UM OUTRO ESTADO DO MEU SER
Hoje aprendi uma nova maneira de decodificar o mundo,
uma nova maneira de ver a vida:
Olho prum mendigo
e apenas vejo um ser por mim desconhecido;
Olho prum louco
e concluo que meu referencial, para defini-lo, é bem pouco;
Olho prum bêbado
e descubro alguém que, de si, se perdeu;
Olho prum gênio
e só enxergo um pigmeu.
E quando, em espanto,
refletindo toda a minha vivência,
olho pra mim mesmo,
eu que sou rotulado como são,
não consigo me ver lúcido,
pois descubro a existência,
de um espaço desconhecido no meu coração.
- by JL (José Luiz Santos) - Lapa, 10/11/2007 
 
 
 
          
      
 
 
Eis um poesia,
que pensei não viria. . .
DENTRO DE TEU ABRAÇO
Nessa madrugada vazia,
deserta de inspiração,
em que não me vem a poesia,
até o sono perdeu-se na imensidão.
Se dormisse,
no sonho, talvez rabiscasse
uma ou duas linhas,
palavras, que se fariam amigas,
Fazendo-se, acalanto
à alma que geme,
que pede o calor de teu peito,
Para, dentro de teu abraço,
reencontrar minha paz, meu leme
e o reconforto de meu cansaço.
- por JL Semeador, em 04/10/2011, na Lapa, onde até a falta de inspiração se torna inspiração de minha poesia -
 
Uma única coisa,
deixa eu te dizer:
paixão não pede licença,
entra no coração da gente,
se instala
e quando você vai ver,
ela está lá,
senhora absoluta
do nossos sentimentos.
Se não,
não seria paixão. . .
- por JL Semeador, na Lapa, lugar de paixões intensas e inesperadas, em 31/01/2011, revisado em 14/09/2011 -
 
Tudo contigo tem graça e cor
Coisas decididas no momento
Ao murmúrio do vento
Ao incessante fluir do amor
No que era conhecido, novo sabor
No que era feio e vestuto
Fez-se beleza estonteante de flor
Que não se desfaz no tempo
Tudo diferente, tudo novo e melhor
Passei a olhar a vida do alto
O futuro não mais me causa horror
Teu beijo é meu bálsamo regenerador
No teu corpo, que encerra as belezas do Olimpo,
Da paz e da poesia, tornei-me semeador. . .
- por JL Semeador, em 10/09/2011, na Lapa, lugar de amor, paz, flores e semeaduras -
 
Sempre que olho pro meu país
A brisa vem e me diz
Que aqui é o meu lugar
E mesmo que outro eu tente encontrar
Outro país como esse não haverá
Com esse infinito colorido
Essa mistura de cores e raças
Esse jeito hospitaleiro
Como o Redentor
Sempre de braços abertos
Que define o brasileiro
Operário da alegria e do amor
O tempo inteiro.
Brasil de tantas culturas
Praias de raras belezas
Tantas, que algumas
nunca chegarei a vê-las
Dos ritmos em profusão
Frevo, maculelê, carimbo
Lá pras bandas do Pará
Catira, fandango e chula
Ao som da gaita do gaúcho
Samba rasgado no terreiro
Tudo isso é um luxo só
Alegria maior de ser brasileiro.
No domingo, o futebol que alucina
Na mangueira, o canto de um azulão
Feijoada no almoço com os amigos
Guaraná do amazonas pra criançada
Doce com queijo-de-minas na sobremesa
Conversa comprida em torno da mesa
Quem chegar é bem-vindo
Pois no meu país, que é lindo
Vivem a paz e o amor em revoada.
E mais não conto
Por excesso de emoção
Eu amo todos os cantos
Todas as matas
Todos os rios
Todas as cidades
Todas as ruas
Desse meu imenso rincão
E hoje nesse poema
Que fiz com um nó na garganta
Uma certeza desponta
Expressa na minha rima
Brasil, será sempre teu meu coração.
- por JL Semeador, brasileiro com muita garra, na Lapa, um pedaço de terra com a cara do Brasil -
 
