma flor.

- por JL Semeador, em 13/01/2011 -

AMANHECER SURREALISTA

Amanheci surrealista.
Querendo aproximar coisas estranhas.
Juntei numa mesma lista:
Canários e aranhas;
Pastéis e Dostoievsky;
Computadores e rádios de pilha;
Um cão - não de verdade e um caqui.
Trazendo, à manhã chuvosa, novo sentido,
Ou, quem sabe, uma armadilha. . .

Tudo fora de seu lugar.
Tudo dentro de absurdo contexto.
Mundo repaginado, pegar ou largar:
A mulher que passa de vestido preto;
O trem que trafega rumo ao vazio;
O livro vermelho, de conteúdo pressentido,
Invadindo a imaginação, feito naufrágio;
Tentativas de conversas dificultando o entendimento.
Quero, urgentemente, uma cerveja e um colírio.
Preciso urgentemente enxergar a vida: Ela, nítida; eu, bêbado!

- por JL Semeador, em 11/12/ jan/2011 -

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quem?

Quem carrega a nuvem carregada?
Quem pinta de negro a noite fechada?
Quem acende o Sol na manhã iluminada?
- Só pode ser o riso da minha namorada!

Quem faz chover, à cântaros, na Ásia Menor?
Quem pinta nas flores a magia da cor?
Que faz nascer a alegria em meu interior?
- Claro, que só pode ser o meu amor!

A minha amada é assim:
Inteligente, bonita e deslumbrante. . .
Na boca, leve tom de carmim,

No andar, encanto e graça.
Brilho, no olhar, esfuziante,
Enfeitando a vida, por onde passa.

- por JL Semeador - Poema escrito para Denise.

NATAL DE JESUS

Na noite, que não era dezembro,
À Terra, veio um Menino,
Trazendo a missão de divulgar o
Amor, sentimento então raro.
Louvá-lo, é, também, se fazer pequenino,

Despindo-se de pompa e orgulho,
Em busca da humildade perdida.

Já não ouço, porém, as cantigas de antes.
Em toda parte, apelos ao consumismo.
Sem lugar, O Mestre, na própria festa, expulso por
Um incerto papai noel.
Silêncio! Hoje eu quero um Natal sem hô, hô, hô. . .

- por JL Semeador, em 23/12/2010

MULHER MADURA

Muitas lágrimas
Umedeceram tua face,
Lavando tua alma,
Humanizando teu olhar
Em busca de
Rumos e horizontes

Mais suaves
Após
Desalentos, tantos!
Um novo dia, porém,
Renasce da névoa de ontem.
A vida enfim te sorri. . .

- por JL Semeador

PALAVRAS

Pérolas
Aspergidas
Languidamente
Através do espaço.
Versos
Rimas
Acenos
Subindo a Deus.

- por JL Semeador, em 10/11/2010

BACALHAU À MODA DO POETA

BACALHAU À MODA DO POETA

Bacalhau é prato amoroso
Servido em todo Natal.
Porém, para ficar saboroso,
Não se pode retirar todo o sal.

Primeiro, dessalgar com equilíbrio.
Depois, cortar em postas,
Com faca afiada e sabedoria,
Para levar ao vinha d' alhos

Feito de pimenta do reino branca,
Cebola ralada, louro e alecrim.
Cozinhar em água filtrada, pouca;

Azeite extra-virgem, em excesso,
E tomate, para um certo tom carmim.
Pronto, é comer e ao céu ter acesso.

- por JL Semeador, em 16/12/2010

A RESPOSTA DA VIDA

Quantas vezes miramos fora,
mas a vida nos responde,
na mesma hora,
que é dentro, que a felicidade
mora!

- por JL Semeador, em 08/11/2010

CARAMELO ou TEU SEXO: O DOCE DE QUE TANTO GOSTO

Quando menino,
adorava caramelo.
A bala apetitosa
vinha embrulhada
em celofane brilhante;
e emocionava-me,
trazendo-me lágrimas
de alegria ao rosto.

Hoje, adulto,
do caramelo, esqueci-me.
Porém, num repente,
ele ressurge;
não sob a forma de bala,
mas, revestido, igualmente,
por embalagem brilhante.
A melhor de todas as delícias:
Teu sexo, o doce de que tanto gosto.

- por JL Semeador

ACRÓSTICO EM HOMENAGEM AO CRISTO REDENTOR

ACRÓSTICO EM HOMENAGEM AO CRISTO REDENTOR

DENTRO DE TEU ABRAÇO

DENTRO DE TEU ABRAÇO
Eis um poesia,
que pensei não viria. . .

DENTRO DE TEU ABRAÇO

Nessa madrugada vazia,
deserta de inspiração,
em que não me vem a poesia,
até o sono perdeu-se na imensidão.

