Quem sou eu

Minha foto
Cidadão Brasileiro, com muita honra e felicidade. Carioca da gema, nascido no subúrbio de Realengo, local por onde o Cantor, Compositor e Ministro Gil, começou a abraçar o Brasil. Em outro subúrbio fui criado - Guadalupe - onde também moraram Caetano Veloso, antes de andar "sem lenço e sem documento", e João do Vale, aquele do "Carcará / pega mata e come". Atualmente, moro no Centro do Rio, fazendo limites com o Estácio, Santa Teresa, Central do Brasil e Lapa. Quase Jornalista, quase Administrador de Empresas. Professor do Ensino Fundamental, que nunca chegou a exercer o magistério. Advogado por profissão, pós-graduado em Direito do Trabalho e Sindical. Poeta por opção e vontade. Pai de três filhos lindos e criados, cada um de uma relação diferente. Religião Espírita, a única que respondeu a quase todas as minhas indagações existenciais. Através do Espiritismo despertei para a necessidade de praticar a caridade, o que hoje faço em diversas frentes de trabalho voluntário. Ah, sem esquecer de ser caridoso comigo mesmo, em primeiro lugar. Alguém em busca do auto-conhecimento. Alguém no difícil aprendizado do Amor, tal como foi exemplificado pelo Mestre Jesus.

domingo, 23 de outubro de 2011

A VIDA É BELA



A vida vadia
vaga vazia
dentro da pia
vazando a melancolia.

A vida oca
de duração tão pouca
pinga incessante da bica
água que rápido seca.

A vida, que é susto
ao revelar o tempo justo
nos remete ao que é certo
doloroso momento.

A vida é um balão
irresistível arrastão
que tudo nos arranca da mão
às vezes, dardo fincado no coração.

A vida é demasiadamente bela
espetáculo que assisto da janela
ultra brilhante estrela
que pelo espaço rola. . .

- por JL Semeador, na UFRJ, em 18/10/2011 -

sábado, 15 de outubro de 2011

CRISTO REDENTOR



Cidade assim tão bonita,
Raramente se encontrará,
Insisto em dizer.
Sentimento, que nasce
Toda vez que ergo
Os olhos ao céu e vejo o Cristo

Redentor,
Esculpido em pedra-sabão,
De braços abertos,
Esparramando bençãos sobre o Rio.
Nada mais, então, importa.
Tanto amor é a medida certa.
Ouço música no ar, respiro felicidade, sorrio,
Renascido na Tua Paz.

- por JL Semeador, feliz por ser carioca, circulando pela cidade, poema escrito na mão, na manhã de 12/10/11, data do aniversário de 80 anos de inauguração da Estátua do Cristo Redentor -

PRIMAVERA



P enso
R imo
I nvento
M as, não mudo o rumo dos fatos.
A vida
V em e se impõe
E spalhando ordem e beleza:
R ara e infinita perfeição
A marcar o fluir do tempo.

- por JL Semeador, em 23/09/2011, na Lapa, onde é sempre primavera, basta não chover 

DESEJO


D esenho teu corpo
E m minha mente.
S into tuas mãos
E m mim pousadas.
J á não mais sonho:
O rgasmo !!
jlsantos

TEU MEDO

Um poema que fala do medo, esse nosso sentimento tão presente, mas que, na maior parte das vezes, fazemos questão de ignorar:


O teu medo é conhecido
Velho e insidioso enredo
Que se enreda
Em tua vida
Não sendo nenhum segredo
Que se tornou o teu credo
Sutilmente revestindo
Cada palavra por ti pronunciada.

O teu medo conta histórias
Inventa desculpas
Consome-se em culpas
Desdenha compromissos
Teme a opressão de relógios
Vivendo à cata de elogios baratos
E de ilusórias recompensas
Que mal concedidas escorrem pelos ralos.

O teu medo é poderoso
Ditador perverso e soberano
Da tua frágil vontade
Razão de seres apenas metade
Fonte de todo o teu engano
Passagem de nível para o outro lado
Onde tentas em vão mostrar o teu melhor lado
Até que morras triste e sozinho num fim de tarde.

- por JL Semeador, em 11/10/2011, na Caixa Cultural – RJ, diante de quadros do pintor colombiano Botero, que expressavam o medo
 

O HOMEM PERFEITO



Ela queria um homem perfeito
Friamente, traçado a esquadro
Parecido com um ângulo reto
Exato, como dois + dois = a quatro.

Se curvo, no máximo, um círculo
Jamais, a indefinição de uma elipse
Que fosse sério e bom do miolo
Impecável, após minuciosa análise.

Depois de insana procura
Eis que surge no horizonte
Por detrás de nuvem escura

O príncipe ansiosamente esperado
Porém, passado o primeiro instante
Descobriu que o homem era falsificado.

- por JL Semeador, em 10/10/2011, no início de noite da Lapa, lugar de gente real –

A ANGÚSTIA DO POETA



A angústia e a melancolia
são sentimentos que rondam o poeta,
- coração partido, como ferida exposta,
visão distorcida de quem bebeu todas as doses –
mas, sempre em busca do novo,
em eterna ânsia pela vida:
travessia, nem sempre suave,
entre o efêmero e o eterno;
destruição da matéria perecível
que reveste todas as formas
que julgamos ver;
voz inaudível
que permeia solidões e silêncios;
sonhos que provocam despertares
sufocados por obscuros desejos;
- na alma – lucidez ensombrecida
que se aferra ao corpo
por milhares de imperceptíveis grilhões;
visões entrevistas por fugidias janelas do tempo,
para além das invisíveis linhas de aço
que delimitam o árido campo do possível.

- por aquele a quem, um dia, chamaram José Luiz, em 28/09/2011, na Lapa – ou será que foi antes, em outro lugar e tempo? –

NA ESTRADA DE JACONÉ



No início da viagem
comprei um carrinho-de-mão
e duas mariolas de minas,
um pote de requeijão,
um punhado de castanhas salgadas,
mais duas ou três bobagens.

Comi as castanhas,
por salgadas,
senti sede,
senti medo,
senti escurecer as vistas;
quem joga todas as moedas,
numa única cartada,
tarde ou cedo,
tudo perde.

Depois, na volta do passeio,
voltei a sentir receio,
uma dor desesperada,
que me deu aqui no meio;
e bem no meio da estrada,
que conduz a Jaconé,
me deitei chorando baixinho,
por coisa que nem sei o que é,
mas que me arrepiou inteirinho,
do cabelo ao dedão do pé.

Sai pra lá coisa danada,
vade retro coisa ruim!
Em mim
não farás morada,
vou tomar banho de jasmim,
rezar terço e novena,
te expulsar a chicotada,
não quero essa triste sina
de viver feito zumbi,
zumbindo na madrugada,
como se não fora daqui.

E assim revigorado,
de novo no corpo acordado,
penso no teu sorriso,
no teu ajeitar de cabelo,
no beijo que me faz tanta falta,
dentro do mundo paralelo
que construímos com desvelo,
longe das luzes da ribalta,
no galho da árvore mais alta
da Estrada de Jaconé.

- por JL Semeador, em 1812/2010, na Estrada que liga a Lapa a Jaconé, viagem refeita na madrugada de 25/09/2011 -

CANÇÃO DA MANHÃ SEM VOCÊ



Um poema do cotidiano,
minha matéria-prima:
inspiração sem engano,
que, do belo, me aproxima.

CANÇÃO DA MANHÃ - AINDA - SEM VOCÊ

Mal se fez o dia,
desperto!
Assalta-me um quê de nostalgia,
por você não estar por perto.

O café com leite em pó
aquece-me o corpo,
que se sente imensamente só
no desfiladeiro do tempo.

Remédio é banho,
terno e processos,
para amenizar a ausência do teu carinho
e sufocar meus ardentes desejos.

- por JL Semeador, para a mais bela flor, na manhã de 24/08/2011, na Lapa, lugar de poesia, trabalho e amor -

A VIDA É ETERNO RECOMEÇO



A vida é eterno recomeço:
seja nas manhãs que se repetem,
nas horas que se renovam,
nos anos que se amontoam impiedosos,
no sol que sucede cada tempestade.
- mesmo as mais destruidoras -,
ou, ainda, após deixarmos o corpo
pelo qual tanto apego nutrimos.

Depois do fim,
ou daquilo que nos parece ser o fim,
a vida vem e nos surpreende,
ávida de novas realizações e intentos,
prenhe de esperança e vontade renovada,
redefinindo as nossas opiniões prematuras
de que se perdeu tudo,
de que a vida, à partir de agora,
não guarda mais nenhum sentido.