Essa noite choveu paz.
Do céu, que se fez cor de prata,
Desceram gotas de luz,
Iluminando a cidade e a mata.
Quem estava dormindo, perdeu.
No noite de domingo, madrugada, quase,
Algo mais bonito, creio eu,
Somente, se o paraíso, agora, fosse.
Fui embora pra casa imerso
em amor, luz e poesia.
Livros, poetas e versos,
eram os motivos de tanta alegria,
Naquela noite única, quase fria,
em que, o desamor e a violência,
à vida, deram uma breve trégua,
choveu paz, ao invés de água.
- por JL Semeador, na madrugada de 0/09/2011, na Lapa, sob a inspiração de um poema da amiga Vanda Ferreira, a Bugra Sarará, e ainda sob os eflúvios da noite de domingo na Bienal do Livro -
 
Tudo o que eu te der, jamais será demasiado.
Nada do que me deres, será pouco.
Pois, quando os sentimentos obedecem à escala do infinito,
Mensurá-los, é tarefa para um louco.
O meu amor por ti é uma nova invenção,
Que edifiquei, pacientemente, ao longo de minhas esperas.
Teu amor por mim, pura surpresa, emoção
E descoberta, de quem, de tamanha façanha, nunca supusera.
Somos complementares, em nossas diferenças.
Seres que se procuravam sem que disso tivessem ciência.
Um sem o outro, hoje, impossível a existência.
Os dois, juntos, poder incontrolável, a não haver quem vença.
Enfim despertado, do sono e da apatia
Que me foram, por tanto tempo, companheiros;
Ouso dizer que és a fonte de minha paz e harmonia.
Quanto a mim, só quero te cuidar, ser o teu fiel Jardineiro.
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de todas as músicas e amores -
 
Poemo o amor no diminuitivo
Para fazê-lo ainda maior
Sempre concreto, nunca adjetivo
Com cheiro de flor, a rima melhor.
Quem, desde cedo, assim me ensinou
Foi o nosso mais que amado Poetinha
O homem que mais, às mulheres, amou
tornando-se, do amor, a imagem perfeitinha
Com ele aprendi, que amor é amorzinho
No diminuitivo, para conter mais afeição
Minha namorada é sempre meu benzinho
Sem limites ou represas do coração
E assim sigo compondo meus poeminhas
No intento de cantar o amor em paz
Expressando o amor em palavrinhas
Seguindo a receita do Mestre: Vinicius de Moraes.
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, ou melhor Lapinha, o lugarzinho que escolhi para morar -
 
A vida sem romance
não tem a mínima chance
de se fazer completa
esvaindo-se, feito água na sarjeta.
A vida sem romance
é sobremesa sem doce
paixão sem fogo
que vem e acaba logo.
A vida sem romance
passa como se fosse
um único carnaval
depois, quarta de cinzas interminável.
A vida sem romance
é lugar sem viço
se assim vives, sem vontade
caia fora, antes que seja tarde.
- por JL Semeador, na Lapa, nessa madrugada linda de segunda-feira, 15/08/2011, depois de um domingo que em agosto resolveu dar uma trégua pra gente -
 
Há amores de todo tipo,
é só escolher
o que melhor convier:
Românticos: com direito a poemas,
buquês e bom-bons;
Sado-masoquistas: acompanha
algemas, coleiras e chicotes;
Amores bandidos: sempre,
entre tapas e beijos,
idas e vindas à delegacia;
Amor burocrático: sexo, uma vez
por semana, às quartas,
depois da novela das nove;
Amor moleque: dúvidas,
surpresas e traquinagens;
Amor aventureiro: nunca se entrega
por inteiro, na ânsia por novas paragens;
Amor água-morna: funciona até que apareça
alguém, ocasião em que o caldo entorna;
Amor vulcão: somente à espera
de entrar em erupção;
Finalmente, amor sem adjetivo:
que chega e gruda na alma, feito adesivo,
impossível de arrancar.
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, lugar de ser feliz, em 03/08/2011 -
 