Se dormisse,
no sonho, talvez rabiscasse
uma ou duas linhas,
palavras, que se fariam amigas,

Fazendo-se, acalanto
à alma que geme,
que pede o calor de teu peito,

Para, dentro de teu abraço,
reencontrar minha paz, meu leme
e o reconforto de meu cansaço.

- por JL Semeador, em 04/10/2011, na Lapa, onde até a falta de inspiração se torna inspiração de minha poesia -

PAIXÃO

PAIXÃO
Uma única coisa,
deixa eu te dizer:
paixão não pede licença,
entra no coração da gente,
se instala
e quando você vai ver,
ela está lá,
senhora absoluta
do nossos sentimentos.

Se não,
não seria paixão. . .

- por JL Semeador, na Lapa, lugar de paixões intensas e inesperadas, em 31/01/2011, revisado em 14/09/2011 -

NOVOS TEMPOS DO AMOR

NOVOS TEMPOS DO AMOR
Tudo contigo tem graça e cor
Coisas decididas no momento
Ao murmúrio do vento
Ao incessante fluir do amor

No que era conhecido, novo sabor
No que era feio e vestuto
Fez-se beleza estonteante de flor
Que não se desfaz no tempo

Tudo diferente, tudo novo e melhor
Passei a olhar a vida do alto
O futuro não mais me causa horror

Teu beijo é meu bálsamo regenerador
No teu corpo, que encerra as belezas do Olimpo,
Da paz e da poesia, tornei-me semeador. . .

- por JL Semeador, em 10/09/2011, na Lapa, lugar de amor, paz, flores e semeaduras -

BRASIL: ESSE É O MEU PAÍS!

BRASIL: ESSE É O MEU PAÍS!
Sempre que olho pro meu país
A brisa vem e me diz
Que aqui é o meu lugar
E mesmo que outro eu tente encontrar
Outro país como esse não haverá
Com esse infinito colorido
Essa mistura de cores e raças
Esse jeito hospitaleiro
Como o Redentor
Sempre de braços abertos
Que define o brasileiro
Operário da alegria e do amor
O tempo inteiro.

Brasil de tantas culturas
Praias de raras belezas
Tantas, que algumas
nunca chegarei a vê-las
Dos ritmos em profusão
Frevo, maculelê, carimbo
Lá pras bandas do Pará
Catira, fandango e chula
Ao som da gaita do gaúcho
Samba rasgado no terreiro
Tudo isso é um luxo só
Alegria maior de ser brasileiro.

No domingo, o futebol que alucina
Na mangueira, o canto de um azulão
Feijoada no almoço com os amigos
Guaraná do amazonas pra criançada
Doce com queijo-de-minas na sobremesa
Conversa comprida em torno da mesa
Quem chegar é bem-vindo
Pois no meu país, que é lindo
Vivem a paz e o amor em revoada.

E mais não conto
Por excesso de emoção
Eu amo todos os cantos
Todas as matas
Todos os rios
Todas as cidades
Todas as ruas
Desse meu imenso rincão
E hoje nesse poema
Que fiz com um nó na garganta
Uma certeza desponta
Expressa na minha rima
Brasil, será sempre teu meu coração.

- por JL Semeador, brasileiro com muita garra, na Lapa, um pedaço de terra com a cara do Brasil -

ESSA NOITE CHOVEU PAZ

ESSA NOITE CHOVEU PAZ
Essa noite choveu paz.
Do céu, que se fez cor de prata,
Desceram gotas de luz,
Iluminando a cidade e a mata.

Quem estava dormindo, perdeu.
No noite de domingo, madrugada, quase,
Algo mais bonito, creio eu,
Somente, se o paraíso, agora, fosse.

Fui embora pra casa imerso
em amor, luz e poesia.
Livros, poetas e versos,
eram os motivos de tanta alegria,

Naquela noite única, quase fria,
em que, o desamor e a violência,
à vida, deram uma breve trégua,
choveu paz, ao invés de água.

- por JL Semeador, na madrugada de 0/09/2011, na Lapa, sob a inspiração de um poema da amiga Vanda Ferreira, a Bugra Sarará, e ainda sob os eflúvios da noite de domingo na Bienal do Livro -

AMOR INFINITO

AMOR INFINITO
Tudo o que eu te der, jamais será demasiado.
Nada do que me deres, será pouco.
Pois, quando os sentimentos obedecem à escala do infinito,
Mensurá-los, é tarefa para um louco.

O meu amor por ti é uma nova invenção,
Que edifiquei, pacientemente, ao longo de minhas esperas.
Teu amor por mim, pura surpresa, emoção
E descoberta, de quem, de tamanha façanha, nunca supusera.

Somos complementares, em nossas diferenças.
Seres que se procuravam sem que disso tivessem ciência.
Um sem o outro, hoje, impossível a existência.
Os dois, juntos, poder incontrolável, a não haver quem vença.