Respeitáveis opiniões,
mas que não encontram eco
nas Leis do Criador,
que as escreve
não com a pena fria da lógica humana,
mas, sim, com o Amor que Lhe transborda do coração.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, em tempos de refletir sobre a vida -

AMORES DE TODO TIPO



Há amores de todo tipo,
é só escolher
o que melhor convier:

Românticos: com direito a poemas,
buquês e bom-bons;

Sado-masoquistas: acompanha
algemas, coleiras e chicotes;

Amores bandidos: sempre,
entre tapas e beijos,
idas e vindas à delegacia;

Amor burocrático: sexo, uma vez
por semana, às quartas,
depois da novela das nove;

Amor moleque: dúvidas,
surpresas e traquinagens;

Amor aventureiro: nunca se entrega
por inteiro, na ânsia por novas paragens;

Amor água-morna: funciona até que apareça
alguém, ocasião em que o caldo entorna;

Amor vulcão: somente à espera
de entrar em erupção;

Finalmente, amor sem adjetivo:
que chega e gruda na alma, feito adesivo,
impossível de arrancar.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, lugar de ser feliz, em 03/08/2011 -

FELICIDADE: UM CAMINHO



Felicidade é um caminho
A se trilhar, devagarinho
Até que um dia, de repente
Ela surgirá à nossa frente

Então, o viver far-se-á festa
Não mais, sofrimento e agonia
A mente, enfim, desperta
Imersa em paz e harmonia

E desse encantamento advindo
Fruto da nova etapa alcançada
Tudo, agora, risonho e lindo
O que mais querer da vida. . .

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, o mais bonito bairro da Cidade Maravilhosa -

POEMA PARA O CORPO DA AMADA


Teus dedos, ora teus dedos. . .
São ternos e delicados,
transmitido à minha pele
o carinho doce e singelo
que te brota do coração.

Tuas mãos, ora tuas mãos. . .
São asas de um passarinho,
desses, mais raros,
que me esvoaçam a alma,
ofertando-me prazer e calma.

Teus braços, ora teus braços. . .
Que tão intensamente me abraçam,
são o fio em que me enlaço,
enquanto flutuo e me desfaço
à luz que emana dos teus olhos.

Teus olhos, ora teus olhos. . .
São brasas acesas na noite,
como olhos de Tigresa,
atenta, à espreita da presa,
para deliciar-se em seu corpo.

Teu corpo, ora teu corpo. . .
Teu corpo é o meu copo,
onde me dessedento
e me embriago com teu vinho
que jorra de tua inesgotável fonte.

Tua boca, ora tua boca. . .
Abismo que me traga,
quando, com voz rouca, gritas,
(nunca, antes, tão desvairada e louca),
Que, enfim, flor desabrochada, gozas.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador de Poesias, na Lapa, que voltou a ser a Lapa  -

sábado, 23 de julho de 2011

INVERNO


I ntrojeto-me.
N uvens pesadas antecipam a noite.
V ento sudoeste arrepia-me o rosto.
E nfim, o frio insinua-se em mim.
R etiro o cobertor do armário,
N em quero sair com um tempo assim.
O ar cinzento apagou o verde da paisagem.

- por JL Semeador, em 22/06/2008

LE FOU (O LOUCO)

L á vai ele,
E nvolto em seus delírios,

F ugindo de inimigos invisíveis,
O utro imaginando ser:
U m dos muitos perdidos de si mesmo. . .

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, em 30/06/2011, observando um andarilho de estrada -

FELICIDADE

F lutuando,
E ntro em um novo tempo:
L eve,
I rradiante,
C elestial.
I mprimo, nas minhas retinas,
D oces impressões;
A lma em êxtase.
D eus comigo.
E u em paz.


                                                                                   - por JL Semeador -

terça-feira, 28 de junho de 2011

OS DIAS DE INVERNO ou EU SOU MAIS O VERÃO


Esse ano,
os dias de inverno
estão demorando,
muito,
a nascer. . .

Seis e meia,
no relógio,
e o Sol perdido
em ócio;
de seu ofício,
de iluminar,
esquecido.

Somente,
lá pelas sete,
faz-se a manhã,
mesmo assim,
quando não se instala
uma névoa espessa,
feito lã,
em que gaivota não voa,
nem o outro lado
da rua se divisa.

Esse ano,
os dias de inverno
tornaram-se
prolongamentos
da noite;
dedos de unhas afiadas,
que nos agridem,
nos lanhando a face,
sem pudor ou disfarce.

Aos que suspiram pelo inverno,
uma pequena observação:
apesar de seus possíveis encantos,
eu sou mais o verão!

- por JL Semeador, em 27/06/2011 –

A MORTE DO POETA


O poeta morreu,
dia desses,
vitimado por uma palavra perdida,
quando lia um decreto
regulamentador de orçamentos secretos.

E de nada adiantou
o socorro de gramáticos
e literatos,
pois, o ferimento foi profundo,
atingindo-o, de forma mortal,
enquanto, na fria manhã,
folheava o seu jornal.

Ferido de morte, que fora,
fez-se aguda verborragia:
uma enxurrada de fonemas,
adjetivos e, até mesmo palavrões,
dos mais cabeludos.

Após tratamento intensivo,
com a aplicação de enálages na veia
e sonetos subcutâneos,
debelou-se o edema sintático,
porém, era tarde demais;
nada mais restando ao bardo,
que um coração exangue,
tal e qual um livro destroçado,
como antes não se vira igual.

No funeral,
diante do esquife,
em forma de rondel,
musas inconsoláveis
e amigos consternados
choraram interjeições,
metáforas e ironias.

Você que agora me lê,
tenha o máximo cuidado,
pois a morte está sempre escondida
em tudo que não lhe deixam ver.

- por JL Semeador, Lapa, 24/06/2011

O TEMPO DE AMAR


O tempo de amar,
de uma ópera,
deve ter a duração.

Carmen ou Carmina,
tanto importa,
que no ritmo do amor
derretem-se os relógios,
findam-se as esperas
e tudo só termina
quando, do gozo, invade-nos o furor. . .

o tempo de amar
é um tempo sagrado:
a vida na na sua mais pura expressão;
a música a nos envolver,
- supremo instante -;
incorporando-se ao desejo,
num realimentar-se contínuo,
incessante. . .

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011 -

AMOR DEVORADOR


O apetite do amor não tem limite,
tanto devora o coração do amante,
quanto arranca nacos palpitantes, ao amado.

O amor é um canibal faminto,
de dentes pontiagudos e afiados,
à procura da presa, por todos os meios.

O amor é um banquete, uma carnificina;
restaurante "self service" de si mesmo,
onde a lei da selva predomina.

O amor, esse sentimento improvável,
não é solução, nem caminho,
que leve um incauto ao céu.

O amor é uma loba doida a devorar os filhotes;
tocha ardente que se auto-consome:
sentimento desconhecido, que pensamos saber o nome.

- por JL Semeador, em 14/06/2011

RIO, CIDADE MULHER - Poema para o Dia dos Namorados III

Eu amo o rio
com um sentimento profundo;
faça calor ou frio,
contemplo minha cidade, sorrindo.

O Rio é uma cidade mulher,
com suas matas: cabelos ao vento;
suas baías: sinuosas reentrâncias de mar;
suas montanhas: seios apontando o firmamento.

Nenhuma outra a ti se compara,
minha eterna cidade amante,
meu porto sempre seguro,

Meu modo de viver apaixonado;
inspiração de meus versos delirantes:
sonho, que sonho mesmo acordado.

- por JL Semeador, em 12/06/2011

CONTRADIÇÕES AMOROSAS - Poema para o Dia dos Namorados II


No amor, uma ameaça,
um difuso perigo
permeando a promessa
do encontro de um doce abrigo.

No amor, um desatino,
uma febre incandescente
que desafia o destino
e evapora um rio, até a nascente.

Tantos são os mistérios,
dento do amor contidos,
que o acolhemos, com medo,

Temerosos de nos perdermos
nos irresistíveis sorvedouros
ocultos em suas noites de suores e folguedos.

- por JL Semeador, no início da noite de 11/06/2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

RECEITA DE AMOR - Poema para o Dia dos Namorados


O Amor é um amálgama
de carinho, cumplicidade,
companheirismo e paixão.

Use ingredientes de boa qualidade
e em quantidades bem dosadas
para evitar efeitos colaterais,
caracterizados por falência
múltipla dos sentimentos,
com irreversíveis danos ao coração.

Seguida a receita, à risca,
um surto de felicidade
se apossará dos enamorados,
numa repentina fusão de almas,
esquecidas de antigos ais
e de todas as mágoas passadas.

Depois, é só alegria.
Vida em festa, sem lamentos.
Encerrada que foi a busca.

- por JL Semeador

DESEJO QUE ME INUNDA O CORAÇÃO

Acordo na manhã fria.
Tateio, te procurando
ao meu lado,
mas, a minha mão,
vazia,
sinaliza
que sonho acordado,
que não será hoje,
o dia
que acordarei envolvido
em tua beleza,
apesar da imensidão
do desejo,
que me inunda o coração.

- por JL Semeador, em 10/06/2011 –

AMOR NÃO TEM IDADE


Amor?
- Amor não tem idade!
Na adolescência,
tem cheiro de inocência
e descoberta;
na idade adulta,
já sem tantas primeirices,
ainda assim faz, da vida, festa,
certo de que, amar é a única
coisa que presta;
e de trazer a paz ao Mundo,
só ele é capaz.