"In vino veritas",
diziam os romanos,
ao erguerem as taças,
sem lugar para enganos.
Na rubro da taça,
à espreita,
de tocaia,
se escondem
o desejo que arde
e incontáveis acenos
que, na alma vicejam:
impulsos secretos,
que arrastam, feito torrente,
tudo por onde passam,
deixando, depois, a paisagem
estranhamente diferente.
Cada gole
anula
o enfraquecido
pudor
e o pouco
senso
de defesa.
Por que não,
ali mesmo,
na mesa,
deixar fluir o vulcão
que insiste em despertar?
Por que não,
agora,
drenar dos corpos
o tesão
em excesso,
libertando o desejo
que insiste em jorrar?
Depois?
- Depois pode ser muio tarde,
pois, a verdade do vinho
é fugaz,
é breve,
apenas um átimo;
que dura, tão-somente
o tempo que se move,
apressado,
no crepitar de uma chama.
- por José Luiz de sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, de mim e de Manoel Bandeira, numa madrugada de sexta-feira, 29/07/2011 -
 
Viver me lembra alegria
Sentimento suave e pleno
Que, do fundo da alma, irradia,
Da paz o melhor aceno.
Viver me lembra compromisso
Com tudo o que nos rodeia
Desde aquilo que me é preciso
À dor que no mundo campeia.
Viver me lembra aprendizado
Desde as letras e matemáticas
Às lições ofertadas pelo Mundo
Com humildade e sem dramas.
Viver me lembra, enfim, privilégio
Que Deus, por amor, nos ofertou
E mesmo que o viver não seja régio
Será sempre o mais belo show.
- por JL Semeador, na Lapa, que voltou a ser a Lapa, em 28/07/2011 -
 
Teus dedos, ora teus dedos. . .
São ternos e delicados,
transmitido à minha pele
o carinho doce e singelo
que te brota do coração.
Tuas mãos, ora tuas mãos. . .
São asas de um passarinho,
desses, mais raros,
que me esvoaçam a alma,
ofertando-me prazer e calma.
Teus braços, ora teus braços. . .
Que tão intensamente me abraçam,
são o fio em que me enlaço,
enquanto flutuo e me desfaço
à luz inebriante dos teus olhos.
Teus olhos, ora teus olhos. . .
São brasas acesas na noite,
como olhos de uma Tigresa,
à espreita da presa,
para devorar e se perder em seu corpo.
Teu corpo, ora teu corpo. . .
Teu corpo é o meu copo,
onde me dessedento
e me embriago com teu vinho
que jorra da tua fonte transbordante.
Tua boca, ora tua boca. . .
Abismo que me traga,
quando gritas, com voz rouca,
(nunca antes, tão desvairada e louca),
Que, enfim, flor desabrochada, gozas.
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, que se prepara para viver mais uma sexta-feira -
 
 
O azul do teu vestido
dissolveu a névoa e a insensatez,
que se abateram sobre a cidade,
no dia que ainda não se fez.
Azul, por certo, roubado ao céu,
que, mais tarde, de azul, colorir-se-á.
Azul subversivo, a provocar escarcéu,
desde o Rio Grande ao extremo norte do Pará.
Azul! quase verbo, no modo imperativo.
Azul! é a vida quem clama e ordena,
mesmo sem aparente razão ou motivo.
Azul, a azulejar o dia,
para que possa valer a pena
o domingo que principia.
- por JL Semeador, na manhã de domingo da Lapa, 26/06/2011 
 
Quando te beijo
um mundo novo se descortina;
da sorte, ouço o som de um realejo,
desaparece o tédio e a rotina.
O teu beijo tem gosto
de fruta roubada no pé;
nenhuma outra tão gostosa, eu aposto;
polpa madura, sabor raro e forte.
No teu beijo habitam
intensos e insólitos presságios;
é o mais poderoso talismã,
capaz de atender a todos os meus desejos.
Se me beijas a boca, estremeço;
desabo, quando me beijas o pescoço;
se me beijas os olhos, me desfaço,
e num mundo de risos e luzes ingresso.
Assim é o teu beijo:
meu elixir de longa vida.
Outra coisa, não almejo,
que não, a tua boca atrevida.
- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011 
 