Enfim despertado, do sono e da apatia
Que me foram, por tanto tempo, companheiros;
Ouso dizer que és a fonte de minha paz e harmonia.
Quanto a mim, só quero te cuidar, ser o teu fiel Jardineiro.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de todas as músicas e amores -

POEMINHA EM HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES

POEMINHA EM HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES
Poemo o amor no diminuitivo
Para fazê-lo ainda maior
Sempre concreto, nunca adjetivo
Com cheiro de flor, a rima melhor.

Quem, desde cedo, assim me ensinou
Foi o nosso mais que amado Poetinha
O homem que mais, às mulheres, amou
tornando-se, do amor, a imagem perfeitinha

Com ele aprendi, que amor é amorzinho
No diminuitivo, para conter mais afeição
Minha namorada é sempre meu benzinho
Sem limites ou represas do coração

E assim sigo compondo meus poeminhas
No intento de cantar o amor em paz
Expressando o amor em palavrinhas
Seguindo a receita do Mestre: Vinicius de Moraes.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, ou melhor Lapinha, o lugarzinho que escolhi para morar -

A VIDA SEM ROMANCE

A VIDA SEM ROMANCE
A vida sem romance
não tem a mínima chance

de se fazer completa
esvaindo-se, feito água na sarjeta.

A vida sem romance
é sobremesa sem doce

paixão sem fogo
que vem e acaba logo.

A vida sem romance
passa como se fosse

um único carnaval
depois, quarta de cinzas interminável.

A vida sem romance
é lugar sem viço

se assim vives, sem vontade
caia fora, antes que seja tarde.

- por JL Semeador, na Lapa, nessa madrugada linda de segunda-feira, 15/08/2011, depois de um domingo que em agosto resolveu dar uma trégua pra gente -

AMORES DE TODO TIPO

AMORES DE TODO TIPO
Há amores de todo tipo,
é só escolher
o que melhor convier:

Românticos: com direito a poemas,
buquês e bom-bons;

Sado-masoquistas: acompanha
algemas, coleiras e chicotes;

Amores bandidos: sempre,
entre tapas e beijos,
idas e vindas à delegacia;

Amor burocrático: sexo, uma vez
por semana, às quartas,
depois da novela das nove;

Amor moleque: dúvidas,
surpresas e traquinagens;

Amor aventureiro: nunca se entrega
por inteiro, na ânsia por novas paragens;

Amor água-morna: funciona até que apareça
alguém, ocasião em que o caldo entorna;

Amor vulcão: somente à espera
de entrar em erupção;

Finalmente, amor sem adjetivo:
que chega e gruda na alma, feito adesivo,
impossível de arrancar.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, lugar de ser feliz, em 03/08/2011 -

NO VINHO A VERDADE ou "In Vino Veritas"

NO VINHO A VERDADE ou "In Vino Veritas"
"In vino veritas",
diziam os romanos,
ao erguerem as taças,
sem lugar para enganos.

Na rubro da taça,
à espreita,
de tocaia,
se escondem
o desejo que arde
e incontáveis acenos
que, na alma vicejam:
impulsos secretos,
que arrastam, feito torrente,
tudo por onde passam,
deixando, depois, a paisagem
estranhamente diferente.

Cada gole
anula
o enfraquecido
pudor
e o pouco
senso
de defesa.

Por que não,
ali mesmo,
na mesa,
deixar fluir o vulcão
que insiste em despertar?

Por que não,
agora,
drenar dos corpos
o tesão
em excesso,
libertando o desejo
que insiste em jorrar?

Depois?
- Depois pode ser muio tarde,
pois, a verdade do vinho
é fugaz,
é breve,
apenas um átimo;
que dura, tão-somente
o tempo que se move,
apressado,
no crepitar de uma chama.

- por José Luiz de sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de mim e de Manoel Bandeira, numa madrugada de sexta-feira, 29/07/2011 -

VIVER ME LEMBRA ALEGRIA

VIVER ME LEMBRA ALEGRIA
Viver me lembra alegria
Sentimento suave e pleno
Que, do fundo da alma, irradia,
Da paz o melhor aceno.

Viver me lembra compromisso
Com tudo o que nos rodeia
Desde aquilo que me é preciso
À dor que no mundo campeia.

Viver me lembra aprendizado
Desde as letras e matemáticas
Às lições ofertadas pelo Mundo
Com humildade e sem dramas.

Viver me lembra, enfim, privilégio
Que Deus, por amor, nos ofertou
E mesmo que o viver não seja régio
Será sempre o mais belo show.

- por JL Semeador, na Lapa, que voltou a ser a Lapa, em 28/07/2011 -

POEMA PARA O CORPO DA AMADA

POEMA PARA O CORPO DA AMADA
Teus dedos, ora teus dedos. . .
São ternos e delicados,
transmitido à minha pele
o carinho doce e singelo
que te brota do coração.

Tuas mãos, ora tuas mãos. . .
São asas de um passarinho,
desses, mais raros,
que me esvoaçam a alma,
ofertando-me prazer e calma.