Amor?
- Em qualquer momento da vida é bom.
Quando jovem,
os hormônios fervem;
mais tarde, o encanto persiste.
E mesmo no outono
dos anos avançados
é lindo ver dois pombinhos abraçados.

Amor?
- Só sei dizer
que amor é a coisa mais fácil,
que nunca se ama demais;
todo amor é medida certa
e, se a alegria não traz:
- cara, repense,
você tá amando errado,
buscando um modo complicado
para o que é simples e natural.

- por JL Semeador, em 15/04/2011 -

O MELHOR AMOR DA VIDA



Eu te amei!
Te amei com toda a intensidade
capaz de ser contida
em meu insensato coração.
Te amei de forma inventada,
diria, mesmo, absurda;
esquecido de mim,
dinamitando pontes
enquanto avançava,
ignorando que, na vida,
as coisas não são bem assim.

Eu te amei!
E cheguei a me atirar
do mais alto trapézio
sem rede de proteção;
sem temer noites escuras,
muito menos, o frio e a solidão;
arriscando todas as fichas
num único girar de roleta;
passagem só de ida
para um destino incerto.

Oh Deus! como fui tolo
nesse meu viver confuso,
caminho triste e paralelo
ao que sei ser preciso.
Pois, me esfacelei mil vezes
e me fiz andarilho solitário
e transportei montanhas
e desafiei gigantes
e empreendi cruzadas
e duelei com a morte
e descobri, até,  o milenar segredo
da pedra filosofal. . .

Tudo em homenagem a ti,
mulher, primeira e única:
imóvel e surda
feito uma porta emperrada,
que foi, apesar de todos os pesares,
o melhor amor que já me trouxe a vida.

- por JL Semeador, em 04/05/2011 -

segunda-feira, 20 de junho de 2011

VEJA MEU AMOR: POEMA IDIOTA PARA UM AMOR INVENTADO


Veja, meu amor, a lua cheia
que no mês de maio, quase findo,
mostra-se com intenso brilho,
indiferente à chuva e ao frio,
imponente e altaneira, no céu vazio
de estrelas, em prata, colorindo
o meu café forte com sucrilho
e leite: coisa de xícara e meia.

Sinta, meu amor, tudo
o que me vai na mente e no coração,
desde O Elogio da Loucura
que, nesses dias, eu leio
à minha imensa preocupação
com a falta de vergonha na cara
que assola a classe política,
ocupada em roubar o mundo
e o que mais estiver de permeio.

Ouça, meu amor, atentamente,
a canção que não me sai da boca,
incrustada que me ficou na mente,
a ponto de virar motivo de chacota
de todos que a ouvem, seca,
- feito a seca do seco nordeste -,
quando a canto, meio na moita,
pela noite fria da rua São Clemente.

Ah! Meu amor, meu amorzinho,
que, um dia, por falta de coisa melhor,
foi comigo ao cinema poeira do bairro,
numa sessão de três e meia da tarde,
e, agora, passado o medo do escuro,
o vento levou, para longe, o carinho
e o meu triste soneto de amor,
espelho da mais completa irrealidade.

Pense, meu amor, no nosso futuro,
hoje, já bem mais curto
que no dia de ante-ontem,
quando, ainda, poder-se-ia
viver só de encantamento
e, também, de um pouco da aragem
que sopra forte pelo furo
da parede esquerda do forno da padaria.

Enfim, meu amor, chegamos
ao nosso destino final,
à estação derradeira,
que não é nem central,
cosmos, piedade, madureira,
penha, realengo ou ramos,
mas, sim, a um lugar irreal,
onde se lê, num imenso letreiro digital:
Erramos!!

- por JL Semeador, em 19/05/2011

O ELOGIO DA LOUCURA


- para Erasmo de Roterdã, Jacques Lacan, Dra. Nise da Silveira e Os Mutantes -

Há um grão de loucura semeado
dentro de cada inconsciente.
Gérmen repleto de significados,
apesar de supormo-lo ausente.

Esse grão de loucura humana
não pode, nunca, ser apagado,
sob pena de entregarmo-nos à sina
de viver por aí, da felicidade apartados.

Todo mundo é louco!
Já disse o mestre Lacan,
com juízo nada pouco.

Ninguém precisa de antidepressivos
e terapias para anestesiar mentes sãs.
É preciso libertar o singular em nós.

- por JL Semeador, em 06/06/2011

A LINGUAGEM DO AMOR


A linguagem do amor
prescinde de sons
e de signos.

Basta um simples olhar
carregado de acenos
e de apelos.

Um nada ao ar lançado
feito dardo incandescente
ferindo fundo o coração da gente.

Réstia de sol em dia nublado
que surge de repente
derretendo a paz aparente.

- por JL Semeador, em 05/06/2011

domingo, 19 de junho de 2011

UM AMOR DELICADINHO


Preparei um amor bonito, delicadinho
Sem defeitos, arestas ou rasuras
Todo esculpido em mármore, redondinho
Pintado com as cores do arco-íris

Esse amor, por ser redondo
Rolará, bem de mansinho
Ao encontro do teu coração lindo
A gritar a imensidão do meu carinho

Pronto, tudo o que era preciso
Foi feito com cuidado e esmero
Para mais enfeitar, um sorriso

E um beijo, desses longos e iluminados
Agora, receba-o: Amor assim, reitero
É destinado a brilhar entre os astros.

- por JL Semeador, entre 09 e 18/05/2011

O AMOR E A DOR


O amor e a dor
são companheiros constantes,
sempre podendo serem vistos,
braços dados com o prazer,
em busca de emoções intensas
e desmesuradamente perigosas.

Quando um ou outra se ausenta,
o que restou só, se ressente
e se põe a chorar,
esquecido de quê, isso de brincar
com fogo, à beira do precipício,
é empreendimento por demais arriscado:
caminho eivado por aracnídeos e ofídeos
que bailam, nada serenos,
à espera de incautos
para lhes doar
doses maciças de mortífero veneno.

O amor e a dor,
esquecidos de tudo, na vida,
foram jantar fora,
apesar de fora de hora,
quase madrugada,
num pé-sujo da Rua da Lapa,
onde comeram frango à cubana
acompanhado por vinho barato,
até que raiou a manhã de domingo
e o sol, ainda que indeciso,
dissipou todas as ilusões.

- por JL Semeador, em 14/15/maio/2011

QUINTA-FEIRA DOZE

O dia amanheceu carregado
Tropecei no penico ao levantar da cama
Depois de secar o molhado
Descobri que o fizera com o pijama.


E isso foi só o começo do dia
Pois descobri não ter café no pote
O pão mofou, esquecido fora do pacote
E estava fechada a padaria.


Seguindo no meu dia aziago
A privada estava entupida
No banho, o chuveiro pegou fogo.

Perguntei-me, diante de tanto deslize
Seria sexta-feira 13 em minha vida?
Nada, era quinta-feira doze.

- por JL Semeador, para meu mestre Manoel Virgílio, numa sexta-feira, 13/11/2009

DESCOBERTAS ou INSÔNIA NUMA CIDADE ESTRANGEIRA


Hoje descobri que o tempo
é capaz de mudar uma cidade;
de transportar para muito longe
o espírito de suas ruas e lugares,
antes alegres e acolhedores.

Hoje, também, descobri que o tempo
pouca muda as pessoas,
seus quereres e sentimentos
mais profundamente enraizados;
ao contrário, ele - o tempo, apenas os disfarça,
feito tinta fraca numa parede antiga,
que a chuva vem, lava e, rapidamente,
revela a verdadeira cor que se ocultava.

Hoje eu sei, depois de assistir à ansiedade
e a ilusão se dissolverem na madrugada fria,
que somos nós mesmos que moldamos tempo,
imprimindo-lhe, no rosto, suas diversas faces;
e, em seu corpo, inúmeros caminhos,
alguns, íngremes e escarpados.

Hoje confesso que não sei,
- após a insônia da noite imaginada,
nessa cidade ausente do mar, -
o que fazer da mala de viagem
repleta de tantos sonhos,
mas que, em algum canto terei de largar.
Hoje eu sei, algo que sempre deveria ter sabido:
Da impossibilidade de encontrar um porto
no alto de inóspitas montanhas.

- por JL Semeador, numa cidade estrangeira, na madrugada de de 12 de setembro de 2010

MÃE, SINÔNIMO DE NOBREZA


Mãe é sinônimo de nobreza
Facho de luz que ilumina o caminho
Força mais sublime da Natureza
Inesgotável fonte de carinho

Ser Mãe é mais do que um dever
É ato de amor extremado
Ao deixar, no ventre, a vida florescer
Concebendo o filho muito amado.

Mãe! Hoje te presto homenagens
Em retribuição ao teu devotamento
Que desafiou todas as dificuldades

No afã de proteger tua prole
Trazendo afeto, paz, alimento
Sem temer pela própria própria pele. . .

- em 08/05/2011, por Zico, como minha Mãe, D. Francelina, me chamava; hoje, Dr. José Luiz de Sousa Santos e/ou JL Semeador de Poesias

O MELHOR AMOR DA VIDA

Eu te amei!
Te amei com toda a intensidade
capaz de ser contida
em meu insensato coração.
Te amei de forma inventada,
diria, mesmo, absurda;
esquecido de mim,
dinamitando pontes
enquanto avançava,
ignorando que, na vida,
as coisas não são bem assim.