O olhar é um pássaro livre,
vestido de plumas multicoloridas.
A tudo contempla,
a todos os lugares viaja,
mesmo quando adormecido.
O olhar é a janela da Vida.
E mesmo os cegos,
por entre as trevas,
olham!
Pois, da alma, os olhos,
jamais se fecham.
- por JL Semeador, Lapa, 22/06/2011
 
Este poema é uma homenagem a duas pessoas queridas: Beto Seixas e Themis, que partiram nesse final de outono, que mais parece inverno, com a morte insistindo em se fazer presente, junto com o frio e a névoa que oculta as manhãs.
.
Vivo uma fase de mudanças radicais:
nunca mais corri maratonas;
já não amo com há tempos atrás;
na rua, à meia-noite, sinto já ser tarde demais.
Óculos, se os esqueço, vejo-me perdido.
Remédio da PA, não tomar é suicídio.
Antes de cada exame de próstata, muito medo.
Começo a sentir saudade de quase tudo.
Ai de mim, frágil mortal, que do Tempo sinto urgência;
nessa fase da vida que, feito desatada sangria,
gota-a-gota, nos é drenado o viço e a alegria.
Ai de mim, que ainda aparento cinquenta,
mas, de Ísis, sinto-me cada vez mais perto;
- a cata de moedas - barco de Caronte esperando-me no Porto.
- por JL Semeador, Lapa: 17/06/2011 
 
Há um só remédio
para mal de amor.
Algo que afugenta o fastio
e a dor,
que vem e se instala
feito incômoda mala,
repleta de inservíveis pertences,
sentimentos que restaram apodrecidos,
e que não encontramos aonde deixar.
Ah, o nome do remédio milagroso
é outro amor, muito mais gostoso.
- por JL Semeador, em 09/06/2011
 
Já não se pega um ita no norte
Já não se escreve cartas à mão
Já não se dorme de pijama
Já não se ama para sempre
Já não se diz "meu bem", como antigamente
Já não se fabricam coisas de longa duração
Já não se vive a vida em calma
Já não se janta em família, que eu me lembre. . .
Tudo, de repente, tão mudado
Tudo virado, de ponta-cabeça
Tudo desobedecendo as regras antigas
Tudo desorganizado, um enorme caos
Tudo fora de ordem, ao olhar que mira o passado
Tudo incrivelmente novo e com pressa
Tudo a nos impelir a mudanças
Tudo, ainda, ao alcance de nossas mãos. . .
- por JL Semeador, em 08/06/2011
 
Há, na delicadeza de um beijo,
um quê de de infinita imensidade,
uma nota suave, um leve harpejo
saído do coração: afinado alaúde
A entoar cânticos ao deus Eros,
na inebriante emoção do momento
em que, antevendo divinos gozos,
o espírito entrega-se, absorto,
Na magia das bocas unificadas,
a destilarem o néctar da vida,
a mais pura de todas as essências;
Solução mágica onde florescerá
o amor - encanto maior da vida,
e a paz, que o mundo iluminará.
- por JL Semeador, em 03/06/2011
 
O horror humano se esconde
na treva, em porões fechados
a cadeado, no vão de escadas
úmidas e sombrias.
O horro humano mora
aonde moram todos os fantasmas:
debaixo de minha cama de menino,
em todos os vazios de um coração,
na noite tempestuosa de cada drama,
na triste e fria sala de estar
da ignorância humana.
Não há nenhum lugar
onde o horror humano não more,
ocupando, como gás,
os ambientes,
impregnando os ossos
e a mente;
nada lhe fazendo frente,
a não ser um certo ar de desafio,
insolente,
e uma inesgotável coragem de viver,
cultivada tempos a fio.
O horror humano é irmão
do medo e teme
a claridade
das idéias novas
e o vento renovador da liberdade.
- por JL Semeador, em 26/28/ MAIO/2011
 