Teus braços, ora teus braços. . .
Que tão intensamente me abraçam,
são o fio em que me enlaço,
enquanto flutuo e me desfaço
à luz inebriante dos teus olhos.

Teus olhos, ora teus olhos. . .
São brasas acesas na noite,
como olhos de uma Tigresa,
à espreita da presa,
para devorar e se perder em seu corpo.

Teu corpo, ora teu corpo. . .
Teu corpo é o meu copo,
onde me dessedento
e me embriago com teu vinho
que jorra da tua fonte transbordante.

Tua boca, ora tua boca. . .
Abismo que me traga,
quando gritas, com voz rouca,
(nunca antes, tão desvairada e louca),
Que, enfim, flor desabrochada, gozas.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, que se prepara para viver mais uma sexta-feira -

O AZUL DO TEU VESTIDO ou TODA BELEZA DO DOMINGO

O AZUL DO TEU VESTIDO ou TODA BELEZA DO DOMINGO
O azul do teu vestido
dissolveu a névoa e a insensatez,
que se abateram sobre a cidade,
no dia que ainda não se fez.

Azul, por certo, roubado ao céu,
que, mais tarde, de azul, colorir-se-á.
Azul subversivo, a provocar escarcéu,
desde o Rio Grande ao extremo norte do Pará.

Azul! quase verbo, no modo imperativo.
Azul! é a vida quem clama e ordena,
mesmo sem aparente razão ou motivo.

Azul, a azulejar o dia,
para que possa valer a pena
o domingo que principia.

- por JL Semeador, na manhã de domingo da Lapa, 26/06/2011

TEU BEIJO !!

TEU BEIJO !!
Quando te beijo
um mundo novo se descortina;
da sorte, ouço o som de um realejo,
desaparece o tédio e a rotina.

O teu beijo tem gosto
de fruta roubada no pé;
nenhuma outra tão gostosa, eu aposto;
polpa madura, sabor raro e forte.

No teu beijo habitam
intensos e insólitos presságios;
é o mais poderoso talismã,
capaz de atender a todos os meus desejos.

Se me beijas a boca, estremeço;
desabo, quando me beijas o pescoço;
se me beijas os olhos, me desfaço,
e num mundo de risos e luzes ingresso.

Assim é o teu beijo:
meu elixir de longa vida.
Outra coisa, não almejo,
que não, a tua boca atrevida.

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011

O OLHAR É UM PÁSSARO LIVRE

O OLHAR É UM PÁSSARO LIVRE
O olhar é um pássaro livre,
vestido de plumas multicoloridas.
A tudo contempla,
a todos os lugares viaja,
mesmo quando adormecido.

O olhar é a janela da Vida.
E mesmo os cegos,
por entre as trevas,
olham!
Pois, da alma, os olhos,
jamais se fecham.

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011

REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE

REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE
Este poema é uma homenagem a duas pessoas queridas: Beto Seixas e Themis, que partiram nesse final de outono, que mais parece inverno, com a morte insistindo em se fazer presente, junto com o frio e a névoa que oculta as manhãs.

.

Vivo uma fase de mudanças radicais:
nunca mais corri maratonas;
já não amo com há tempos atrás;
na rua, à meia-noite, sinto já ser tarde demais.

Óculos, se os esqueço, vejo-me perdido.
Remédio da PA, não tomar é suicídio.
Antes de cada exame de próstata, muito medo.
Começo a sentir saudade de quase tudo.

Ai de mim, frágil mortal, que do Tempo sinto urgência;
nessa fase da vida que, feito desatada sangria,
gota-a-gota, nos é drenado o viço e a alegria.

Ai de mim, que ainda aparento cinquenta,
mas, de Ísis, sinto-me cada vez mais perto;
- a cata de moedas - barco de Caronte esperando-me no Porto.

- por JL Semeador, Lapa: 17/06/2011

REMÉDIO PARA MAL DE AMOR

REMÉDIO PARA MAL DE AMOR
Há um só remédio
para mal de amor.
Algo que afugenta o fastio
e a dor,
que vem e se instala
feito incômoda mala,
repleta de inservíveis pertences,
sentimentos que restaram apodrecidos,
e que não encontramos aonde deixar.

Ah, o nome do remédio milagroso
é outro amor, muito mais gostoso.

- por JL Semeador, em 09/06/2011

SAUDOSISMO

SAUDOSISMO
Já não se pega um ita no norte
Já não se escreve cartas à mão
Já não se dorme de pijama
Já não se ama para sempre
Já não se diz "meu bem", como antigamente
Já não se fabricam coisas de longa duração
Já não se vive a vida em calma
Já não se janta em família, que eu me lembre. . .