Eu te amei!
E cheguei a me atirar
do mais alto trapézio
sem rede de proteção;
sem temer noites escuras,
muito menos, o frio e a solidão;
arriscando todas as fichas
num único girar de roleta;
passagem só de ida
para um destino incerto.

Oh Deus! como fui tolo
nesse meu viver confuso,
caminho triste e paralelo
ao que sei ser preciso.
Pois, me esfacelei mil vezes
e me fiz andarilho solitário
e transportei montanhas
e desafiei gigantes
e empreendi cruzadas
e duelei com a morte
e descobri, até,  o milenar segredo
da pedra filosofal. . .

Tudo em homenagem a ti,
mulher, primeira e única:
imóvel e surda
feito uma porta emperrada,
que foi, apesar de todos os pesares,
o melhor amor que já me trouxe a vida.

- por JL Semeador, em 04/05/2011

sexta-feira, 29 de abril de 2011

ESSA INCÔMODA LUCIDEZ

 
Ah, essa incômoda lucidez
que me faz enxergar
mesmo de olhos fechados
o que eu preferiria não ver. . .

Essa incômoda lucidez
que me trespassa a pele
veneno feito de fel e aridez
que nenhum antídoto repele. . .

Ah esse sentido incômodo
de registrar á minha volta
o que é chaga no mundo. . .

Esse sentido incômodo
que me mostra o que não quero
o que da nossa indiferença é fruto. . .

- por JL Semeador, em 07/04/2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

AME SEMPRE !!

Ame certo,
ame errado,
ame torto,
ame de lado,
ame às claras,
ame escondido,
ame silente,
ame dormindo,
ame em triunfo,
ame triste,
ame sorrindo,
ame em lágrimas,
ame em profusão,
ame parcimoniosamente,
ame em desespero,
ame em calma,
ame com raiva,
ame em paz,
mas,
sobretudo,
ame. . .

Que amor
só se aprende
amando. . .

- por JL Semeador, em 07/04/2011 -

terça-feira, 5 de abril de 2011

UMA NOVA FORMA DE AMAR


Amealhar perguntas
garimpar respostas
tarefa ingrata
e opressora
para minha mente
um tanto vaga
e imprecisa
a essa hora da madrugada.

Vontade de voar
mais que os pássaros
e as nuvens de chuva
em loucas e vertiginosas
espirais.

Vontade de correr
do tédio
do medo
da polícia
e de toda busca inútil
que não nos traga
pão e alegria.

Que o amanhecer nos seja leve
que o Sol
daqui nos leve a dúvida
a mesmice
a contradição
e que também nos ensine
uma nova forma de amar
que não se transforme
em escravidão.

- por JL Semeador, rascunhado em agosto de 2008 e concluído na madrugada de hoje, 31/03/2011 -

APENAS VESTIDO DE DESEJO

 
Saio do banho,
apenas vestido de desejo.
Na boca saudosa,
a saudade do teu beijo;
no corpo em fogo,
a ausência do teu abraço.

Acaricio o sexo,
molho de saliva a  mão,
lambuso-a toda,
fecho os olhos,
imaginando a tua boca
sugando-o
até deixá-lo molhado,
por inteiro,
pronta para te penetrar
e te extrair suspiros
e gemidos,
até te fazer gozar.

Ah esse tesão
que sempre renasce,
feito Fênix.
Ah esse teu corpo lindo,
que a minha alma enternece,
quase se desmanchando.
Ah essa saudade,
essa ânsia do teu olhar
irradiando luz,
enquanto entrelaçados
seguimos o doce caminho,
ornado de risos e flores,
que ao paraíso conduz.
 
jlsantos

A MAIS PERFEITA NAMORADA


Te olho, diante de mim, despida,
Com um misto de tremor e temor,
Por ter a plena certeza, de que a vida
Se fará um deserto, na ausência do teu amor.

Te olho, a mim entregue, e me derreto,
Diante da perfeição de tuas formas delicadas:
Os quadris, o rosto, o sorriso, o peito
Lindo; a obra de arte do teu entrecochas.

Nem sabendo direito o que mais me agrada,
Perco-me em pensamentos pelo teu corpo, ora ternos,
Ora eróticos; mas sempre, de ternura, repletos.

Te dizer que és a mais perfeita namorada,
Por mais que eu repita, será sempre de menos.
Só sei que, no meu coração, fizestes morada.

- por JL Semeador

HOMENAGEM À MANGUEIRA E A NELSON CAVAQUINHO

A chuva caiu, sem dó,
lavando as sinceras lágrimas
dos rostos dos sambistas,
extasiados, num encantamento, só!

Eram as águas de março
a abençoar a Mangueira.
Escola e arquibancada,
unindo-se num abraço,
como se, tamanha emoção,
fosse a vez primeira
na vida dessa nação,
por muitos invejada,
que bem sabe viver em alegria.

Ao ritmo do samba, repleto de carinho,
a noite, de repente, fez-dia;
enquanto a batida do surdo de primeira,
coração imenso da tua bateria,
impunha-se, impávida e altaneira,
na homenagem ao filho fiel: Nelson Cavaquinho!

Canta Mangueira, canta!
Mostra a força da tua tradição.
Para mim, és sempre a mais bonita.
Senhora absoluta do meu coração.

- por JL Semeador, na madrugada do 07/03/2011, já na segunda-feira de carnaval, enquanto assistia a Mangueira desfilar

A MORTE DA ESPERANÇA

Um grito angustiado no final da madrugada. Um baque surdo de algo se estatelando na calçada. Apenas a esperança que se atirou do 39° andar.

- por JL Semeador, em 18/01/2010 -

sábado, 19 de março de 2011

CHUVA EM VENEZA


Chovia em Veneza,
mas nem parecia.
Chovia, também em Paris,
mas não havia tisteza,
só alegria,
apesar de um leve toque gris.

A lâmina e a pedra,
drama ou alucinação
de uma noite de paixão,
na manhã,
já não existiam.
Porém, os veios de sangue
com gosto de mar,
que pelas coxas da ninfa escorreram,
das ondas, ainda medra,
numa voluptosidade sã,
que não há mortal que estanque,
a não ser pelo poder de amar.

Choveu em Veneza,
num dia - ou seria noite - iluminado,
em meio a tanta incerteza,
que já nem me lembro quando. . .

- por JL Semeador, em 17/03/2011, às 00:02h

AMOR POR INTEIRO


Amor vadio? . . .
feito cachorro solto na rua?
Amor vadio? . . .
desses que dormem até tarde,
esquecendo a hora do trabalho?
Amor vadio? . . .
solto no ar e na vida,
a cata de bálsamo para alma ferida?


- Amor é sempre amor,
a inexigir definição.
Amor é o que brota de dentro,
que ora aperta,
ora liberta,
outras vezes transborda,
afogando a alma em emoção,
o coração cortado em retalhos.


Outro dia vivi um amor inteiro,
tão atraente e vistoso,
que me deixei tomar,
por inteiro,
num instante glorioso,
em que vulcões eruptaram,
a lua nasceu ao meio-dia,
e até os doentes terminais
do hospital da esquina,
abandonaram a UTI
e foram para a rua,
e brincaram,
e cantaram,
deixando pasmos os médicos
e assistentes sociais,
que deles só esperavam ais.


Mas, não é que o amor foi embora,
ou melhor, expulsei-o de minha vida
a ponta-pés,
que nada queria de sério,
que não tive paciência,
nem o talento de decifrar
o intricado mistério
de tão-somente amar,
e deixar-se levar
pelo amor,
como quem bóia de costas,
em praia tranqüila,
sentindo o sol no rosto,
o reflexo do céu nos olhos;
e, ao som da cantiga das ondas,
tudo o mais
vira resto.


- por JL Semeador, em 19/11/2011

terça-feira, 15 de março de 2011

DEVANEIOS



Saio do banho,
apenas vestido de desejo.
Na boca saudosa,
a saudade do teu beijo;
no corpo em fogo,
a ausência do teu abraço.

Acaricio o sexo,
molho de saliva a  mão,
lambuso-a toda,
fecho os olhos,
imaginando a tua boca
sugando-a
até deixá-la molhada,
por inteiro,
pronta para te penetrar
e te extrair suspiros
e gemidos,
até te fazer gozar.

Ah esse tesão
que sempre renasce,
feito Fênix.
Ah esse teu corpo lindo,
que a minha alma enternece,
quase se desmanchando.
Ah essa saudade,
essa ânsia do teu olhar
irradiando luz,
enquanto entrelaçados
seguimos o doce caminho,
ornado de risos e flores,
que ao paraíso conduz.




JL Semeador

domingo, 13 de março de 2011

- Em Busca de Desejos ocultos -


Nossos sonhos, os medíocres,
vestem as roupas mais fuleiras,
dessas que se usam em dias tristes,
acompanhadas de sandálias envelhecidas.