Quem se diz poeta e rouba poesia,
não passa de uma alma vazia.
Quem diz ser seu o que não é,
coitado, é um pobre de um zé-mané.
Está na hora do respeito,
de agir dentro da ética.
Digamos não ao plágio inepto,
rejeitando a hedionda tática.
A arte e tudo o mais
precisa ser depurada.
Gente cínica e falastraz,
Mais falsa que nota de duzentos,
deve ser encaminhada
ao monturo, junto com outros lixos.
- por JL Semeador, em 12/05/2011 
 
O Rio anoitece em poesia.
Há um vento meio frio
pelas ruas,
mas que não afugenta a alegria
e, sim, o vazio
que assalta as almas
nesses momentos
quase serenos.
Um bar aberto
na Lapa.
Um gosto,
na boca, de sopa.
Um poema surgindo
na tela.
A imaginação subindo
feito uma bola
de gás,
que escapou da mão
do menino,
para não voltar
nunca mais,
partindo-lhe o coração,
ensinando-o a perder,
desde pequenino.
O telefone toca.
O coração bate.
A vontade é louca.
Nada que do verso me afaste.
Nada que me desensine
a esperança,
ou que, do meu peito, drene
essa sina, de nascença,
de acreditar
na infinita possibilidade
de amar,
como caminho único de felicidade.
- por JL Semeador, em 11/05/2011, num início de noite da Lapa 
 
PA  LA  VRA
LA         LA
VRA  LA  PA
- por JL Semeador, em 08/05/2011
 
Mãe-Terra
Mãe-Natureza
Mãe-d' Água
Mãe-Pátria
Mãe-de-Santo
Mãe-Benta
Mãe-Maria
MAMÃE !!
- por JL Semeador, em 08/05/2011 -
 
A tarde cinzenta
finda-se em acordes de violão.
A lua, sempre à  espreita,
antecipa, lentamente, a escuridão.
Enquanto a noite
não  vem, de todo;
enquanto a hora não é sete,
eu venço o medo
e escrevo  versos,
engarrafados no trânsito,
que saem dos meus vãos escuros
e dos  meus invisíveis porões.
Mas, enquanto o violão insiste
em preencher de  sons
o declínio do dia,
eu também insisto
em não ser triste,
em  flutuar rumo
aos teus sobretons
e ao teu olhar,
que na ausência do  Sol,
só pra noite contrariar,
o poente incendeia.
- por JL  Semeador, em 25/04/2011
 
Amanheci ouvindo estrelas.
Sabem. . .  aquelas últimas
que insistem em  brilhar nas manhãs,
desafiando o sol; dos notívagos
fazendo-se  íntimas.
Sensação, de todo, inusitada.
Torrente a invadir-me a alma, em  revoada,
a descerrar portas fechadas à novas percepções.
Cá dentro,  sensação de terremotos e furacões.
Suave volúpia da inspiração  alforriada.
Por não encontrar da chave da casa,
num ímpeto, arrompei a  porta,
escapando, por fim, duma esperança duvidosa.
Do lado de fora,  envolto em música e luz,
Nem pensei em voltar para fechar a porta,
que  restara escancarada.
Apenas, aprumei o corpo, e segui. . .
Sem tempo nem  de olhar pra trás.
- por JL Semeador, 16/04/2011
 
Amor?
- Amor não tem idade!
Na adolescência,
tem cheiro de  inocência
e descoberta;
na idade adulta,
já sem tantas  primeirices,
ainda assim faz, da vida, festa,
certo de que, amar é a  única
coisa que presta;
e de trazer a paz ao Mundo,
só ele é  capaz.
Amor?
- Em qualquer momento da vida é bom.
Quando  jovem,
os hormônios fervem;
mais tarde, o encanto persiste.
E mesmo no  outono
dos anos avançados
é lindo ver dois pombinhos  abraçados.
Amor?
- Só sei dizer
que amor é a coisa mais  fácil,
que nunca se ama demais;
todo amor é medida certa
e, se a  alegria não traz:
- cara, repense,
você tá amando errado,
buscando um  modo complicado
para o que é simples e natural.
- por JL Semeador, em  15/04/2011
 
Você é assim:
- Emoção intensa,
Alegria imensa,
Na  pele, cheiro de jasmim.
Você é doce- de- leite
Você é doce  deleite;
Um pé-de-vento, um furacão,
Quando o que fala é o  coração.
Você é aroma do campo
Logo depois da chuva.
Um poema  passado a limpo;
Inspiração que o vento não leva.
Você. . . Que sempre  deixa saudade,
Por todo o lugar que passa;
Que, tudo o que faz, é de  verdade,
Revele, só para mim, o segredo da tua graça.
- por JL  Semeador -
Para Denise Pires, pessoa linda e querida.
 