Tudo, de repente, tão mudado
Tudo virado, de ponta-cabeça
Tudo desobedecendo as regras antigas
Tudo desorganizado, um enorme caos
Tudo fora de ordem, ao olhar que mira o passado
Tudo incrivelmente novo e com pressa
Tudo a nos impelir a mudanças
Tudo, ainda, ao alcance de nossas mãos. . .

- por JL Semeador, em 08/06/2011

NA DELICADEZA DE UM BEIJO

NA DELICADEZA DE UM BEIJO
Há, na delicadeza de um beijo,
um quê de de infinita imensidade,
uma nota suave, um leve harpejo
saído do coração: afinado alaúde

A entoar cânticos ao deus Eros,
na inebriante emoção do momento
em que, antevendo divinos gozos,
o espírito entrega-se, absorto,

Na magia das bocas unificadas,
a destilarem o néctar da vida,
a mais pura de todas as essências;

Solução mágica onde florescerá
o amor - encanto maior da vida,
e a paz, que o mundo iluminará.

- por JL Semeador, em 03/06/2011

MORADAS DO HORROR HUMANO

MORADAS DO HORROR HUMANO
O horror humano se esconde

na treva, em porões fechados

a cadeado, no vão de escadas

úmidas e sombrias.



O horro humano mora

aonde moram todos os fantasmas:

debaixo de minha cama de menino,

em todos os vazios de um coração,

na noite tempestuosa de cada drama,

na triste e fria sala de estar

da ignorância humana.



Não há nenhum lugar

onde o horror humano não more,

ocupando, como gás,

os ambientes,

impregnando os ossos

e a mente;

nada lhe fazendo frente,

a não ser um certo ar de desafio,

insolente,

e uma inesgotável coragem de viver,

cultivada tempos a fio.



O horror humano é irmão

do medo e teme

a claridade

das idéias novas

e o vento renovador da liberdade.



- por JL Semeador, em 26/28/ MAIO/2011

DIGAMOS NÃO AO PLÁGIO !!

DIGAMOS NÃO AO PLÁGIO !!
Quem se diz poeta e rouba poesia,
não passa de uma alma vazia.
Quem diz ser seu o que não é,
coitado, é um pobre de um zé-mané.

Está na hora do respeito,
de agir dentro da ética.
Digamos não ao plágio inepto,
rejeitando a hedionda tática.

A arte e tudo o mais
precisa ser depurada.
Gente cínica e falastraz,

Mais falsa que nota de duzentos,
deve ser encaminhada
ao monturo, junto com outros lixos.

- por JL Semeador, em 12/05/2011

O RIO ANOITECE EM POESIA

O RIO ANOITECE EM POESIA
O Rio anoitece em poesia.

Há um vento meio frio

pelas ruas,

mas que não afugenta a alegria

e, sim, o vazio

que assalta as almas

nesses momentos

quase serenos.



Um bar aberto

na Lapa.

Um gosto,

na boca, de sopa.



Um poema surgindo

na tela.

A imaginação subindo

feito uma bola

de gás,

que escapou da mão

do menino,

para não voltar

nunca mais,

partindo-lhe o coração,

ensinando-o a perder,

desde pequenino.



O telefone toca.

O coração bate.

A vontade é louca.

Nada que do verso me afaste.

Nada que me desensine

a esperança,

ou que, do meu peito, drene

essa sina, de nascença,

de acreditar

na infinita possibilidade

de amar,

como caminho único de felicidade.



- por JL Semeador, em 11/05/2011, num início de noite da Lapa


P A L A V R A

P A L A V R A
PA LA VRA

LA LA

VRA LA PA


- por JL Semeador, em 08/05/2011

MAMÃE !!

MAMÃE !!
Mãe-Terra
Mãe-Natureza
Mãe-d' Água
Mãe-Pátria
Mãe-de-Santo
Mãe-Benta
Mãe-Maria

MAMÃE !!

- por JL Semeador, em 08/05/2011 -

UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE

UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE
A tarde cinzenta
finda-se em acordes de violão.
A lua, sempre à espreita,
antecipa, lentamente, a escuridão.

Enquanto a noite
não vem, de todo;
enquanto a hora não é sete,
eu venço o medo
e escrevo versos,
engarrafados no trânsito,
que saem dos meus vãos escuros
e dos meus invisíveis porões.

Mas, enquanto o violão insiste
em preencher de sons
o declínio do dia,
eu também insisto
em não ser triste,
em flutuar rumo
aos teus sobretons
e ao teu olhar,
que na ausência do Sol,
só pra noite contrariar,
o poente incendeia.

- por JL Semeador, em 25/04/2011

AMANHECI OUVINDO ESTRELAS

AMANHECI OUVINDO ESTRELAS
Amanheci ouvindo estrelas.
Sabem. . . aquelas últimas
que insistem em brilhar nas manhãs,
desafiando o sol; dos notívagos
fazendo-se íntimas.
Sensação, de todo, inusitada.
Torrente a invadir-me a alma, em revoada,
a descerrar portas fechadas à novas percepções.
Cá dentro, sensação de terremotos e furacões.
Suave volúpia da inspiração alforriada.