Já os sonhos grandiosos,
se não se vestem à rigor,
ostentam trajes exuberantes, multicoloridos,
por compreenderem que a vida necessita de cor.

Outro dia, distraído,
cochilei num banco de jardim
e sonhei um sonho desvairadamente doido,

Onde cabiam todos os beijos proibidos
e as mais inconfessáveis viagens
em busca de ocultos desejos.

- por JL Semeador -

LAPRAZIA - Homenagem a Caetano Veloso

Eu te dizia apenas uma palavra.
Ou melhor, eu dana zidia-te.
Palrava a valapra
Que te conduziria à lavra:
Lavaproso encanto,
Sintonia.
Caminho secreto da valia.
Dizilapalavradora laprazia.

- por JL Semeador, revisto na madrugada de 18/11/2008 -

POETAS: Possível Definição

 

Poetas,
os bons,
fazem
das palavras,
imagens
e sons,
uma viagem. . .
- por JL Semeador, em 13/03/2011 -

sábado, 12 de março de 2011

Tesoura Cega

http://www.youtube.com/watch?v=csBGObYC1P0

HOMENANGEM À QUINTANA






Também sou poeta distraído.
Dia desses, sem vontade de viver
ou inspiração;
fome corroendo o estômago
e o coração;
fiz algo que não deveria fazer;
coisa rara e de muito perigo,
que num hortifruti aprendi:
um HARAKIWI.

- por JL Semeador, em 09/02/2009 -

quarta-feira, 9 de março de 2011

POEMA DE QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Hoje amanheceu esquisito.
Tudo frio e cinzento.
À vista, nada que fosse bonito.

Mais nenhum confete
na rua, em frente,
onde ninguém mais se diverte.

Passam foliões tardios,
esquecidos dos sorrisos
que, ontem, ostentavam nos rostos.

Um carro, de um mal educado qualquer, toca funk.
Um bêbado, além da conta, toca repique.
A tristeza é que não há quem estanque.

Triste, corro a fazer um poema,
por crer não ser uma idéia má,
mas, deserto de inspiração, decido ir ao cinema.

- por JL Semeador, em 09/03/2011, uma quarta-feira de cinzas -

ACRÓSTICO EM HOMENAGEM AO CRISTO REDENTOR

ACRÓSTICO EM HOMENAGEM AO CRISTO REDENTOR

DENTRO DE TEU ABRAÇO

DENTRO DE TEU ABRAÇO
Eis um poesia,
que pensei não viria. . .

DENTRO DE TEU ABRAÇO

Nessa madrugada vazia,
deserta de inspiração,
em que não me vem a poesia,
até o sono perdeu-se na imensidão.

Se dormisse,
no sonho, talvez rabiscasse
uma ou duas linhas,
palavras, que se fariam amigas,

Fazendo-se, acalanto
à alma que geme,
que pede o calor de teu peito,

Para, dentro de teu abraço,
reencontrar minha paz, meu leme
e o reconforto de meu cansaço.

- por JL Semeador, em 04/10/2011, na Lapa, onde até a falta de inspiração se torna inspiração de minha poesia -

PAIXÃO

PAIXÃO
Uma única coisa,
deixa eu te dizer:
paixão não pede licença,
entra no coração da gente,
se instala
e quando você vai ver,
ela está lá,
senhora absoluta
do nossos sentimentos.

Se não,
não seria paixão. . .

- por JL Semeador, na Lapa, lugar de paixões intensas e inesperadas, em 31/01/2011, revisado em 14/09/2011 -

NOVOS TEMPOS DO AMOR

NOVOS TEMPOS DO AMOR
Tudo contigo tem graça e cor
Coisas decididas no momento
Ao murmúrio do vento
Ao incessante fluir do amor

No que era conhecido, novo sabor
No que era feio e vestuto
Fez-se beleza estonteante de flor
Que não se desfaz no tempo

Tudo diferente, tudo novo e melhor
Passei a olhar a vida do alto
O futuro não mais me causa horror

Teu beijo é meu bálsamo regenerador
No teu corpo, que encerra as belezas do Olimpo,
Da paz e da poesia, tornei-me semeador. . .

- por JL Semeador, em 10/09/2011, na Lapa, lugar de amor, paz, flores e semeaduras -

BRASIL: ESSE É O MEU PAÍS!

BRASIL: ESSE É O MEU PAÍS!
Sempre que olho pro meu país
A brisa vem e me diz
Que aqui é o meu lugar
E mesmo que outro eu tente encontrar
Outro país como esse não haverá
Com esse infinito colorido
Essa mistura de cores e raças
Esse jeito hospitaleiro
Como o Redentor
Sempre de braços abertos
Que define o brasileiro
Operário da alegria e do amor
O tempo inteiro.

Brasil de tantas culturas
Praias de raras belezas
Tantas, que algumas
nunca chegarei a vê-las
Dos ritmos em profusão
Frevo, maculelê, carimbo
Lá pras bandas do Pará
Catira, fandango e chula
Ao som da gaita do gaúcho
Samba rasgado no terreiro
Tudo isso é um luxo só
Alegria maior de ser brasileiro.

No domingo, o futebol que alucina
Na mangueira, o canto de um azulão
Feijoada no almoço com os amigos
Guaraná do amazonas pra criançada
Doce com queijo-de-minas na sobremesa
Conversa comprida em torno da mesa
Quem chegar é bem-vindo
Pois no meu país, que é lindo
Vivem a paz e o amor em revoada.

E mais não conto
Por excesso de emoção
Eu amo todos os cantos
Todas as matas
Todos os rios
Todas as cidades
Todas as ruas
Desse meu imenso rincão
E hoje nesse poema
Que fiz com um nó na garganta
Uma certeza desponta
Expressa na minha rima
Brasil, será sempre teu meu coração.

- por JL Semeador, brasileiro com muita garra, na Lapa, um pedaço de terra com a cara do Brasil -

ESSA NOITE CHOVEU PAZ

ESSA NOITE CHOVEU PAZ
Essa noite choveu paz.
Do céu, que se fez cor de prata,
Desceram gotas de luz,
Iluminando a cidade e a mata.

Quem estava dormindo, perdeu.
No noite de domingo, madrugada, quase,
Algo mais bonito, creio eu,
Somente, se o paraíso, agora, fosse.

Fui embora pra casa imerso
em amor, luz e poesia.
Livros, poetas e versos,
eram os motivos de tanta alegria,

Naquela noite única, quase fria,
em que, o desamor e a violência,
à vida, deram uma breve trégua,
choveu paz, ao invés de água.

- por JL Semeador, na madrugada de 0/09/2011, na Lapa, sob a inspiração de um poema da amiga Vanda Ferreira, a Bugra Sarará, e ainda sob os eflúvios da noite de domingo na Bienal do Livro -

AMOR INFINITO

AMOR INFINITO
Tudo o que eu te der, jamais será demasiado.
Nada do que me deres, será pouco.
Pois, quando os sentimentos obedecem à escala do infinito,
Mensurá-los, é tarefa para um louco.

O meu amor por ti é uma nova invenção,
Que edifiquei, pacientemente, ao longo de minhas esperas.
Teu amor por mim, pura surpresa, emoção
E descoberta, de quem, de tamanha façanha, nunca supusera.

Somos complementares, em nossas diferenças.
Seres que se procuravam sem que disso tivessem ciência.
Um sem o outro, hoje, impossível a existência.
Os dois, juntos, poder incontrolável, a não haver quem vença.

Enfim despertado, do sono e da apatia
Que me foram, por tanto tempo, companheiros;
Ouso dizer que és a fonte de minha paz e harmonia.
Quanto a mim, só quero te cuidar, ser o teu fiel Jardineiro.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de todas as músicas e amores -

POEMINHA EM HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES

POEMINHA EM HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES
Poemo o amor no diminuitivo
Para fazê-lo ainda maior
Sempre concreto, nunca adjetivo
Com cheiro de flor, a rima melhor.

Quem, desde cedo, assim me ensinou
Foi o nosso mais que amado Poetinha
O homem que mais, às mulheres, amou
tornando-se, do amor, a imagem perfeitinha

Com ele aprendi, que amor é amorzinho
No diminuitivo, para conter mais afeição
Minha namorada é sempre meu benzinho
Sem limites ou represas do coração

E assim sigo compondo meus poeminhas
No intento de cantar o amor em paz
Expressando o amor em palavrinhas
Seguindo a receita do Mestre: Vinicius de Moraes.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, ou melhor Lapinha, o lugarzinho que escolhi para morar -

A VIDA SEM ROMANCE

A VIDA SEM ROMANCE
A vida sem romance
não tem a mínima chance

de se fazer completa
esvaindo-se, feito água na sarjeta.

A vida sem romance
é sobremesa sem doce

paixão sem fogo
que vem e acaba logo.

A vida sem romance
passa como se fosse

um único carnaval
depois, quarta de cinzas interminável.

A vida sem romance
é lugar sem viço

se assim vives, sem vontade
caia fora, antes que seja tarde.