Beijaram-se!
E fizeram a Terra parar
e no mesmo segundo  voltar a girar,
apenas para se fazer terremoto.
E não restou pedra sobre  sobre pedra,
depois do cataclisma.
Nem árvores, nem prédios,
nem  qualquer mortal sobreviveu;
a não ser os amantes,
esquecidos da vida, 
num beijo.
- por JL Semeador, em 30/07/2009
 
Hoje o meu poema
chora lágrimas de sangue.
Hoje o meu poema
chora  lágrimas que não há quem estanque.
Hoje o meu poema
chora por meninos  e meninas
tão precocemente arrancados da vida,
sem tempo de a verem  desabrochada.
Hoje o meu poema,
o bairro onde eu nasci,
pais e  mães
e toda a minha cidade
choram de um modo
que eu nunca  vi.
Hoje, o meu poema,
tão-somente chora. . .
- por JL  Semeador, em 07/04/2011 -
 
Mulher é criação
bonita demais.
Tem tanta graça,
tamanho  encanto,
que desejo, apenas,
se não for pedir muito,
sempre que  possa,
estar bem junto
dessa coisa preciosa.
Mulher é algo
por  demais adorável,
em seus insondáveis segredos,
suas muitas  armadilhas,
seus múltiplos perigos:
sorrisos de mel,
que tecem  enredos
de inimagináveis tramas.
Mulher é a alma
desse mundo  insano,
tão loucamente despropositado,
em seu desamor,
que só imerso na  calma
da noite tranquila de sono,
dormida em paz ao seu lado,
a vida  retoma sentido e cor.
- por JL Semeador, 30/03 a 05/04/2011
 
O gosto do silêncio,
poucos o sabem,
a não ser aqueles
que, muitas  vezes,
ano-após-ano,
tiveram de secar
as próprias lágrimas,
calar  seus gritos
e engolir a fria taça de fel
do desengano,
como se  fosse
o ato mais agradável.
O gosto do silêncio
tem sabor de  morte,
de calor em tempo de estio,
de espinha de peixe
entalada na  garganta,
de cachaça barata
que mais arde
que embriaga,
de noite  passada
rolando na cama
sem que se haja dormido.
O gosto do  silêncio
é de veneno insidioso,
de praia com frio
e chuva,
de  bacanal sem uva,
de sino mudo
que não retine,
de zoológico sem  macaco,
de namoro sem cio,
de cortar a própria carne
e ter de provar um  naco.
- por JL Semeador, em 04/04/2011
 
"O meu carinho e respeito ao Poetinha Vinicius de Moraes, autor do Poema  A  ROSA DE HIROSHIMA"
A ÁGUA ASSASSINA DE FUKUSHIMA
A água de  Fukushima não fede
A água de Fukushima não cheira
A água de Fukushima não  mata nem uma só sede. . .
A água de Fukushima queima
A água de  Fukushima contamina
A água de Fukushima mata!
A ignorância de  Fukushima é cega
A prepotência de Fukushima apavora
A mentira de Fukushima  é covarde
A hipocrisia dos governos é cômica. . .
Digamos não à agua  assassina de Fukushima!
Digamos não, de novo, ao genocídio de  Hiroshima!
Digamos não à incompetência de Chernobil!
Digamos não, para  sempre, à segurança nuclear impossível!
Digamos não, por amor à vida, à  estupidez de Angra dos Reis!
Digamos não à anti-rosa radiotiva,
Para que o  Planeta sobreviva!
- por JL Semeador, em 03/04/2011
 