Por não encontrar da chave da casa,
num ímpeto, arrompei a porta,
escapando, por fim, duma esperança duvidosa.
Do lado de fora, envolto em música e luz,
Nem pensei em voltar para fechar a porta,
que restara escancarada.
Apenas, aprumei o corpo, e segui. . .
Sem tempo nem de olhar pra trás.

- por JL Semeador, 16/04/2011

AMOR NÃO TEM IDADE

AMOR NÃO TEM IDADE
Amor?
- Amor não tem idade!
Na adolescência,
tem cheiro de inocência
e descoberta;
na idade adulta,
já sem tantas primeirices,
ainda assim faz, da vida, festa,
certo de que, amar é a única
coisa que presta;
e de trazer a paz ao Mundo,
só ele é capaz.

Amor?
- Em qualquer momento da vida é bom.
Quando jovem,
os hormônios fervem;
mais tarde, o encanto persiste.
E mesmo no outono
dos anos avançados
é lindo ver dois pombinhos abraçados.

Amor?
- Só sei dizer
que amor é a coisa mais fácil,
que nunca se ama demais;
todo amor é medida certa
e, se a alegria não traz:
- cara, repense,
você tá amando errado,
buscando um modo complicado
para o que é simples e natural.

- por JL Semeador, em 15/04/2011

VOCÊ É ASSIM

VOCÊ É ASSIM
Você é assim:
- Emoção intensa,
Alegria imensa,
Na pele, cheiro de jasmim.


Você é doce- de- leite
Você é doce deleite;
Um pé-de-vento, um furacão,
Quando o que fala é o coração.

Você é aroma do campo
Logo depois da chuva.
Um poema passado a limpo;
Inspiração que o vento não leva.

Você. . . Que sempre deixa saudade,
Por todo o lugar que passa;
Que, tudo o que faz, é de verdade,
Revele, só para mim, o segredo da tua graça.

- por JL Semeador -

Para Denise Pires, pessoa linda e querida.

Beijo

Beijo

Beijaram-se!
E fizeram a Terra parar
e no mesmo segundo voltar a girar,
apenas para se fazer terremoto.
E não restou pedra sobre sobre pedra,
depois do cataclisma.
Nem árvores, nem prédios,
nem qualquer mortal sobreviveu;
a não ser os amantes,
esquecidos da vida,
num beijo.

- por JL Semeador, em 30/07/2009

POEMA FEITO DE LÁGRIMAS (Para as meninas e meninos de Realengo)

POEMA FEITO DE LÁGRIMAS (Para as meninas e meninos de Realengo)
Hoje o meu poema
chora lágrimas de sangue.
Hoje o meu poema
chora lágrimas que não há quem estanque.

Hoje o meu poema
chora por meninos e meninas
tão precocemente arrancados da vida,
sem tempo de a verem desabrochada.

Hoje o meu poema,
o bairro onde eu nasci,
pais e mães
e toda a minha cidade
choram de um modo
que eu nunca vi.

Hoje, o meu poema,
tão-somente chora. . .

- por JL Semeador, em 07/04/2011 -

MULHER: CRIAÇÃO BONITA DEMAIS

MULHER: CRIAÇÃO BONITA DEMAIS
Mulher é criação
bonita demais.
Tem tanta graça,
tamanho encanto,
que desejo, apenas,
se não for pedir muito,
sempre que possa,
estar bem junto
dessa coisa preciosa.

Mulher é algo
por demais adorável,
em seus insondáveis segredos,
suas muitas armadilhas,
seus múltiplos perigos:
sorrisos de mel,
que tecem enredos
de inimagináveis tramas.

Mulher é a alma
desse mundo insano,
tão loucamente despropositado,
em seu desamor,
que só imerso na calma
da noite tranquila de sono,
dormida em paz ao seu lado,
a vida retoma sentido e cor.

- por JL Semeador, 30/03 a 05/04/2011

O GOSTO DO SILÊNCIO

O GOSTO DO SILÊNCIO
O gosto do silêncio,
poucos o sabem,
a não ser aqueles
que, muitas vezes,
ano-após-ano,
tiveram de secar
as próprias lágrimas,
calar seus gritos
e engolir a fria taça de fel
do desengano,
como se fosse
o ato mais agradável.

O gosto do silêncio
tem sabor de morte,
de calor em tempo de estio,
de espinha de peixe
entalada na garganta,
de cachaça barata
que mais arde
que embriaga,
de noite passada
rolando na cama
sem que se haja dormido.

O gosto do silêncio
é de veneno insidioso,
de praia com frio
e chuva,
de bacanal sem uva,
de sino mudo
que não retine,
de zoológico sem macaco,
de namoro sem cio,
de cortar a própria carne
e ter de provar um naco.