- por JL Semeador, na Lapa, nessa madrugada linda de segunda-feira, 15/08/2011, depois de um domingo que em agosto resolveu dar uma trégua pra gente -

AMORES DE TODO TIPO

AMORES DE TODO TIPO
Há amores de todo tipo,
é só escolher
o que melhor convier:

Românticos: com direito a poemas,
buquês e bom-bons;

Sado-masoquistas: acompanha
algemas, coleiras e chicotes;

Amores bandidos: sempre,
entre tapas e beijos,
idas e vindas à delegacia;

Amor burocrático: sexo, uma vez
por semana, às quartas,
depois da novela das nove;

Amor moleque: dúvidas,
surpresas e traquinagens;

Amor aventureiro: nunca se entrega
por inteiro, na ânsia por novas paragens;

Amor água-morna: funciona até que apareça
alguém, ocasião em que o caldo entorna;

Amor vulcão: somente à espera
de entrar em erupção;

Finalmente, amor sem adjetivo:
que chega e gruda na alma, feito adesivo,
impossível de arrancar.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, lugar de ser feliz, em 03/08/2011 -

NO VINHO A VERDADE ou "In Vino Veritas"

NO VINHO A VERDADE ou "In Vino Veritas"
"In vino veritas",
diziam os romanos,
ao erguerem as taças,
sem lugar para enganos.

Na rubro da taça,
à espreita,
de tocaia,
se escondem
o desejo que arde
e incontáveis acenos
que, na alma vicejam:
impulsos secretos,
que arrastam, feito torrente,
tudo por onde passam,
deixando, depois, a paisagem
estranhamente diferente.

Cada gole
anula
o enfraquecido
pudor
e o pouco
senso
de defesa.

Por que não,
ali mesmo,
na mesa,
deixar fluir o vulcão
que insiste em despertar?

Por que não,
agora,
drenar dos corpos
o tesão
em excesso,
libertando o desejo
que insiste em jorrar?

Depois?
- Depois pode ser muio tarde,
pois, a verdade do vinho
é fugaz,
é breve,
apenas um átimo;
que dura, tão-somente
o tempo que se move,
apressado,
no crepitar de uma chama.

- por José Luiz de sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de mim e de Manoel Bandeira, numa madrugada de sexta-feira, 29/07/2011 -

VIVER ME LEMBRA ALEGRIA

VIVER ME LEMBRA ALEGRIA
Viver me lembra alegria
Sentimento suave e pleno
Que, do fundo da alma, irradia,
Da paz o melhor aceno.

Viver me lembra compromisso
Com tudo o que nos rodeia
Desde aquilo que me é preciso
À dor que no mundo campeia.

Viver me lembra aprendizado
Desde as letras e matemáticas
Às lições ofertadas pelo Mundo
Com humildade e sem dramas.

Viver me lembra, enfim, privilégio
Que Deus, por amor, nos ofertou
E mesmo que o viver não seja régio
Será sempre o mais belo show.

- por JL Semeador, na Lapa, que voltou a ser a Lapa, em 28/07/2011 -

POEMA PARA O CORPO DA AMADA

POEMA PARA O CORPO DA AMADA
Teus dedos, ora teus dedos. . .
São ternos e delicados,
transmitido à minha pele
o carinho doce e singelo
que te brota do coração.

Tuas mãos, ora tuas mãos. . .
São asas de um passarinho,
desses, mais raros,
que me esvoaçam a alma,
ofertando-me prazer e calma.

Teus braços, ora teus braços. . .
Que tão intensamente me abraçam,
são o fio em que me enlaço,
enquanto flutuo e me desfaço
à luz inebriante dos teus olhos.

Teus olhos, ora teus olhos. . .
São brasas acesas na noite,
como olhos de uma Tigresa,
à espreita da presa,
para devorar e se perder em seu corpo.

Teu corpo, ora teu corpo. . .
Teu corpo é o meu copo,
onde me dessedento
e me embriago com teu vinho
que jorra da tua fonte transbordante.

Tua boca, ora tua boca. . .
Abismo que me traga,
quando gritas, com voz rouca,
(nunca antes, tão desvairada e louca),
Que, enfim, flor desabrochada, gozas.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, que se prepara para viver mais uma sexta-feira -

O AZUL DO TEU VESTIDO ou TODA BELEZA DO DOMINGO

O AZUL DO TEU VESTIDO ou TODA BELEZA DO DOMINGO
O azul do teu vestido
dissolveu a névoa e a insensatez,
que se abateram sobre a cidade,
no dia que ainda não se fez.

Azul, por certo, roubado ao céu,
que, mais tarde, de azul, colorir-se-á.
Azul subversivo, a provocar escarcéu,
desde o Rio Grande ao extremo norte do Pará.

Azul! quase verbo, no modo imperativo.
Azul! é a vida quem clama e ordena,
mesmo sem aparente razão ou motivo.

Azul, a azulejar o dia,
para que possa valer a pena
o domingo que principia.

- por JL Semeador, na manhã de domingo da Lapa, 26/06/2011

TEU BEIJO !!

TEU BEIJO !!
Quando te beijo
um mundo novo se descortina;
da sorte, ouço o som de um realejo,
desaparece o tédio e a rotina.

O teu beijo tem gosto
de fruta roubada no pé;
nenhuma outra tão gostosa, eu aposto;
polpa madura, sabor raro e forte.

No teu beijo habitam
intensos e insólitos presságios;
é o mais poderoso talismã,
capaz de atender a todos os meus desejos.

Se me beijas a boca, estremeço;
desabo, quando me beijas o pescoço;
se me beijas os olhos, me desfaço,
e num mundo de risos e luzes ingresso.

Assim é o teu beijo:
meu elixir de longa vida.
Outra coisa, não almejo,
que não, a tua boca atrevida.

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011

O OLHAR É UM PÁSSARO LIVRE

O OLHAR É UM PÁSSARO LIVRE
O olhar é um pássaro livre,
vestido de plumas multicoloridas.
A tudo contempla,
a todos os lugares viaja,
mesmo quando adormecido.

O olhar é a janela da Vida.
E mesmo os cegos,
por entre as trevas,
olham!
Pois, da alma, os olhos,
jamais se fecham.

- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011

REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE

REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE
Este poema é uma homenagem a duas pessoas queridas: Beto Seixas e Themis, que partiram nesse final de outono, que mais parece inverno, com a morte insistindo em se fazer presente, junto com o frio e a névoa que oculta as manhãs.

.

Vivo uma fase de mudanças radicais:
nunca mais corri maratonas;
já não amo com há tempos atrás;
na rua, à meia-noite, sinto já ser tarde demais.

Óculos, se os esqueço, vejo-me perdido.
Remédio da PA, não tomar é suicídio.
Antes de cada exame de próstata, muito medo.
Começo a sentir saudade de quase tudo.

Ai de mim, frágil mortal, que do Tempo sinto urgência;
nessa fase da vida que, feito desatada sangria,
gota-a-gota, nos é drenado o viço e a alegria.

Ai de mim, que ainda aparento cinquenta,
mas, de Ísis, sinto-me cada vez mais perto;
- a cata de moedas - barco de Caronte esperando-me no Porto.

- por JL Semeador, Lapa: 17/06/2011

REMÉDIO PARA MAL DE AMOR

REMÉDIO PARA MAL DE AMOR
Há um só remédio
para mal de amor.
Algo que afugenta o fastio
e a dor,
que vem e se instala
feito incômoda mala,
repleta de inservíveis pertences,
sentimentos que restaram apodrecidos,
e que não encontramos aonde deixar.

Ah, o nome do remédio milagroso
é outro amor, muito mais gostoso.

- por JL Semeador, em 09/06/2011

SAUDOSISMO

SAUDOSISMO
Já não se pega um ita no norte
Já não se escreve cartas à mão
Já não se dorme de pijama
Já não se ama para sempre
Já não se diz "meu bem", como antigamente
Já não se fabricam coisas de longa duração
Já não se vive a vida em calma
Já não se janta em família, que eu me lembre. . .

Tudo, de repente, tão mudado
Tudo virado, de ponta-cabeça
Tudo desobedecendo as regras antigas
Tudo desorganizado, um enorme caos
Tudo fora de ordem, ao olhar que mira o passado
Tudo incrivelmente novo e com pressa
Tudo a nos impelir a mudanças
Tudo, ainda, ao alcance de nossas mãos. . .

- por JL Semeador, em 08/06/2011

NA DELICADEZA DE UM BEIJO

NA DELICADEZA DE UM BEIJO
Há, na delicadeza de um beijo,
um quê de de infinita imensidade,
uma nota suave, um leve harpejo
saído do coração: afinado alaúde

A entoar cânticos ao deus Eros,
na inebriante emoção do momento
em que, antevendo divinos gozos,
o espírito entrega-se, absorto,

Na magia das bocas unificadas,
a destilarem o néctar da vida,
a mais pura de todas as essências;

Solução mágica onde florescerá
o amor - encanto maior da vida,
e a paz, que o mundo iluminará.

- por JL Semeador, em 03/06/2011

MORADAS DO HORROR HUMANO

MORADAS DO HORROR HUMANO
O horror humano se esconde

na treva, em porões fechados

a cadeado, no vão de escadas

úmidas e sombrias.