Outono, tempo de rcolhimento.
De repente, folhas secas pra todo lado
e uma  brisa leve,
eriçando a pele,
no cair da tarde.
Outono e suas tardes  brancas,
ornadas de cores suaves:
Carícia nos olhos fartos do verão.
Na  cozinha cheiro de chá de maçã,
Na alma um quê de melancolia e  mistério.
Outono, um convite aos devaneios
e a toda sorte de prazeres  sutis,
escondidos em suas noites lentas,
pontuadas por gritos e  sussurros,
que se esvaem nas névoas matinais.
Outono, um hiato.
Um  alento breve
com ares de eterno,
feito fumaça de cigarro
em filme preto  e branco.
Outono, simplesmente. . .
- por JL Semeador, na  madrugada de 27/03/2011
 
  Assim é o meu Rio.
Alegria por todo o lugar.
Impossível ficar  sério.
Quer ser feliz? - Vem pra cá!
Aqui se aprende a amar.
Na  tristeza, dê um chega pra lá. . .
- por JL Semeador, um carioca  perdidamente apaixonado pela minha cidade -
  
 
 
  Nada preenche melhor
a minha mão
e, também, o meu coração,
do que teus seios.
Minha vida
um novo sentido veste
quando minha mão atrevida
penetra o teu decote.
Teus seios
são deliciosos aperitivos
de outros tantos encantos
no teu vestido escondidos.
Em homenagem aos teus seios,
esgue-se ereto o meu falo,
à espera, expectante,
dos teus carinhos e beijos.
JL Semeador
 
 
Homenagem à minha filha, no dia de sua colação de Grau  em Direito:
Todo pai, que tem uma filha,
Assim, bonita e  inteligente,
A cada dia o olho brilha
E a alegria invade a mente.
A  minha filha foi escolhida
Desde o momento da concepção,
Para dar sentido à  minha vida
E adoçar o meu coração.
Assim é Olguinha  Isadora:
Mulher-menina que fascina,
Desde o papai, que a adora,
Aos  demais membros da família.
Filha amada! Prossigas na tua sina
De sempre  semear alegria.
- por JL Semeador, em 16/02/2011 – 
 
 
Ah, essa madrugada tão silenciosa,
que não me deixa dormir. . .
Ah, essa  brisa refrescante,
que sopra do mar,
iludindo o Morro de Santa  Teresa,
só para me despertar
e me manter alerta. . .
Ah, essa lembrança  tua,
que insiste em não ir embora,
apesar da incoveniência da hora. .  .
Ah, como é estranho estar sozinho,
eu e o barulho do primeiro  ônibus,
a carregar estranhos e seus pensamentos. . .
Ah, os primeiros  rumores do dia,
a antecipar mais um dia de sol e calor. . .
Ah, o  bem-te-vi que começa a cantar,
com a infinita pureza,
só possível, aos que  sabem voar. . .
Ah, minha cidade bonita,
seu verde, sua gente, seus  pássaros,
tão bem retratados nas canções de Tom Jobim. . .
Ah, meu Maestro  Soberano,
se não tivesses subido para o andar de cima,
nessa semana,  completarias mais um ano. . .
Ah, vida vida vida vida vida. . .
Ah, essa  vontade de não sei o quê,
tão intensa, que dói, feito ferida. . .
-  por JL Semeador, em 27/01/2011
 
Janeiro e suas duas caras diferentes.
Uma a fitar, meio triste, o  passado;
a outra, com esperança, mirando à frente.
Janeiro e suas  sempiternas alegrias.
Tempo de férias, anualmente, agendado;
seus  temporais, seu excesso de águas.
Janeiro e seu eterno jeito-menino.
Um  clima de romance e verão, no ar, sorrindo;
Uma sede de vida, um desejo sem  tino.
Janeiro e a minha Cidade à espera do carnaval.
Gringos e negras,  abraçados, que o amor é lindo;
apenas homem-mulher: a coisa mais  natural.
Janeiro e com o futuro não te apavores.
Tudo, o que antes não  deu certo, é passado;
Da própria vida, sejamos os autores.
- por JL  Semeador, em 1° de janeiro de 2011, em plena Cidade Maravilhosa
 