- por JL Semeador, em 04/04/2011

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA - ou - PARA QUE O PLANETA SOBREVIVA

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA - ou - PARA QUE O PLANETA SOBREVIVA
"O meu carinho e respeito ao Poetinha Vinicius de Moraes, autor do Poema A ROSA DE HIROSHIMA"

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA

A água de Fukushima não fede
A água de Fukushima não cheira
A água de Fukushima não mata nem uma só sede. . .

A água de Fukushima queima
A água de Fukushima contamina
A água de Fukushima mata!

A ignorância de Fukushima é cega
A prepotência de Fukushima apavora
A mentira de Fukushima é covarde
A hipocrisia dos governos é cômica. . .

Digamos não à agua assassina de Fukushima!
Digamos não, de novo, ao genocídio de Hiroshima!
Digamos não à incompetência de Chernobil!
Digamos não, para sempre, à segurança nuclear impossível!
Digamos não, por amor à vida, à estupidez de Angra dos Reis!
Digamos não à anti-rosa radiotiva,
Para que o Planeta sobreviva!

- por JL Semeador, em 03/04/2011

OUTONO, PRAZERES SUTIS

OUTONO, PRAZERES SUTIS
Outono, tempo de rcolhimento.
De repente, folhas secas pra todo lado
e uma brisa leve,
eriçando a pele,
no cair da tarde.

Outono e suas tardes brancas,
ornadas de cores suaves:
Carícia nos olhos fartos do verão.
Na cozinha cheiro de chá de maçã,
Na alma um quê de melancolia e mistério.

Outono, um convite aos devaneios
e a toda sorte de prazeres sutis,
escondidos em suas noites lentas,
pontuadas por gritos e sussurros,
que se esvaem nas névoas matinais.

Outono, um hiato.
Um alento breve
com ares de eterno,
feito fumaça de cigarro
em filme preto e branco.

Outono, simplesmente. . .

- por JL Semeador, na madrugada de 27/03/2011

Assim é meu Rio

Assim é meu Rio
Assim é o meu Rio.
Alegria por todo o lugar.
Impossível ficar sério.

Quer ser feliz? - Vem pra cá!
Aqui se aprende a amar.
Na tristeza, dê um chega pra lá. . .

- por JL Semeador, um carioca perdidamente apaixonado pela minha cidade -

poema para os teus seios e demais encantos‏

poema para os teus seios e demais encantos‏

Nada preenche melhor
a minha mão
e, também, o meu coração,
do que teus seios.

Minha vida
um novo sentido veste
quando minha mão atrevida
penetra o teu decote.

Teus seios
são deliciosos aperitivos
de outros tantos encantos
no teu vestido escondidos.

Em homenagem aos teus seios,
esgue-se ereto o meu falo,
à espera, expectante,
dos teus carinhos e beijos.


JL Semeador

POEMA PARA OLGA ISADORA

POEMA PARA OLGA ISADORA

Homenagem à minha filha, no dia de sua colação de Grau em Direito:


Todo pai, que tem uma filha,
Assim, bonita e inteligente,
A cada dia o olho brilha
E a alegria invade a mente.

A minha filha foi escolhida
Desde o momento da concepção,
Para dar sentido à minha vida
E adoçar o meu coração.

Assim é Olguinha Isadora:
Mulher-menina que fascina,
Desde o papai, que a adora,

Aos demais membros da família.
Filha amada! Prossigas na tua sina
De sempre semear alegria.

- por JL Semeador, em 16/02/2011 –

TRIBUTO A TOM JOBIM

Ah, essa madrugada tão silenciosa,
que não me deixa dormir. . .
Ah, essa brisa refrescante,
que sopra do mar,
iludindo o Morro de Santa Teresa,
só para me despertar
e me manter alerta. . .
Ah, essa lembrança tua,
que insiste em não ir embora,
apesar da incoveniência da hora. . .
Ah, como é estranho estar sozinho,
eu e o barulho do primeiro ônibus,
a carregar estranhos e seus pensamentos. . .
Ah, os primeiros rumores do dia,
a antecipar mais um dia de sol e calor. . .
Ah, o bem-te-vi que começa a cantar,
com a infinita pureza,
só possível, aos que sabem voar. . .
Ah, minha cidade bonita,
seu verde, sua gente, seus pássaros,
tão bem retratados nas canções de Tom Jobim. . .
Ah, meu Maestro Soberano,
se não tivesses subido para o andar de cima,
nessa semana, completarias mais um ano. . .
Ah, vida vida vida vida vida. . .
Ah, essa vontade de não sei o quê,
tão intensa, que dói, feito ferida. . .

- por JL Semeador, em 27/01/2011

JANEIRO E SUAS DUAS CARAS

Janeiro e suas duas caras diferentes.
Uma a fitar, meio triste, o passado;
a outra, com esperança, mirando à frente.