O horro humano mora

aonde moram todos os fantasmas:

debaixo de minha cama de menino,

em todos os vazios de um coração,

na noite tempestuosa de cada drama,

na triste e fria sala de estar

da ignorância humana.



Não há nenhum lugar

onde o horror humano não more,

ocupando, como gás,

os ambientes,

impregnando os ossos

e a mente;

nada lhe fazendo frente,

a não ser um certo ar de desafio,

insolente,

e uma inesgotável coragem de viver,

cultivada tempos a fio.



O horror humano é irmão

do medo e teme

a claridade

das idéias novas

e o vento renovador da liberdade.



- por JL Semeador, em 26/28/ MAIO/2011

DIGAMOS NÃO AO PLÁGIO !!

DIGAMOS NÃO AO PLÁGIO !!
Quem se diz poeta e rouba poesia,
não passa de uma alma vazia.
Quem diz ser seu o que não é,
coitado, é um pobre de um zé-mané.

Está na hora do respeito,
de agir dentro da ética.
Digamos não ao plágio inepto,
rejeitando a hedionda tática.

A arte e tudo o mais
precisa ser depurada.
Gente cínica e falastraz,

Mais falsa que nota de duzentos,
deve ser encaminhada
ao monturo, junto com outros lixos.

- por JL Semeador, em 12/05/2011

O RIO ANOITECE EM POESIA

O RIO ANOITECE EM POESIA
O Rio anoitece em poesia.

Há um vento meio frio

pelas ruas,

mas que não afugenta a alegria

e, sim, o vazio

que assalta as almas

nesses momentos

quase serenos.



Um bar aberto

na Lapa.

Um gosto,

na boca, de sopa.



Um poema surgindo

na tela.

A imaginação subindo

feito uma bola

de gás,

que escapou da mão

do menino,

para não voltar

nunca mais,

partindo-lhe o coração,

ensinando-o a perder,

desde pequenino.



O telefone toca.

O coração bate.

A vontade é louca.

Nada que do verso me afaste.

Nada que me desensine

a esperança,

ou que, do meu peito, drene

essa sina, de nascença,

de acreditar

na infinita possibilidade

de amar,

como caminho único de felicidade.



- por JL Semeador, em 11/05/2011, num início de noite da Lapa


P A L A V R A

P A L A V R A
PA LA VRA

LA LA

VRA LA PA


- por JL Semeador, em 08/05/2011

MAMÃE !!

MAMÃE !!
Mãe-Terra
Mãe-Natureza
Mãe-d' Água
Mãe-Pátria
Mãe-de-Santo
Mãe-Benta
Mãe-Maria

MAMÃE !!

- por JL Semeador, em 08/05/2011 -

UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE

UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE
A tarde cinzenta
finda-se em acordes de violão.
A lua, sempre à espreita,
antecipa, lentamente, a escuridão.

Enquanto a noite
não vem, de todo;
enquanto a hora não é sete,
eu venço o medo
e escrevo versos,
engarrafados no trânsito,
que saem dos meus vãos escuros
e dos meus invisíveis porões.

Mas, enquanto o violão insiste
em preencher de sons
o declínio do dia,
eu também insisto
em não ser triste,
em flutuar rumo
aos teus sobretons
e ao teu olhar,
que na ausência do Sol,
só pra noite contrariar,
o poente incendeia.

- por JL Semeador, em 25/04/2011

AMANHECI OUVINDO ESTRELAS

AMANHECI OUVINDO ESTRELAS
Amanheci ouvindo estrelas.
Sabem. . . aquelas últimas
que insistem em brilhar nas manhãs,
desafiando o sol; dos notívagos
fazendo-se íntimas.
Sensação, de todo, inusitada.
Torrente a invadir-me a alma, em revoada,
a descerrar portas fechadas à novas percepções.
Cá dentro, sensação de terremotos e furacões.
Suave volúpia da inspiração alforriada.

Por não encontrar da chave da casa,
num ímpeto, arrompei a porta,
escapando, por fim, duma esperança duvidosa.
Do lado de fora, envolto em música e luz,
Nem pensei em voltar para fechar a porta,
que restara escancarada.
Apenas, aprumei o corpo, e segui. . .
Sem tempo nem de olhar pra trás.

- por JL Semeador, 16/04/2011

AMOR NÃO TEM IDADE

AMOR NÃO TEM IDADE
Amor?
- Amor não tem idade!
Na adolescência,
tem cheiro de inocência
e descoberta;
na idade adulta,
já sem tantas primeirices,
ainda assim faz, da vida, festa,
certo de que, amar é a única
coisa que presta;
e de trazer a paz ao Mundo,
só ele é capaz.

Amor?
- Em qualquer momento da vida é bom.
Quando jovem,
os hormônios fervem;
mais tarde, o encanto persiste.
E mesmo no outono
dos anos avançados
é lindo ver dois pombinhos abraçados.

Amor?
- Só sei dizer
que amor é a coisa mais fácil,
que nunca se ama demais;
todo amor é medida certa
e, se a alegria não traz:
- cara, repense,
você tá amando errado,
buscando um modo complicado
para o que é simples e natural.

- por JL Semeador, em 15/04/2011

VOCÊ É ASSIM

VOCÊ É ASSIM
Você é assim:
- Emoção intensa,
Alegria imensa,
Na pele, cheiro de jasmim.


Você é doce- de- leite
Você é doce deleite;
Um pé-de-vento, um furacão,
Quando o que fala é o coração.

Você é aroma do campo
Logo depois da chuva.
Um poema passado a limpo;
Inspiração que o vento não leva.

Você. . . Que sempre deixa saudade,
Por todo o lugar que passa;
Que, tudo o que faz, é de verdade,
Revele, só para mim, o segredo da tua graça.

- por JL Semeador -

Para Denise Pires, pessoa linda e querida.

Beijo

Beijo

Beijaram-se!
E fizeram a Terra parar
e no mesmo segundo voltar a girar,
apenas para se fazer terremoto.
E não restou pedra sobre sobre pedra,
depois do cataclisma.
Nem árvores, nem prédios,
nem qualquer mortal sobreviveu;
a não ser os amantes,
esquecidos da vida,
num beijo.

- por JL Semeador, em 30/07/2009

POEMA FEITO DE LÁGRIMAS (Para as meninas e meninos de Realengo)

POEMA FEITO DE LÁGRIMAS (Para as meninas e meninos de Realengo)
Hoje o meu poema
chora lágrimas de sangue.
Hoje o meu poema
chora lágrimas que não há quem estanque.

Hoje o meu poema
chora por meninos e meninas
tão precocemente arrancados da vida,
sem tempo de a verem desabrochada.

Hoje o meu poema,
o bairro onde eu nasci,
pais e mães
e toda a minha cidade
choram de um modo
que eu nunca vi.

Hoje, o meu poema,
tão-somente chora. . .

- por JL Semeador, em 07/04/2011 -

MULHER: CRIAÇÃO BONITA DEMAIS

MULHER: CRIAÇÃO BONITA DEMAIS
Mulher é criação
bonita demais.
Tem tanta graça,
tamanho encanto,
que desejo, apenas,
se não for pedir muito,
sempre que possa,
estar bem junto
dessa coisa preciosa.

Mulher é algo
por demais adorável,
em seus insondáveis segredos,
suas muitas armadilhas,
seus múltiplos perigos:
sorrisos de mel,
que tecem enredos
de inimagináveis tramas.

Mulher é a alma
desse mundo insano,
tão loucamente despropositado,
em seu desamor,
que só imerso na calma
da noite tranquila de sono,
dormida em paz ao seu lado,
a vida retoma sentido e cor.

- por JL Semeador, 30/03 a 05/04/2011

O GOSTO DO SILÊNCIO

O GOSTO DO SILÊNCIO
O gosto do silêncio,
poucos o sabem,
a não ser aqueles
que, muitas vezes,
ano-após-ano,
tiveram de secar
as próprias lágrimas,
calar seus gritos
e engolir a fria taça de fel
do desengano,
como se fosse
o ato mais agradável.

O gosto do silêncio
tem sabor de morte,
de calor em tempo de estio,
de espinha de peixe
entalada na garganta,
de cachaça barata
que mais arde
que embriaga,
de noite passada
rolando na cama
sem que se haja dormido.

O gosto do silêncio
é de veneno insidioso,
de praia com frio
e chuva,
de bacanal sem uva,
de sino mudo
que não retine,
de zoológico sem macaco,
de namoro sem cio,
de cortar a própria carne
e ter de provar um naco.

- por JL Semeador, em 04/04/2011

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA - ou - PARA QUE O PLANETA SOBREVIVA

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA - ou - PARA QUE O PLANETA SOBREVIVA
"O meu carinho e respeito ao Poetinha Vinicius de Moraes, autor do Poema A ROSA DE HIROSHIMA"

A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA

A água de Fukushima não fede
A água de Fukushima não cheira
A água de Fukushima não mata nem uma só sede. . .

A água de Fukushima queima
A água de Fukushima contamina
A água de Fukushima mata!