Calei-me!
A imensa vontade de você
Levava-me aos cimos da excitação e do desejo,
Imaginando-te
Nua, a mim ofertando-se. . .
Havia, - avistei ao despir-te -,
A mais linda calcinha,
Preta e delicada,
Resguardando-te a intimidade.
Emocionado, ante tamanha beleza,
Torne-me teu homem,
Aquele que te faz mulher e feliz.
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador -
 
A calcinha branquinha da minha amada
guarda um flor.
Rosa, pelo orvalho  umedecida,
à espera do amor.
Saudade da tua ternura estreita,
do  teu suspirar, enquanto gozas,
de forma nada discreta,
parecendo que  transbordas
De dentro do corpo em tremores,
de onde a alma escapa, em  êxtase,
exalando pelos ares,
E deixando, na lembrança,  perfume
intenso, a perfeita dose,
para o meu desejo e fome.
- por  JL Semeador -
 
Penso no meu bebê,
vestindo o mais claro rosa.
Esse bebê é você.
minha flor mais preciosa.
JL Santos
 
  Escrevo com caneta de tinta,
da marca Parker Quink,
sobre a beleza escondida
dentro da tua calcinha pink.
JL Semeador
 
 
Pink pink pink
o meu favorito link
think think think
fique fique fique. . .
JL Santos
 
  O céu, hoje, não se fez azul.
Mas sei que ele apenas está oculto;
esperando passar o momento difícil,
para eclodir em cor e encantamento.
JL Santos
 
 
Amarelinha, cor de gema de ovo,
a sinalizar, em nós, um momento novo,
em que eu descubro, mais uma vez,
que te namorar é mais que dez!
JL Santos
 
O que é bom se repete.
Sou poeta criativo.
Pinto o sete.
Sem o amarelo, não vivo
JL Santos
 
  Sob um manto de amarelo intenso
repousa a fonte de prazer supremo,
o lugar divinal, que cheira a incenso:
a cálida e rara flor, que tanto estimo.
JL Santos
 
 
  A cor é palha.
O amor, intenso.
Você, minha trilha.
Em mais nada penso.
JL Santos
 
 
  Eu preservo a natureza,
da minha oncinha, cuidando bem;
linda, felina, uma beleza,
que me devora, mas me quer bem.
JL Santos
 
 
  Amo, do vinho, a alegria.
Sua cor rubra ou clara.
O suave buquê que anuncia
A delícia mais que rara,
Que repousa oculta
Por detrás da lucidez,
Que, uma vez transposta,
Leva ao gozo e à embriaguez:
- Caminho delirante e lúdico;
Jornada rumo a universos:
Igual a nenhum outro sonho épico
De tempos passados, medievais.
Assim és tu: Bela entre as belas.
Assim me deixas: Em ti, de olhos postos.
- por JL Santos, em 21/set/2010 -
 
 
  Veja só uma coisa.
Coisas tão mínimas,
como a tua calcinha rosa,
são as maiores delícias.
JL Santos
 
 
Uma zebra surrealista,
de marrom e preto, listrada.
Apesar de oculta à vista,
sei que é a coisa mais linda.
JL Santos
 
  Um gatinho cor de uva,
guardando tua linda vulva,
dentro da calcinha lilás,
para um gato, que te ama demais.
JL Santos
 
 
  Florzinhas vermelhinhas
  são, do natal, meu presente.
  Guardam encantos, delícias:
  A minha estrela cadente.
JL Santos
 
 
  Dizes, que cinza é cor de agosto.
Cor de agosto, que nada!.
Desse cinza eu gosto:
Moldura da tua flor, que é linda!
JL- Santos
 
 
  Da laranja, gosto do suco
que fácil escorre
e desperta um desejo louco
de que na minha boca jorre.
JL Santos
 
 
  Bolinhas cor-de-rosa
giram em torno da Lua,
enquanto você goza,
minh' alma dentro da tua.
JL Santos
 
  
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