Janeiro e suas sempiternas alegrias.
Tempo de férias, anualmente, agendado;
seus temporais, seu excesso de águas.

Janeiro e seu eterno jeito-menino.
Um clima de romance e verão, no ar, sorrindo;
Uma sede de vida, um desejo sem tino.

Janeiro e a minha Cidade à espera do carnaval.
Gringos e negras, abraçados, que o amor é lindo;
apenas homem-mulher: a coisa mais natural.

Janeiro e com o futuro não te apavores.
Tudo, o que antes não deu certo, é passado;
Da própria vida, sejamos os autores.

- por JL Semeador, em 1° de janeiro de 2011, em plena Cidade Maravilhosa

CALCINHA PRETA

CALCINHA PRETA
Calei-me!
A imensa vontade de você
Levava-me aos cimos da excitação e do desejo,
Imaginando-te
Nua, a mim ofertando-se. . .
Havia, - avistei ao despir-te -,
A mais linda calcinha,

Preta e delicada,
Resguardando-te a intimidade.
Emocionado, ante tamanha beleza,
Torne-me teu homem,
Aquele que te faz mulher e feliz.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador -

A CALCINHA BRANQUINHA DA MINHA AMADA

A calcinha branquinha da minha amada
guarda um flor.
Rosa, pelo orvalho umedecida,
à espera do amor.

Saudade da tua ternura estreita,
do teu suspirar, enquanto gozas,
de forma nada discreta,
parecendo que transbordas

De dentro do corpo em tremores,
de onde a alma escapa, em êxtase,
exalando pelos ares,

E deixando, na lembrança, perfume
intenso, a perfeita dose,
para o meu desejo e fome.

- por JL Semeador -

Calcinha Rosa bebê

Calcinha Rosa bebê
Penso no meu bebê,
vestindo o mais claro rosa.
Esse bebê é você.
minha flor mais preciosa.

JL Santos

Calcinha Pink

Escrevo com caneta de tinta,
da marca Parker Quink,
sobre a beleza escondida
dentro da tua calcinha pink.


JL Semeador

Pink pink pink
o meu favorito link
think think think
fique fique fique. . .

JL Santos

Calcinha Azul

O céu, hoje, não se fez azul.
Mas sei que ele apenas está oculto;
esperando passar o momento difícil,
para eclodir em cor e encantamento.


JL Santos

Calcinha Amarela

Amarelinha, cor de gema de ovo,
a sinalizar, em nós, um momento novo,
em que eu descubro, mais uma vez,
que te namorar é mais que dez!

JL Santos
O que é bom se repete.
Sou poeta criativo.
Pinto o sete.
Sem o amarelo, não vivo

JL Santos

Sob um manto de amarelo intenso
repousa a fonte de prazer supremo,
o lugar divinal, que cheira a incenso:
a cálida e rara flor, que tanto estimo.


JL Santos

Cor de Palha

A cor é palha.
O amor, intenso.
Você, minha trilha.
Em mais nada penso.


JL Santos

Calcinha de Oncinha

Eu preservo a natureza,
da minha oncinha, cuidando bem;
linda, felina, uma beleza,
que me devora, mas me quer bem.


JL Santos

A Alegria do Vinho

A Alegria do Vinho

Amo, do vinho, a alegria.
Sua cor rubra ou clara.
O suave buquê que anuncia
A delícia mais que rara,
Que repousa oculta
Por detrás da lucidez,
Que, uma vez transposta,
Leva ao gozo e à embriaguez:

- Caminho delirante e lúdico;
Jornada rumo a universos:
Igual a nenhum outro sonho épico
De tempos passados, medievais.
Assim és tu: Bela entre as belas.
Assim me deixas: Em ti, de olhos postos.

- por JL Santos, em 21/set/2010 -

Calcinha Rosa

Veja só uma coisa.
Coisas tão mínimas,
como a tua calcinha rosa,
são as maiores delícias.


JL Santos

Calcinha de Zebra

Uma zebra surrealista,
de marrom e preto, listrada.
Apesar de oculta à vista,
sei que é a coisa mais linda.

JL Santos

Um gatinho cor de uva,
guardando tua linda vulva,
dentro da calcinha lilás,
para um gato, que te ama demais.


JL Santos

Calcinha de Florzinha Vermelhinha

Florzinhas vermelhinhas

são, do natal, meu presente.

Guardam encantos, delícias:

A minha estrela cadente.


JL Santos

Calcinha Cinza

Dizes, que cinza é cor de agosto.
Cor de agosto, que nada!.
Desse cinza eu gosto:
Moldura da tua flor, que é linda!


JL- Santos

Calcinha Laranja

Calcinha Laranja

Da laranja, gosto do suco
que fácil escorre
e desperta um desejo louco
de que na minha boca jorre.


JL Santos

Bolinhas cor-de-rosa
giram em torno da Lua,
enquanto você goza,
minh' alma dentro da tua.


JL Santos