A ignorância de Fukushima é cega
A prepotência de Fukushima apavora
A mentira de Fukushima é covarde
A hipocrisia dos governos é cômica. . .

Digamos não à agua assassina de Fukushima!
Digamos não, de novo, ao genocídio de Hiroshima!
Digamos não à incompetência de Chernobil!
Digamos não, para sempre, à segurança nuclear impossível!
Digamos não, por amor à vida, à estupidez de Angra dos Reis!
Digamos não à anti-rosa radiotiva,
Para que o Planeta sobreviva!

- por JL Semeador, em 03/04/2011

OUTONO, PRAZERES SUTIS

OUTONO, PRAZERES SUTIS
Outono, tempo de rcolhimento.
De repente, folhas secas pra todo lado
e uma brisa leve,
eriçando a pele,
no cair da tarde.

Outono e suas tardes brancas,
ornadas de cores suaves:
Carícia nos olhos fartos do verão.
Na cozinha cheiro de chá de maçã,
Na alma um quê de melancolia e mistério.

Outono, um convite aos devaneios
e a toda sorte de prazeres sutis,
escondidos em suas noites lentas,
pontuadas por gritos e sussurros,
que se esvaem nas névoas matinais.

Outono, um hiato.
Um alento breve
com ares de eterno,
feito fumaça de cigarro
em filme preto e branco.

Outono, simplesmente. . .

- por JL Semeador, na madrugada de 27/03/2011

Assim é meu Rio

Assim é meu Rio
Assim é o meu Rio.
Alegria por todo o lugar.
Impossível ficar sério.

Quer ser feliz? - Vem pra cá!
Aqui se aprende a amar.
Na tristeza, dê um chega pra lá. . .

- por JL Semeador, um carioca perdidamente apaixonado pela minha cidade -

poema para os teus seios e demais encantos‏

poema para os teus seios e demais encantos‏

Nada preenche melhor
a minha mão
e, também, o meu coração,
do que teus seios.

Minha vida
um novo sentido veste
quando minha mão atrevida
penetra o teu decote.

Teus seios
são deliciosos aperitivos
de outros tantos encantos
no teu vestido escondidos.

Em homenagem aos teus seios,
esgue-se ereto o meu falo,
à espera, expectante,
dos teus carinhos e beijos.


JL Semeador

POEMA PARA OLGA ISADORA

POEMA PARA OLGA ISADORA

Homenagem à minha filha, no dia de sua colação de Grau em Direito:


Todo pai, que tem uma filha,
Assim, bonita e inteligente,
A cada dia o olho brilha
E a alegria invade a mente.

A minha filha foi escolhida
Desde o momento da concepção,
Para dar sentido à minha vida
E adoçar o meu coração.

Assim é Olguinha Isadora:
Mulher-menina que fascina,
Desde o papai, que a adora,

Aos demais membros da família.
Filha amada! Prossigas na tua sina
De sempre semear alegria.

- por JL Semeador, em 16/02/2011 –

TRIBUTO A TOM JOBIM

Ah, essa madrugada tão silenciosa,
que não me deixa dormir. . .
Ah, essa brisa refrescante,
que sopra do mar,
iludindo o Morro de Santa Teresa,
só para me despertar
e me manter alerta. . .
Ah, essa lembrança tua,
que insiste em não ir embora,
apesar da incoveniência da hora. . .
Ah, como é estranho estar sozinho,
eu e o barulho do primeiro ônibus,
a carregar estranhos e seus pensamentos. . .
Ah, os primeiros rumores do dia,
a antecipar mais um dia de sol e calor. . .
Ah, o bem-te-vi que começa a cantar,
com a infinita pureza,
só possível, aos que sabem voar. . .
Ah, minha cidade bonita,
seu verde, sua gente, seus pássaros,
tão bem retratados nas canções de Tom Jobim. . .
Ah, meu Maestro Soberano,
se não tivesses subido para o andar de cima,
nessa semana, completarias mais um ano. . .
Ah, vida vida vida vida vida. . .
Ah, essa vontade de não sei o quê,
tão intensa, que dói, feito ferida. . .

- por JL Semeador, em 27/01/2011

JANEIRO E SUAS DUAS CARAS

Janeiro e suas duas caras diferentes.
Uma a fitar, meio triste, o passado;
a outra, com esperança, mirando à frente.

Janeiro e suas sempiternas alegrias.
Tempo de férias, anualmente, agendado;
seus temporais, seu excesso de águas.

Janeiro e seu eterno jeito-menino.
Um clima de romance e verão, no ar, sorrindo;
Uma sede de vida, um desejo sem tino.

Janeiro e a minha Cidade à espera do carnaval.
Gringos e negras, abraçados, que o amor é lindo;
apenas homem-mulher: a coisa mais natural.

Janeiro e com o futuro não te apavores.
Tudo, o que antes não deu certo, é passado;
Da própria vida, sejamos os autores.

- por JL Semeador, em 1° de janeiro de 2011, em plena Cidade Maravilhosa

CALCINHA PRETA

CALCINHA PRETA
Calei-me!
A imensa vontade de você
Levava-me aos cimos da excitação e do desejo,
Imaginando-te
Nua, a mim ofertando-se. . .
Havia, - avistei ao despir-te -,
A mais linda calcinha,

Preta e delicada,
Resguardando-te a intimidade.
Emocionado, ante tamanha beleza,
Torne-me teu homem,
Aquele que te faz mulher e feliz.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador -

A CALCINHA BRANQUINHA DA MINHA AMADA

A calcinha branquinha da minha amada
guarda um flor.
Rosa, pelo orvalho umedecida,
à espera do amor.

Saudade da tua ternura estreita,
do teu suspirar, enquanto gozas,
de forma nada discreta,
parecendo que transbordas

De dentro do corpo em tremores,
de onde a alma escapa, em êxtase,
exalando pelos ares,

E deixando, na lembrança, perfume
intenso, a perfeita dose,
para o meu desejo e fome.

- por JL Semeador -

Calcinha Rosa bebê

Calcinha Rosa bebê
Penso no meu bebê,
vestindo o mais claro rosa.
Esse bebê é você.
minha flor mais preciosa.

JL Santos

Calcinha Pink

Escrevo com caneta de tinta,
da marca Parker Quink,
sobre a beleza escondida
dentro da tua calcinha pink.


JL Semeador

Pink pink pink
o meu favorito link
think think think
fique fique fique. . .

JL Santos

Calcinha Azul

O céu, hoje, não se fez azul.
Mas sei que ele apenas está oculto;
esperando passar o momento difícil,
para eclodir em cor e encantamento.


JL Santos

Calcinha Amarela

Amarelinha, cor de gema de ovo,
a sinalizar, em nós, um momento novo,
em que eu descubro, mais uma vez,
que te namorar é mais que dez!

JL Santos
O que é bom se repete.
Sou poeta criativo.
Pinto o sete.
Sem o amarelo, não vivo

JL Santos

Sob um manto de amarelo intenso
repousa a fonte de prazer supremo,
o lugar divinal, que cheira a incenso:
a cálida e rara flor, que tanto estimo.


JL Santos

Cor de Palha

A cor é palha.
O amor, intenso.
Você, minha trilha.
Em mais nada penso.


JL Santos

Calcinha de Oncinha

Eu preservo a natureza,
da minha oncinha, cuidando bem;
linda, felina, uma beleza,
que me devora, mas me quer bem.


JL Santos

A Alegria do Vinho

A Alegria do Vinho

Amo, do vinho, a alegria.
Sua cor rubra ou clara.
O suave buquê que anuncia
A delícia mais que rara,
Que repousa oculta
Por detrás da lucidez,
Que, uma vez transposta,
Leva ao gozo e à embriaguez:

- Caminho delirante e lúdico;
Jornada rumo a universos:
Igual a nenhum outro sonho épico
De tempos passados, medievais.
Assim és tu: Bela entre as belas.
Assim me deixas: Em ti, de olhos postos.

- por JL Santos, em 21/set/2010 -

Calcinha Rosa

Veja só uma coisa.
Coisas tão mínimas,
como a tua calcinha rosa,
são as maiores delícias.


JL Santos

Calcinha de Zebra

Uma zebra surrealista,
de marrom e preto, listrada.
Apesar de oculta à vista,
sei que é a coisa mais linda.

JL Santos

Um gatinho cor de uva,
guardando tua linda vulva,
dentro da calcinha lilás,
para um gato, que te ama demais.


JL Santos

Calcinha de Florzinha Vermelhinha

Florzinhas vermelhinhas

são, do natal, meu presente.

Guardam encantos, delícias:

A minha estrela cadente.


JL Santos

Calcinha Cinza

Dizes, que cinza é cor de agosto.
Cor de agosto, que nada!.
Desse cinza eu gosto:
Moldura da tua flor, que é linda!


JL- Santos

Calcinha Laranja

Calcinha Laranja

Da laranja, gosto do suco
que fácil escorre
e desperta um desejo louco
de que na minha boca jorre.


JL Santos

Bolinhas cor-de-rosa
giram em torno da Lua,
enquanto você goza,
minh' alma dentro da tua.


JL Santos